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Orient CinePlace Boulevard 14 a 20

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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Retrato em movimento de um projeto



No lançamento do documentário "O Imaginário de Juraci Dórea no Sertão: Veredas", de Tuna Espinheira, na noite de terça-feira, 15, no Centro de Cultura Amélio Amorim, a distribuição de folheto com textos do próprio Tuna ("A hora e a vez do filme"), de Josias Pires ("Sobre a impermanência da memória") e de Dimas Oliveira ("Retrato em movimento de um projeto"), que se segue:
Quando tudo já havia sido experimentado, perto do final do século passado, Feira de Santana, através de seu artista símbolo, Juraci Dórea apareceu na décima oitava edição da Exposição Internacional de Arte - a Bienal de Veneza.
A abertura foi no dia 26 de junho de 1988 e eu estava lá acompanhando o artista com sua obra aberta, de uma singularidade significativa que se ocupava em buscar a afirmação de uma identidade brasileira e as raízes culturais.
Mais de um quarto de século depois, a mesma obra de Juraci Dórea, com cor, cheiro e alma da terra, é tema de documentário de um cineasta antenado, Tuna Espinheira, "O Imaginário de Juraci Dórea no Sertão: Veredas". De novo, estou presente na realização.
Nas belas imagens captadas a transposição do pardo requeimado das caatingas, cenário de esculturas de couro e madeira.
Em Veneza, espinhos, cascalho e bosta de vaca foram componentes da instalação no pavilhão brasileiro, sendo que este último causou certo frisson na considerada bem-comportada Bienal, pois sendo polemizado, ganhando espaço em jornais como "Il Gazzettino" e "Corriere Della Sera". Então, ficou a constatação de um equívoco: os sensíveis narizes europeus não conseguiram entender que o cheiro era do couro curtido utilizado nas esculturas e não do estrume que compunha o ambiente.
Agora, a criação estética cinematográfica de Tuna amplia mais ainda a autenticidade do trabalho Juraci, com sensibilidade e qualidade nas imagens. Um retrato em movimento de um projeto artístico feirense, baiano, brasileiro, universal. Que os olhos de todos assistam, contemplando os "52 sertanejos minutos" da lavra do cineasta. La nave va... 

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