Por Felipe Moura Brasil
Fernando Haddad vem explorando em
sua propaganda de TV notícias de supostas agressões atribuídas a apoiadores de
Jair Bolsonaro, mas diante do fato concreto de que um esquerdista assumido,
ex-filiado ao Psol por sete anos e apoiador de Lula na internet, esfaqueou
Bolsonaro, limitou-se na Jovem Pan a chamar o esfaqueador de "maluco".
O duplo padrão de Haddad também se
repetiu quando ele tentou fazer uma distinção entre o apoio de Edir Macedo a
Lula no passado e a Bolsonaro no presente.
"Uma coisa é você escolher um
candidato para te representar. Outra coisa é você fazer de uma candidatura um
instrumento para você chegar ao poder."
Ninguém precisa adorar a Igreja
Universal para notar que Haddad apenas resmunga contra o apoio outrora
bem-vindo ao PT, mas que o partido perdeu para seu adversário.
Depois de chamar Edir Macedo de "charlatão fundamentalista", Haddad agora está fazendo uma cartinha de
compromissos para tentar atrair o voto dos evangélicos.
O poste do presidiário Lula promete,
caso eleito, não enviar à Câmara dos Deputados nenhum projeto para legalizar o
aborto. Acontece que ele não precisa fazer isso.
Basta indicar para vagas a serem
abertas no STF um defensor dessa legalização, como fez o primeiro poste de
Lula, Dilma Rousseff, em 2013, ao nomear o advogado da causa de liberação do
aborto de fetos anencéfalos, Luís Roberto Barroso, mesmo tendo dito a
evangélicos a quatro dias das eleições de 2010 ser contra "modificar a
legislação".
Desde então, Barroso dá canetadas
sobre o tema, como o voto vencedor na Primeira Turma em 2016 pela revogação da
prisão preventiva de cinco funcionários de uma clínica clandestina e a
declaração de que a prática não é crime até três meses de gestação.
Confiar em promessas de Haddad,
sobretudo no campo dos costumes, agora que ele posa de conservador para
reverter votos de Bolsonaro, é como confiar em outra Dilma - aquela que,
ao menos, deixou escapar que o PT faz o diabo na hora da eleição.
O cinismo eleitoral do partido se
tornou tão evidente que até o antigo aliado Cid Gomes, irmão de Ciro, falou que
os petistas "têm que pedir desculpas, têm que ter humildade, têm que reconhecer
que fizeram muita besteira".
Mas se o PT não reconhece nem sequer
as besteiras, que dirá a lista de crimes de seus membros, a começar pelos do
comandante máximo. A frase de Cid diante das reações negativas da plateia de
lulistas, "o Lula está preso, bacaca", virou hashtag, foi reproduzida pela
propaganda de Bolsonaro e fez a festa de seus apoiadores nas redes sociais,
porque é um choque interno de realidade em uma campanha que vive fora dela.
Fonte: https://jovempan.uol.com.br/
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