Por Reinaldo Azevedo
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, espera a eleição da direção do DEM para decidir o que fazer. Uma das hipóteses é fundar uma nova legenda. Poderia mudar de partido e alegar, na Justiça eleitoral, caso lhe tentassem tomar o mandato, que foi prejudicado por uma ursada feita pelo grupo de Rodrigo Maia numa ata oficial, o que lhe cassou poderes. É verdade. Deputados teriam dificuldades, no entanto, para seguir o prefeito. Alegariam o quê? Bem, com certo escárnio, dada a declaração de hoje de Maia, talvez pudessem dizer que esperavam estar num partido de oposição e se viram num partido de situação… Ocorre que o prefeito não está necessariamente liderando uma dissidência antigovernista. Hoje ele se encontra com Eduardo Campos, governador de Pernambuco, chefe máximo do PSB, que o corteja.
A lei que está aí, se não for mudada - e ela pode ser, já falo a respeito - abre uma brecha para o caso de criação de uma nova legenda. Nesse caso, Kassab pode, sim, levar uma fatia importante do DEM. O que é espantoso, o que é estupefaciente, é que a atual direção do partido não faz o menor esforço em favor da união. Vejam o caso da declaração de Rodrigo Maia, nesta quarta, em defesa do corte do Orçamento. Um presidente de partido consulta suas bases antes de falar. Olímpico, declarou o que lhe deu na telha e pronto!
Talvez tivesse em mente marcar uma diferença em relação ao PSDB, por exemplo, especialmente no dia em que José Serra visitava o Congresso. Vai saber o que se passou por sua cabeça. Se há nisso uma estratégia, não há como ela colaborar para fortalecer o Democratas. Nesta quarta, ACM Neto (BA), do grupo de Rodrigo e eleito líder do partido na Câmara, esteve em São Paulo. Oficialmente, está num esforço para manter Kassab no partido. Nos bastidores, ninguém leva o esforço muito a sério. Há mais ingredientes nessa história.
Assumidamente, Rodrigo e Neto pertencem à chamada ala "aecista" do partido, aquela que obedece à liderança do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Pois bem, sendo assim, deve-se supor que esse rasgo de "governismo" do DEM se deve a uma estratégia que, no fim da trajetória, conduziria Aécio à Presidência? Na liderança na Câmara, o que fará Neto? Vai se juntar a Cândido Vaccarezza (PT-SP) para combater os oposicionistas malvados que brigam por um salário mínimo maior? Uma ação deliberada, organizada, metódica, para destruir o partido não conseguiria ser mais eficiente.
E só para encerrar: não se descarte que a maioria governista possa abrir uma janela para a mudança de partido. Se isso acontecer, adivinhem quais seriam as legendas mais prejudicadas. O governo Dilma, já se vê no horizonte, dará muitos motivos para uma oposição consistente. Então é preciso golpeá-la o mais cedo possível - como se já não fosse fraca o bastante.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, espera a eleição da direção do DEM para decidir o que fazer. Uma das hipóteses é fundar uma nova legenda. Poderia mudar de partido e alegar, na Justiça eleitoral, caso lhe tentassem tomar o mandato, que foi prejudicado por uma ursada feita pelo grupo de Rodrigo Maia numa ata oficial, o que lhe cassou poderes. É verdade. Deputados teriam dificuldades, no entanto, para seguir o prefeito. Alegariam o quê? Bem, com certo escárnio, dada a declaração de hoje de Maia, talvez pudessem dizer que esperavam estar num partido de oposição e se viram num partido de situação… Ocorre que o prefeito não está necessariamente liderando uma dissidência antigovernista. Hoje ele se encontra com Eduardo Campos, governador de Pernambuco, chefe máximo do PSB, que o corteja.
A lei que está aí, se não for mudada - e ela pode ser, já falo a respeito - abre uma brecha para o caso de criação de uma nova legenda. Nesse caso, Kassab pode, sim, levar uma fatia importante do DEM. O que é espantoso, o que é estupefaciente, é que a atual direção do partido não faz o menor esforço em favor da união. Vejam o caso da declaração de Rodrigo Maia, nesta quarta, em defesa do corte do Orçamento. Um presidente de partido consulta suas bases antes de falar. Olímpico, declarou o que lhe deu na telha e pronto!
Talvez tivesse em mente marcar uma diferença em relação ao PSDB, por exemplo, especialmente no dia em que José Serra visitava o Congresso. Vai saber o que se passou por sua cabeça. Se há nisso uma estratégia, não há como ela colaborar para fortalecer o Democratas. Nesta quarta, ACM Neto (BA), do grupo de Rodrigo e eleito líder do partido na Câmara, esteve em São Paulo. Oficialmente, está num esforço para manter Kassab no partido. Nos bastidores, ninguém leva o esforço muito a sério. Há mais ingredientes nessa história.
Assumidamente, Rodrigo e Neto pertencem à chamada ala "aecista" do partido, aquela que obedece à liderança do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Pois bem, sendo assim, deve-se supor que esse rasgo de "governismo" do DEM se deve a uma estratégia que, no fim da trajetória, conduziria Aécio à Presidência? Na liderança na Câmara, o que fará Neto? Vai se juntar a Cândido Vaccarezza (PT-SP) para combater os oposicionistas malvados que brigam por um salário mínimo maior? Uma ação deliberada, organizada, metódica, para destruir o partido não conseguiria ser mais eficiente.
E só para encerrar: não se descarte que a maioria governista possa abrir uma janela para a mudança de partido. Se isso acontecer, adivinhem quais seriam as legendas mais prejudicadas. O governo Dilma, já se vê no horizonte, dará muitos motivos para uma oposição consistente. Então é preciso golpeá-la o mais cedo possível - como se já não fosse fraca o bastante.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

2 comentários:
A oposição segue sem consistência, sem um grande líder, sem um apaziguador!
Dimas, acho que vou de lexotan e descansar prá pensar nisso, amanhã.
Mas acho que depois que Agripino Maia tomar as rédeas do partido, a coisa acalma.
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