Na produção de qualquer conteúdo escrito - impresso ou digital - é
imprescindível a atuação de um revisor de textos. O revisor, pelo seu
conhecimento e olho clínico, perceberá as falhas cometidas pelo redator. Será
capaz de perceber, por exemplo, um espaço a mais entre duas palavras,
identificar uma vírgula em lugar errado, sua falta ou seu uso desnecessário.
Saberá usar corretamente termos suscetíveis a dúvidas, como mau e mal;
porque, por que, porquê e por quê; sessão, seção e cessão; acender e ascender;
dispensa e despensa; concerto e conserto, entre tantos outros. Notará problemas
de concordância verbal e nominal, distinguirá advérbios e adjetivos, saberá
quando usar por e pôr; por e puser, fazer e fizer, ver e vir, insipiente e
incipiente - e estará atento à repetição de palavras nas frases. Também saberá
usar corretamente as orações subordinadas e deixará os textos claros e
objetivos. Policiará o uso do "que", chamado de "queísmo", atentará para os
cacófatos - alguns, engraçados; outros, maliciosos - e ainda se encarregará de
dar um basta no gerundismo, nos vícios de linguagem e nos modismos disseminados
pela mídia, que nos faz crer que "por conta de" e "a nível de" - membros da
mesma família - são formas corretas de falar e escrever, e mais um sem-número
de erros que o escritor poderá deixar passar.
Que o escritor ou o redator erre ao escrever é plenamente compreensível,
afinal sua função é escrever e a do revisor, revisar. Quando cada ator tem seu
papel bem definido na produção do texto, tudo funciona com perfeição e todos
saem ganhando, principalmente o leitor, elemento mais importante nesse
processo. Considerando que a revisão é etapa não obrigatória mas recomendável,
sujeitar-se-á ao risco o autor ou editor que dela abrir mão. E o erro pode ocorrer
em datas, números e informações. Isso é comum, daí ser possível achar absurdos
em livros já impressos, sem revisão ou mal revisados. Como consequências advêm
prejuízos com reimpressão, a situação incômoda de dar explicações ao leitor ou
simplesmente ignorá-lo, como é bastante comum. Já questionei a respeito de
erros em livros que li e nem mesmo resposta obtive do editor. É frustrante, mas
isso é bem frequente. E o silêncio por parte do editor/autor, neste caso, pode
ser interpretado como um mea culpa.
No que concerne ao revisor, deste profissional exige-se que perceba os
erros e aponte soluções, pois é seu papel deixar o texto isento de quaisquer
imperfeições. Para isso é necessário que use e abuse das gramáticas, tenha em
mãos dicionários específicos e apoie-se em manuais de redação. Com relação aos
manuais há quem condene seu uso, o que é uma grande bobagem, pois neles há
dicas importantes. Os manuais, tanto quanto as gramáticas e os dicionários,
devem fazer parte do ferramental do revisor. Se fossem materiais de uso do
redator/autor, talvez fosse dispensável a presença do revisor.
Para concluir, há editores e escritores que veem o trabalho de revisão
como despesa, quando deveriam enxergar como investimento. Mas não é só isso:
entre os novos escritores, os que estão esperando a chance de publicar o
primeiro livro, muitos pensam que escrever uma obra é digitar em Word, mandar
para a editora e aguardar a aprovação. Ledo engano! Trabalho feito assim pode
ser descartado de imediato. Errar é humano, mas para resolver estes problemas é
que existem os revisores. Munidos de lápis e caneta marca-texto ou com a cara
enfiada na tela de um computador, estes profissionais - que devotam verdadeiro
sacerdócio à atividade - dão forma e sentido àquilo que antes parecia um
emaranhado de palavras. Mas aqui vai um alerta: é preciso que o revisor seja
escolhido a dedo, pois nesse meio também há os excelentes, os bons e os
medíocres, mas isto é tema para outra edição.
Texto Ideal – Serviços Editoriais
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