Por Reinaldo
Azevedo
O vice-presidente Michel
Temer será o presidente da República se Dilma for condenada num processo de
impeachment. Com a responsabilidade que pesa sobre seus ombros, não pode
esperar até domingo ou até segunda para falar aos brasileiros: tem de fazê-lo
já, neste sábado.
Parece-me evidente que
Dilma e seus asseclas cometem crime de improbidade e de responsabilidade
quando, em discursos virulentos, inclusive dentro do Palácio do Planalto,
investem no conflito social, intimidam o Legislativo, pressionam o Judiciário
e, por óbvio, atentam contra os direitos políticos daqueles que defendem o
impeachment.
Esta senhora e seus
jagunços retóricos estão tentando tornar sem efeito os Artigos 85 (que trata
dos crimes de responsabilidade) e 86 (o do impeachment) da Constituição. Ao
tachar o processo de golpe, evidenciam não reconhecer os fundamentos do Estado
de Direito.
Como se isso, por si,
fosse pouco, Dilma agora atribui a seu possível sucessor a disposição de acabar
com programas sociais e de entregar o pré-sal a multinacionais estrangeiras. De novo, é o discurso do medo, empregado por Lula da disputa de
2006 e pela própria Dilma nas de 2010 e 2014.
Rasgados os véus
diáfanos da fantasia, posto o jogo às claras, não resta a Temer outro caminho
senão romper o silêncio e tranquilizar a nação. Trata-se, antes de mais nada,
de uma espécie de direito de defesa. Se a presidente tem a cara de pau de vir a
público para acusar seu vice de "golpista", ninguém melhor do que ele próprio
para explicitar a natureza do jogo.
Temer não é subordinado
de Dilma. Foi eleito vice-presidente da República e é seu sucessor legal. Se o
Planalto usa hoje a máquina pública para demonizá-lo e para atribuir intenções
que não tem, ele deve recorrer a todos os instrumentos que lhe facultam as leis
para pôr os pingos nos is, restabelecendo a verdade. E há de fazê-lo, sim, um
dia antes da votação. O que não faz sentido é ser alvo fixo de uma
impressionante máquina de difamação.
E o vídeo não precisa
conter muito mais do que aquela mensagem em áudio que circulou pelo WhatsApp,
em que o vice deixava claro o seu compromisso com os programas sociais e pregava
a necessidade de reunificar o país.
O Brasil está muito
perto de dar um primeiro passo no caminho certo. Mas convém não contar o
resultado como favas contadas. A máquina criminosa não tem nem limites nem
escrúpulos. E precisa de uma resposta.
Grave, senhor
vice-presidente, um vídeo dirigido aos brasileiros de boa-fé, que não suportam
mais esse estado de coisas. Em nome da democracia e do Estado de Direito.
Fonte: "Blog Reinaldo
Azevedo"
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