Por Reinaldo Azevedo
Um indivíduo provoca pesadelos no PT: Ricardo Pessoa, o dono
da UTC Engenharia, apontado pelo Ministério Público como coordenador do suposto
cartel de empreiteiras. Ele era também, até outro dia, amigão de Lula. Consta
que os meses que passou na prisão abalaram suas certezas sobre essa amizade. E
ele estaria disposto a falar. Vai depor na semana que vem, em Brasília, depois
de ter feito um acordo de delação premiada, que, por alguma razão, demorou
bastante a sair.
A expectativa é que entregue o nome
de políticos.
Pessoa já confessou doações ao PT
feitas pelo caixa dois e lavadas na forma de contribuições legais. Só em 2014,
afirma, doou R$ 30 milhões a candidatos do PT. Contratou ainda os serviços da
empresa de consultoria de José Dirceu. À diferença de alguns outros
empreiteiros, que já andaram conversando, ainda que indiretamente, com seus
antigos parceiros - sim, eu me refiro aos petistas -, consta que o dono
da UTC anda refratário a qualquer tipo de aproximação. Verdade ou não, veremos
com o andamento dos fatos.
Consta que Pessoa vai entregar
políticos que participaram da lambança. Haverá ainda personagens a revelar? E
isso me dá a oportunidade de, mais uma vez, lhes propor uma reflexão.
Você já atentaram para a lista de
políticos oficialmente enrolados no petrolão? Com todo o respeito e
ressalvando-se uma exceção ou outra, trata-se de uma coleção de mediocridades.
Alguns deles não devem ter influência nem no condomínio em que moram. Sim, há
gente graúda, como o senador Renan Calheiros (AL) e o deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), respectivamente presidentes do Senado e da Câmara. Mas, reitero, são
casos excepcionais. E a ironia das ironias: os investigados mais graduados são…
peemedebistas.
O que estou a dizer, em suma, é que
sempre me causa estranheza que um escândalo dessa magnitude tenha como
protagonistas apenas empreiteiros, figuras do Legislativo e ex-diretores da
Petrobras. Sim, há um peixão petista: João Vaccari Neto. Mas para por aí. Cadê
o Poder Executivo nessa história?
É simplesmente impossível que esquema
criminoso tão azeitado não estivesse obedecendo a um comando político ao qual,
certamente, toda aquela gente se subordinava. Quem sabe Pessoa seja a esperança
de chegar, vamos dizer, ao mandante ou aos mandantes.
Tomara!
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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