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segunda-feira, 25 de maio de 2015

"O reconhecimento vaticano da Palestina não contribui à paz"

Por Jonathan S. Tobin
Os críticos de Israel celebrarão a notícia de que o Vaticano está reconhecendo o estado palestino como uma rejeição ao governo e às políticas do estado judeu. Trata-se de um movimento que está alinhado com a aposta internacional pelo reconhecimento do estado palestino. E faz parte dos esforços da Igreja Católica em apaziguar os mundos árabe e muçulmano, no marco da campanha para melhorar a situação das assediadas e diminuídas comunidades cristãs do Oriente Médio. Seu impacto será eminentemente simbólico, e certamente será considerado outro golpe aos esforços israelenses em manter boas relações com alguns países europeus cada vez mais hostis a Jerusalém. Mas, o que é certo é que não reforçará as oportunidades de alcançar a paz. Ao garantir reconhecimento oficial aos palestinos sem antes exigir que façam a paz com Israel, o papa Francisco e a Igreja só vão conseguir que aquela seja menos provável.
Não se deve esquecer que a atitude da Igreja Católica aos judeus, o judaísmo e o Estado de Israel experimentou uma notável transformação na última geração. Os históricos esforços dos papas João XXIII e João Paulo II significaram uma revolução nas relações judaico-católicas, que deixaram para trás o desprezo e a tolerância ao antissemitismo do passado. O Concílio Vaticano II (1961) rompeu com o passado ao rejeitar o mito da responsabilidade judaica na morte de Cristo e pavimentou o caminho da reconciliação da Igreja com o judaísmo. O papa João Paulo II seguiu a mesma senda e sob sua tutela se erradicou o desprezo pelo judaísmo que havia caracterizado a Igreja no passado. João Paulo II fez sua própria contribuição quando o Vaticano reconheceu formalmente Israel em 1993, pondo fim à oposição oficial da Igreja ao sionismo, enraizada na crença de que os judeus haviam sido condenados a errar e perdido o direito à sua pátria ancestral.
Desde então, as relações entre o estado judeu e a Igreja não têm sido sempre cor de rosa. As disputas motivadas pelas atitudes anti-israelenses dos palestinos cristãos têm seguido aí. Como parte de seu afã por congraçar-se com os países árabes, a Igreja adotou também políticas hostis a Israel. Seu empenho por culpar erroneamente os israelenses pelo declive da comunidade cristã palestina - fruto da crescente influência islamita - tem sido particularmente notável. Mas, apesar de tudo, seria um erro considerar a Igreja ou o Vaticano um inimigo de Israel particularmente rancoroso. Em todo o mundo, e especialmente nos Estados Unidos, os católicos chegaram a ser os melhores amigos e mais firmes aliados do estado judeu.
Pode ser que o papa Francisco considere que seu gesto aos palestinos suponha ser um remédio para a paz. O pontífice parece considerar uma aposta pela imparcialidade entre duas partes em conflito, e pode ser que seja completamente sincero em suas esperanças de que assim se relance o moribundo processo de paz.
Mas, com toda sua boa vontade, o Papa se equivoca ao pensar que dando aos palestinos semelhante reconhecimento contribui para o avanço do processo de paz. Ao contrário, ao garantir-lhes desta maneira um status oficial só alenta o líder da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, a obstruir os esforços para alcançar a paz.
Depois de tudo, se o autêntico objetivo de Abbas fosse um Estado palestino independente, poderia ter tido um em 2000-2001, quando seu antigo chefe Yasser Arafat recusou uma oferta israelense de criar seu estado, que incluía a maior parte da Margem Ocidental, Gaza e uma parte de Jerusalém. Abbas recusou uma oferta ainda melhor em 2008, como recusou negociar seriamente em 2013 e 2014 inclusive quando os israelenses aceitaram um marco negociador norte-americano cujo objetivo era uma solução baseada na existência de dois estados.
A campanha palestina para obter reconhecimento das Nações Unidas e de outros países é motivada por um desejo de evitar as conversações de paz, não por torná-las mais bem-sucedidas. Os palestinos querem um estado, mas não um disposto a reconhecer a legitimidade de um estado judeu vizinho, com independência nas fronteiras que se tracem. A Igreja está reconhecendo seu simulacro de estado e tornando mais fácil para Abbas se negar a negociar. Ao incorrer neste reconhecimento, que garante aos palestinos direitos sobre todos os territórios em disputa desde 1967, o Vaticano e outros estados europeus prejulgam condições que deveriam ser estabelecidas pelas partes, não por terceiros. De importância igual é o fato de que a Igreja ignora que já existe um estado palestino independente em tudo menos no nome em Gaza, sob o jugo tirânico dos terroristas do Hamas. Qual Palestina está reconhecendo a Igreja? O Hamastão ou a corrupta cleptocracia de Abbas? Com o Hamas ganhando popularidade, a perspectiva de que tome o poder na Margem Ocidental independente faz da retirada israelense uma fantasia, em vez de uma opção política viável.
Ainda que não se deveria questionar as boas intenções do papa, o movimento do Vaticano só serve para tornar menos provável a paz e não faz nada pelos cristãos do Oriente Médio, que sofrem a pressão insuportável dos islâmicos, não de Israel. Neste caso, até a imparcialidade socava as já minguadas esperanças de uma solução baseada em dois Estados.

Jonathan S. Tobin é editor sênior da revista on-line Commentary, em cujo site também mantém um blog. Foi editor-chefe da Jewish Exponent, da Filadélfia e do Connecticut Jewish Ledger. Seus textos apareceram no New York Post, The Jerusalem Post, The American Spectator, o Weekly Standard, The New York Times, The Christian Science Monitor, nos EUA e muitas outras publicações no mundo. Em 2006 recebeu a distinção única de ser nomeado tanto o melhor colunista editorial como o melhor crítico de artes na Filadélfia pela Sociedade dos Jornalistas Profissionais. Lecionou nos campi e organizações em todo o país. Ele aparece regularmente na NewsMaxTV, Sun News Network do Canadá e Fox News Radio. Ele também aparece na CNN, Fox News Channel, Fox Business Channel, BBC, PBS e vários outros meios de comunicação. 
Versão original em inglês publicada em Commentary e versão em espanhol na Revista El Medio, publicada em 15 de maio de 2015. Traduzido do site Por Israel.
Tradução: Szyja Lorber

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