Por Reinaldo Azevedo
Como a Fada Sininho do Peter Pan - para lembrar mais uma vez texto
de Diogo Mainardi -, pessoas que se dizem, ou são ditas, intelectuais,
colunistas e artistas se esforçam para dissociar o Psol dos atos violentos dos
black blocs. O esforço é asqueroso porque, para defender a sua tese mentirosa,
sustentam que houve e está havendo uma superexploração da morte do cinegrafista
Santiago Andrade. Pois bem, leiam a reportagem anterior.
Em setembro, durante o movimento Ocupa Câmara, no Rio, os black
blocs espancaram um rapaz colombiano que participava do movimento porque ele
foi acusado de roubar R$ 500 dos "revolucionários" que lá estavam. O jovem foi
parar no hospital. Repita-se: os black blocs, que saem por aí quebrando e
incendiando o que lhes dá na telha, decidiram que têm também o poder de polícia
e que lhes cabe se comportar como Justiça e executores das penas. Entendo: a
extrema esquerda não reconhece os tribunais burgueses.
Agora vêm as perguntas e as respostas que aqueles intelectuais,
colunistas e artistas querem esconder: quem comandava o movimento "Ocupa
Câmara"? Quem se encarregava da infraestrutura? Quem cuidava da logística da
ocupação? Quem lhe dava interlocução política? Resposta: o Psol. Qual Psol
exatamente? Resposta: o Psol do sr. Marcelo Freixo, deputado estadual do Rio de
Janeiro e metido a pensador alternativo. O fato de ele ter combatido as
milícias não o coloca acima do bem e do mal e acima dos fatos.
Está claro: o Psol comandava a parte civil da ocupação, e os black
blocs respondiam pela área militar do acampamento; faziam o trabalho de
polícia.
Está aí mais uma evidência, como se faltassem outras, da
associação definitivamente criminosa de um partido com um bando. A propósito:
ainda que em escala menor, essa atuação dos mascarados é muito diferente do que
fazem os justiceiros e as milícias - práticas que qualquer pessoa civilizada
deve repudiar? Parece-me que não. Mas as Fadas Sininho querem levar a bomba do
pirata para explodir longe do Peter Pan dos socialistas com vista para o mar.
Os idiotas tentam distorcer os fatos com a ideologia e gritam: "Querem demonizar o Psol!". Demonizar por quê? Qual é a força efetiva desse partido?
Mobiliza as massas, as maiorias, a população em geral? A resposta é negativa.
Ninguém está sendo demonizado. Trata-se apenas de reconhecer autorias.
Ocorre que esse partido reúne uns dois ou três que são queridinhos
de parte da imprensa, dos artistas e de ditos intelectuais. Além de Marcelo
Freixo, há os deputados federais Chico Alencar e Jean Wyllys, do Rio, e o
senador Randolfe Rodrigues, do Amapá. A propósito: até agora, não se ouviu uma
única palavra desses "líderes" condenando a violência - nada!
Para encerrar: de resto, é mentira que a dita "mídia" tenha
decidido levar adiante a pauta da vinculação entre Psol e outros financiadores
e os black blocs. Ao contrário: o assunto sumiu da imprensa, Imaginem vocês se
alguém descobrisse que vereadores e até um delegado doaram dinheiro para um "ato beneficente" de um grupo de extrema direita. Imaginem vocês se um partido
considerado de "extrema direita" promovesse ações conjuntas com mascarados
truculentos. A Polícia Federal já teria sido acionada, a grita na imprensa
seria insuportável, e todos já estariam, COM RAZÃO, na cadeia. Como, no fim das
contas, são apenas "camaradas" que querem mudar o mundo, por que eles não podem
espancar e matar de vez em quando?
Sendo quem são e pensando o que pensam, há quem ache muito
razoável que os black blocs sejam o Psol de máscara e que o Psol seja os black
blocs com cara limpa e muita cara de pau.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário