Por
Reinaldo Azevedo
O presidenciável tucano Aécio Neves afirmou que, caso não se
eleja presidente da República, o PSDB será oposição ao próximo governo. Está
admitindo a derrota? Não. Está sendo realista. Aécio disputa a Presidência, mas
também é presidente do PSDB, e só um lunático não admitiria que a situação é
bastante difícil. Está anunciando uma postura intransigente? Não! Está sendo
apenas lógico. Vamos ver.
Não sendo ele o presidente, será Dilma Rousseff ou Marina Silva.
No primeiro caso, como é dado, as posições são inconciliáveis. Existe uma
neobabaquice em curso, que expressa ódio à democracia, segundo a qual as
posições inelutavelmente inconciliáveis entre PSDB e PT fariam mal ao país. Uma
ova! No mundo inteiro, a democracia é bipartidária, pra começo de conversa, sem
trânsfugas. Isso é papo furado, de um lado, de supostos ultraliberais - que confundem
economia de mercado com economia de supermercado - e, de outro, da extrema
esquerda sociopata. Não se trata de dois extremos que se encontram. Dois
extremos nunca se encontram. Eles apenas existem fora da realidade, cada um a
seu modo.
Juntar PSDB e PT como? Há dias, Dilma Rousseff afirmou que o
Brasil, sob FHC, estava pior do que a Argentina sob Cristina Kirchner. Se o
Deus do Velho Testamento fosse ainda tão rigoroso como soía, teria fulminado a
governanta com um raio. Juntar PSDB e PT é sonho de quem acha que pode unir
Israel com o Hamas, entenderam? Claro! Sempre há os delinquentes intelectuais
que sonham pôr fim ao Hamas e… a Israel!
E com Marina? Bem, a mulher anuncia que governará acima dos
partidos e que legendas não terão a menor importância no seu governo. Logo…
Segundo Walter Feldman em conversa com lojistas dos Jardins, no caso de vitória
de Marina, o destino do PSDB é o fim. Diante disso, dizer o quê? Na conversa
com os investidores do Bank os America, os "vocalizadores" de Marina repetiriam
a mesma cascata e acenaram até com um tal "Comitê de Busca dos Homens de Bem".
É um delírio sem par na história da República.
Logo, antes que Aécio anunciasse que o PSDB será oposição a um
eventual governo Marina, Marina anunciou que o PSDB será oposição a seu
eventual governo - desde, claro, que queria se comportar como partido. Na mesma
reunião, Beto Albuquerque demonstrou a confiança de que a peessebista atrairia
o baixo clero, que sempre pende para quem vence. Assim, sem a colaboração dos
partidos, anunciam que farão a reforma política, tributária, fiscal e do
Estado. Além, claro, de melhorar os serviços públicos, a saúde e a educação.
Reitero: para que cheguemos ao Paraíso, só faltam a cobra e a
maçã.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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