Por
Reinaldo Azevedo
Certos setores da imprensa têm a
sua pauta, vinda sei lá de onde? Têm. Que fiquem com ela. Prefiro ficar com os
fatos. Afirmei aqui que era falsa como nota de R$ 3 essa história de que políticos
de oposição haviam sido hostilizados na grande manifestação do dia 13. Não
venho aqui com trololó, mas com fatos. Ao contrário: os políticos foram
aplaudidos com entusiasmo.
O Movimento Brasil Livre liberou o acesso do seu carro do de som a
políticos de oposição e de partidos da base que são favoráveis ao impeachment.
Abaixo, há trechos dos respectivos discursos, na sequência, do deputado Bruno
Araujo (PSDB-PE), do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e dos também deputados
Carlos Sampaio (PSDB-SP), Nilson Leitão (PSDB-MT), Pauderney Avelino (DEM-AM),
Roberto Freire (PPS-SP) e Darcísio Perondi (PMDB-RS). É breve. Assistam. Volto
em seguida.
Retomo
Como se vê, aí vai a prova de
que, em vez de vaiados, eles foram aplaudidos. Sabem a quem interessa essa
história de que os movimentos de rua são "contra a política"? Ao PT e aos seus
asseclas. Tanto é assim que foram os companheiros e seus esbirros no MST os
primeiros a destacar que a República estaria em risco porque as ruas estariam
contra a política. Uma ova!
Um desentendimento na entrada do carro de som, precedido de um
empurra-empurra de assessores e seguranças - normal para o dia, sim, mas
malconduzido pela staff de ambos - fez com que alguns manifestantes, em número
reduzido, se expressassem de maneira hostil contra o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (MG), ambos do PSDB. Uma questão
meramente circunstancial virou uma "tese": as ruas seriam hostis também aos
políticos de oposição e, na verdade, repudiariam a política.
Trata-se de uma mentira estúpida. E não peço que acreditem em mim.
Peço que acreditem no que vocês veem e ouvem. Aí alguém dirá: "Ah, mas isso é o
que aconteceu no carro do MBL… E nos outros?" Não houve outros. Quem fez a
coisa certa e abriu espaço para os políticos de oposição foi esse movimento.
E por que é a coisa certa? Porque só haverá impeachment se houver
342 deputados e 54 senadores. E só haverá esses números se toda a oposição
estiver unida e se políticos de partidos da base forem conquistados.
Quem vai para a rua vaiar político que tem a coragem de botar a
cara pra fora e se dizer favorável ao impeachment está, na prática, fazendo o
jogo de Dilma, de Lula, do PT e de Rui Falcão - e este foi o primeiro a vibrar
com a suposta vaia.
OK! Eles confundem o povo, e nós, vamos dizer assim, "desconfundimos". E novos vídeos virão demonstrando que a tese que o petismo
vendeu para a imprensa e que esta comprou como boba alegre está errada.
Sabe quem merece um tipo especial de vaia? Quem não tem a coragem
de botar a cara na rua nem para falar a favor do impeachment nem para falar
contra. Dou um exemplo: Marina Silva, a chefona da Rede de abstrações. Resolveu
ficar na moita, quietinha, esperando que 2018 lhe caia no colo em razão do
desgaste de todos os políticos: dos que lutaram a favor do impedimento e dos
que lutaram contra.
Isso, sim, me parece um exemplo espantoso de oportunismo. Afinal,
a melhor maneira de não ser vaiada é ficar fazendo trocadilhos embaixo da cama.
Fonte: http://veja.abril.com.br/
Fonte: http://veja.abril.com.br/
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