Por Gabriel Gallo
Os anos da aurora da carreira de
Neymar foram mais do que promissores. Destemido, imponente, conquistou o
estado, o Brasil e o continente. Em 2015 atingiu o ápice, ao ser o maior
destaque do Barcelona campeão da Liga dos Campeões, superando até mesmo Messi,
e ser votado como o terceiro melhor do mundo. Era questão de tempo para que se
efetivasse como o número 1 do mundo.
O que o brasileiro não percebe é o que é necessário para que seja alçado a esta posição. Sob qualquer prisma, técnico, físico, psicológico ou de imagem, Neymar nunca esteve tão distante de virar referência mundial como agora. E o maior culpado por sua estagnação, ou até leve queda, é o próprio atleta.
Parece estranho dizer isto um ano após ser peça central da maior transferência da história do esporte, que definiu um novo patamar de gastos no mercado. O quase 1 bilhão de reais pago pelo PSG era o passo definitivo para seu estrelato.
Um ano depois, é difícil até mesmo dizer que ele seja a estrela do próprio clube. Como artilheiro-mor, Cavani parece insuperável. Como futuro da equipe, o posto é do francês Mbappé, sete anos mais novo e que já supera o astro brasileiro nesta edição da Copa do Mundo.
A tônica das movimentações de Neymar parece ter como estratégia a tática de terra arrasada. Deixou o Santos em negociação mais do que controversa, rendendo multas, processos e ódio dos santistas. No Barcelona, pediu para sair pela montanha de dinheiro árabe, desagradando a fanática torcida que o aceitou como seu. Pois mal chegou ao PSG, o que não falta são boatos de estar forçando saída para o Real Madrid para substituir ninguém menos que Cristiano Ronaldo.
O super astro português é exemplo de que opera no extremo oposto de Neymar. Ao se ver atrás de Messi, Ronaldo procurou entender como melhorar. Iniciou trabalho pesado para transitar da ponta para se tornar no maior matador do futebol atual - quiçá da história. Ouviu as críticas, assimilou oportunidades, executou um plano que tem sua obstinação como motor de um envelhecimento que parece não vir. Melhora e faz os outros ao seu redor melhores.
Neymar, ao contrário, cerca-se de bajuladores. Fecha-se para quaisquer críticas. Ataca qualquer um que ouse se opor a sua visão de intocável. Encolhe-se em sua bolha, fechado com os parças, namorando beldade global. Mansões, carrões, jatinhos, seguidores.
Mais do que isso, recusa-se a assumir as responsabilidades de protagonista que ele tanto exige. Incoerente, quer apenas o bônus. Cala-se nas derrotas, ressente-se nas vitórias. Prova-se mau perdedor e mau vencedor. E como antagonismo pouco é bobagem, virou piada e vilão maior do futebol, motivo de chacota pelo seu cai-cai exagerado, mesmo incansavelmente caçado.
O talento de Neymar é inegável, talvez único no planeta atualmente. Merece o que conquistou. Mas ao chegar ao topo, aparenta ter percebido que não está disposto a fazer o que precisa para seguir crescendo. Crê que basta sua habilidade descomunal para que lhe deem o que acredita ser seu de direito. Enquanto isso, seu auge parece ter ficado para trás, naquele mágico 2015.
Depois da apagada passagem pela Rússia, reforça a imagem de menino imaturo e mimado, mesmo aos 26 anos. Torçamos para que assim não seja, que ele exploda seu casulo de proteção e perceba que entrar para a história pelo potencial desperdiçado não condiz com aquilo que apregoa. E assim volte a subir, ao se portar como estrela mundial que é.
Gabriel Galo é escritor.
Fonte: https://www.correio24horas.com.br
O que o brasileiro não percebe é o que é necessário para que seja alçado a esta posição. Sob qualquer prisma, técnico, físico, psicológico ou de imagem, Neymar nunca esteve tão distante de virar referência mundial como agora. E o maior culpado por sua estagnação, ou até leve queda, é o próprio atleta.
Parece estranho dizer isto um ano após ser peça central da maior transferência da história do esporte, que definiu um novo patamar de gastos no mercado. O quase 1 bilhão de reais pago pelo PSG era o passo definitivo para seu estrelato.
Um ano depois, é difícil até mesmo dizer que ele seja a estrela do próprio clube. Como artilheiro-mor, Cavani parece insuperável. Como futuro da equipe, o posto é do francês Mbappé, sete anos mais novo e que já supera o astro brasileiro nesta edição da Copa do Mundo.
A tônica das movimentações de Neymar parece ter como estratégia a tática de terra arrasada. Deixou o Santos em negociação mais do que controversa, rendendo multas, processos e ódio dos santistas. No Barcelona, pediu para sair pela montanha de dinheiro árabe, desagradando a fanática torcida que o aceitou como seu. Pois mal chegou ao PSG, o que não falta são boatos de estar forçando saída para o Real Madrid para substituir ninguém menos que Cristiano Ronaldo.
O super astro português é exemplo de que opera no extremo oposto de Neymar. Ao se ver atrás de Messi, Ronaldo procurou entender como melhorar. Iniciou trabalho pesado para transitar da ponta para se tornar no maior matador do futebol atual - quiçá da história. Ouviu as críticas, assimilou oportunidades, executou um plano que tem sua obstinação como motor de um envelhecimento que parece não vir. Melhora e faz os outros ao seu redor melhores.
Neymar, ao contrário, cerca-se de bajuladores. Fecha-se para quaisquer críticas. Ataca qualquer um que ouse se opor a sua visão de intocável. Encolhe-se em sua bolha, fechado com os parças, namorando beldade global. Mansões, carrões, jatinhos, seguidores.
Mais do que isso, recusa-se a assumir as responsabilidades de protagonista que ele tanto exige. Incoerente, quer apenas o bônus. Cala-se nas derrotas, ressente-se nas vitórias. Prova-se mau perdedor e mau vencedor. E como antagonismo pouco é bobagem, virou piada e vilão maior do futebol, motivo de chacota pelo seu cai-cai exagerado, mesmo incansavelmente caçado.
O talento de Neymar é inegável, talvez único no planeta atualmente. Merece o que conquistou. Mas ao chegar ao topo, aparenta ter percebido que não está disposto a fazer o que precisa para seguir crescendo. Crê que basta sua habilidade descomunal para que lhe deem o que acredita ser seu de direito. Enquanto isso, seu auge parece ter ficado para trás, naquele mágico 2015.
Depois da apagada passagem pela Rússia, reforça a imagem de menino imaturo e mimado, mesmo aos 26 anos. Torçamos para que assim não seja, que ele exploda seu casulo de proteção e perceba que entrar para a história pelo potencial desperdiçado não condiz com aquilo que apregoa. E assim volte a subir, ao se portar como estrela mundial que é.
Gabriel Galo é escritor.
Fonte: https://www.correio24horas.com.br
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