Discurso da cantora foi
acompanhado de críticas a políticos evangélicos
O 28º
Festival de Inverno de Garanhuns, Pernambuco, que ocorreu no último final de
semana, vinha atraindo atenção após a proibição da peça de teatro onde Jesus é
representado como um transexual.
"O
Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu", interpretado pelo travesti Renata
Carvalho era parte da programação, mas acabou sendo cancelada após protestos de políticos locais, incluindo o deputado Pastor Eurico (PAT/PE).
Durante o
show que fez no evento, a cantora baiana Daniela Mercury fez um discurso
raivoso, onde reclamou do que chamou de "censura". Usando muitos palavrões,
reclamou que o país estava "chato".
"Não existe
civilização sem liberdade. Não me venha com ignorância absurda para conceituar
o que é arte. Censurar uma peça de teatro por convicções é um absurdo. A nossa
Constituição nos permite dialogar com os símbolos religiosos e falar sobre
eles. Nossa constituição não é a Bíblia", desafiou, ignorando que existem
leis sobre o vilipêndio religioso.
"Eu sinto
vergonha pelos políticos que fazem isso com as pessoas. É desumanidade,
maldade, ruindade. Jesus Cristo eu estou aqui. Eu sou gay. Eu sou lésbica
e daí?", provocou Daniela.
Poucos
minutos depois, usou o microfone para dar uma espécie de testemunho: "Minha
empregada Maria disse que não podia ir para igreja, pois iam tirar os demônios
dela. Mas ela precisava deles para viver".
Chamando os
que assistiam seu show para "liberar os demônios", pois, segundo ela, "sem demônios, ninguém
vive".
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