Por Reinaldo Azevedo
Chegará
ao fim, ao término de 2016, o que nunca deveria ter começado: a participação
brasileira na Missão de Paz da ONU que atua no Haiti. O Brasil chefia a
dita-cuja. Não é uma decisão tomada em Brasília. Na verdade, a ONU fará até o
fim do ano que vem a retirada total, e, assim, o contingente de 1.343
brasileiros voltará para casa. Até o fim do ano, será reduzido a 850. As
informações foram prestadas pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, durante
audiência no Senado nesta quinta.
A aventura brasileira no Haiti começou em 2004, naquele esforço
buliçoso de Lula para demonstrar que o nosso país havia mudado de patamar no
cenário internacional. Aceitar a missão era parte do esforço em favor de um
assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o que acabou, como se sabe,
não acontecendo. Não fosse o desinteresse das cinco potências em mexer na
composição - refiro-me a EUA, Rússia, França, Reino Unido e China -, há a
política externa caduca do Itamaraty nos últimos 12 anos.
O que foi que o Brasil ganhou com a ação no Haiti? Resposta: nada!
Na verdade, torrou, segundo o ministro, até agora, R$ 2,3 bilhões. A ONU
ressarciu R$ 1 bilhão, e o resto foi para o ralo.
E o que fazem os nossos homens no Haiti? Cuidam da paz? Com alguma
frequência, tiveram, coitados!, de se meter em guerra entre bandidos comuns e a
Polícia Nacional do Haiti (PNH). Uma das missões dos nossos pobres soldados foi
pacificar a maior favela de Porto Príncipe. Ou por outra: em terras nativas, os
nossos soldados não atuam em favelas; em solo estrangeiro, sim.
O que ganharam as Forças Armadas brasileiras? Tecnologia? Não.
Experiência em conflitos internacionais? Não. Respeito do mundo em razão de seu
esforço? Ninguém dá bola para o Haiti. Torramos, então, por nada R$ 1,3 bilhão;
muitos dos nossos soldados contraíram chikungunya e pusemos o país na rota da
emigração em massa de haitianos. Lula mandou mil e poucos soldados para o
Haiti, e o Haiti mandou muitos milhares de haitianos para cá. Só neste ano, já
entraram, pela rota do Acre, 6.146. O governador daquele Estado, Tião Viana
(PT), teve uma ideia para resolver o seu problema: mandá-los para São Paulo.
Desde a crise política que acabou resultando no envio de
brasileiros para aquele país, estima-se em pelo menos 130 mil o número de
haitianos que entraram no Brasil - a esmagadora maioria chegou por intermédio
da rede criminosa que faz tráfico de pessoas.
E esse é o resumo de mais uma ideia genial parida pela mente
divinal de Luiz Inácio Lula da Silva. O país torrou R$ 1,3 bilhão, teve um
ganho militar e político igual a zero e recebeu 130 mil imigrantes, que vieram
compartilhar a vida miserável dos nossos pobres.
Parabéns, Lula! Não é qualquer um que realiza tantos prodígios com
uma só estupidez.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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