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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Uma mistura que emplacou!

Arte e paisagismo formam uma combinação perfeita quando o objetivo é criar jardins singulares e modernos. E os apreciadores do bom design agradecem a oportunidade de conferir peças majestosas e belas enquanto respiram o ar puro desse reduto verde
1. As obras de arte, quando dispostas de maneira adequada, valorizam ainda mais o projeto paisagística; 2. A imponente peça #076, de César Lins, encontra-se em total sintonia com o paisagismo criado por Lúcia Borges, Márcio Augusto Ferreira e Marilu Drummond (Fotos: Henrique Gualtieri)
Foi-se o tempo em que anões, sapos e outras criaturas dos contos de fadas davam vida e graça aos jardins. Os paisagistas estão apostando, cada vez mais, em ideias ousadas para compor esse espaço. A inspiração na hora de projetar o design da paisagem parece vir da arte, especificamente daquela considerada a quarta das artes plásticas: a escultura.
A paisagista Lúcia Borges conta como começou a ação de empregar esculturas nos jardins: “Na Grécia antiga já acontecia esse movimento. Estátuas de deuses emprestaram a vários espaços seu charme e beleza. Os jardins mais clássicos também exploram da imponência das esculturas”. Mas, somente após o modernismo as esculturas com formas geométricas e abstratas surgiram, e com força total. “A partir daí, o uso de grandes esculturas em praças, parques e jardins começa a ser adotado”, lembra Lúcia.
Segundo o artista plástico César Lins, as esculturas não emprestam apenas a beleza aos jardins. “Quando inseridas de maneira adequadas, reforçam os valores e propostas criados pelo paisagista para aquele espaço. Além disso, ao inserir um ícone distinto e de personalidade própria, o ambiente também se torna único e autêntico”, explica.
O profissional destaca que o diálogo e a interação entre a peça e o paisagismo é fundamental: “Quando acontece esse intercâmbio, a curiosidade das pessoas é despertada. Logo, muita gente vai se aproximar para conferir e contemplar o que está ornamentando aquele jardim, suas proporções e medidas, cores, formatos etc. O processo criativo torna-se mais visível e valorizado”.
César defende que a instalação correta da obra no jardim confere harmonia a este ambiente. “A disposição adequada da escultura evita que a mesma entre em conflito com o espaço e os outros itens que o compõe. Desta forma, a obra deve ser criada levando-se em consideração as dimensões do jardim e suas peculiaridades. Peças maiores, por exemplo, pedem espaços abertos, amplos e mais simples. O artista e o paisagista devem ter essa sensibilidade”, ressalta César, que emprestou a beleza de uma de suas esculturas para um jardim projetado por Lúcia Borges: “É uma bela escultura com forma e cor marcante traz sofisticação e requinte ao ambiente”, elogia a paisagista.
(Com informações de Ana Paula Horta e Fernanda Pinho, da Mão Dupla Comunicação)

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