Por Reinado Azevedo
A Folha de São Paulo publica nesta sexta pesquisa Datafolha sobre intenção de voto para
presidente da República. Fica difícil escolher que número é o pior para a presidente
Dilma Rousseff (PT), mas, parece-me, como vocês verão, que o mais dramático nem
está no mais óbvio. Já chego lá. Vamos ao que é mais vistoso: em relação à
pesquisa anterior do instituto, de 7 e 8 de maio, Dilma caiu três pontos: de
37% para 34%; o tucano Aécio Neves oscilou de 20% para 19%, e Eduardo Campos
caiu de 11% para 7% - o que é também um péssimo resultado.
Alguém poderia dizer que a boa notícia para Dilma é que, há um
mês, os dois principais candidatos de oposição, somados, tinham 31 pontos e,
agora, têm 26. Mas eu lhes proponho uma outra leitura: em fevereiro, Dilma
tinha 44% das intenções de voto, e Aécio e Campos somavam 25 - uma diferença de
19 pontos. Quatro meses depois, eles têm 26, mas Dilma está com 34 - uma
diferença de 8 pontos. Os dois candidatos de oposição, é verdade, avançaram
pouco, mas a presidente despencou.
Segundo turno
A outra má notícia para Dilma, péssima mesmo, está nos números do segundo turno. Há quatro meses, ela venceria Aécio por 54% a 27%, o dobro dos votos. Nesta pesquisa Datafolha, a presidente aparece com 46%, e o tucano, com 38% - a diferença diminuiu espantosos 19 pontos e é, agora, de apenas 8. Ele avançou 11, e ela caiu 8.
A outra má notícia para Dilma, péssima mesmo, está nos números do segundo turno. Há quatro meses, ela venceria Aécio por 54% a 27%, o dobro dos votos. Nesta pesquisa Datafolha, a presidente aparece com 46%, e o tucano, com 38% - a diferença diminuiu espantosos 19 pontos e é, agora, de apenas 8. Ele avançou 11, e ela caiu 8.
Pessimismo
Cresceu o pessimismo com a economia, informa a pesquisa. Apenas 26% dizem que a situação econômica do país vai melhorar. Para 36%, vai piorar, e 32% dizem que ficará na mesma. Nada menos de 64% acham que a inflação vai aumentar, e só 7% acreditam na queda; outros 21% avaliam que ficará como está. Se 18% anteveem que o desemprego vai cair, 48% pensam que vai subir, e só 28% creem na estabilidade dos números.
Cresceu o pessimismo com a economia, informa a pesquisa. Apenas 26% dizem que a situação econômica do país vai melhorar. Para 36%, vai piorar, e 32% dizem que ficará na mesma. Nada menos de 64% acham que a inflação vai aumentar, e só 7% acreditam na queda; outros 21% avaliam que ficará como está. Se 18% anteveem que o desemprego vai cair, 48% pensam que vai subir, e só 28% creem na estabilidade dos números.
Rejeição
Outra notícia ruim. Caiu a rejeição a Aécio e Campos em relação à pesquisa anterior: o tucano tinha 31%, e o peessebista, 33%. Ambos aparecem agora com 29%. Dilma se manteve nos 35% e é agora a candidata mais rejeitada.
Outra notícia ruim. Caiu a rejeição a Aécio e Campos em relação à pesquisa anterior: o tucano tinha 31%, e o peessebista, 33%. Ambos aparecem agora com 29%. Dilma se manteve nos 35% e é agora a candidata mais rejeitada.
A colheita de números negativos ainda não terminou. Em fevereiro,
21% achavam o governo Dilma ruim ou péssimo; agora, são 28%; os que o
consideram ótimo ou bom caíram de 37% para 33%, e os que o veem como regular
passaram de 41% para 38%.
Mudança
Entendo, no entanto, que o pior número para Dilma é aquele ao qual a imprensa tenderá a dar menos visibilidade.
Entendo, no entanto, que o pior número para Dilma é aquele ao qual a imprensa tenderá a dar menos visibilidade.
Nada menos de 74% dos que responderam a pesquisa esperam que as
ações do próximo governo sejam diferentes das que aí estão, e só 21% querem
mais do mesmo. Quando indagados sobre quem poderia, então, operar essas
mudanças, o nome mais lembrado ainda é o de Lula, com 35%, mas quem aparece em
seguida, com 21%, é o tucano Aécio Neves. Dilma está apenas em terceiro, com
16%. Vale dizer: as pessoas querem outro rumo para o país e não acham que a
atual presidente seja capaz de liderar a transformação.
Alguma boa notícia pra ela? Umazinha. Dizem que votariam num
candidato apoiado por Lula 36% dos que responderam a pesquisa, mesmo índice dos
que o rejeitariam por isso - e 24% afirmam que poderiam votar. Não endossariam
um nome com apoio de FHC 57% dos entrevistados, contra 12% que fariam essa
escolha - 24% poderiam votar. Na pesquisa, o segundo eleitor mais influente é
Joaquim Barbosa: 26% escolheriam um nome que contasse com o seu apoio, mesmo índice
dos que considerariam essa possibilidade. Mas 36% rejeitariam um postulante que
ele indicasse.
Que conclusões tirar dessa pesquisa? Muito objetivamente, vamos
lá:
1: Dilma não vence mais no primeiro turno. Ela teria hoje 34% dos votos, e seus adversários, considerados os demais nomes, somam 35%.
2: A diferença no segundo turno se estreita dramaticamente.
3: O eleitorado quer mudanças, e Dilma não é vista como a pessoa capaz de operá-las.
1: Dilma não vence mais no primeiro turno. Ela teria hoje 34% dos votos, e seus adversários, considerados os demais nomes, somam 35%.
2: A diferença no segundo turno se estreita dramaticamente.
3: O eleitorado quer mudanças, e Dilma não é vista como a pessoa capaz de operá-las.
Esta sexta-feira será tensa no PT, e as viúvas de Lula voltarão a
se assanhar.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário