Por Reinaldo Azevedo
Como muitos de vocês devem ter visto, houve 25 assassinatos em Salvador neste fim de semana. Alguém está surpreso? O índice de homicídios da cidade é de 61 por 100 mil. Um escândalo! Em São Paulo, a maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo, está abaixo de 10, o que caracteriza, segundo a Organização Mundial da Saúde, violência não-epidêmica. Alguém está surpreso com o que acontece na Bahia? Os leitores deste blog não estão.
Em abril do ano passado, foram divulgados os dados sobre o Mapa da Violência, com índices de homicídio de todas as capitais entre 1997 e 2007. Escrevi largamente a respeito. Com os dados do mapa, eu mesmo me encarreguei de fazer um cruzamento, que deu um trabalhão filho da mãe: a evolução dos índices entre 2002 (último ano do governo FHC) e 2007. Revejam a tabela. Volto em seguida.
Em abril do ano passado, foram divulgados os dados sobre o Mapa da Violência, com índices de homicídio de todas as capitais entre 1997 e 2007. Escrevi largamente a respeito. Com os dados do mapa, eu mesmo me encarreguei de fazer um cruzamento, que deu um trabalhão filho da mãe: a evolução dos índices entre 2002 (último ano do governo FHC) e 2007. Revejam a tabela. Volto em seguida.
A Bahia tinha, em 2002, 13 homicídios por 100 mil habitantes; em 2007, já eram 25,7 - um salto de 97%! Houve aumento significativo de homicídios em sete dos nove estados do Nordeste. Escrevi então:O trabalho não faz o cotejamento dos números de 2002 com os de 2007 - os últimos disponíveis. Esse cruzamento é meu, extraído do quadro geral que traz dados desde 1997. Já há, pois, uma série histórica de dez anos. Sim, fiz tal comparação porque quis saber o que aconteceu com o número de homicídios em cinco anos de governo Lula, aqueles da grande revolução como “nunca antes na história destepaiz”. Escolhi tal cruzamento de dados também porque o presidente da República já disse em mais de uma oportunidade que prefere fazer escolas a fazer presídios, como se fossem coisas excludentes ou permutáveis. Não só isso: já afirmou que o que faltou ao bandido foi oportunidade, por culpa, claro!, de todos os governos que o antecederam.
Vejam lá a última linha da tabela. Entre 2002 e 2007, houve uma queda de 11,57% no número de homicídios por cem mil habitantes. QUEM PODE SE ORGULHAR DISSO? RESPONDO: SÃO PAULO!!!
Distribuição de renda e violência
Vejam a tragédia da violência no Nordeste. Dos nove estados, houve uma pequena redução de homicídios em Pernambuco (embora os números do Estado sejam escandalosos) e no Sergipe. Nos demais, o número de homicídios teve um aumento brutal. Na Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte e Alagoas, o crescimento é escandaloso. Das 27 unidades da federação, houve uma redução - no mais das vezes, pequena - em apenas 12.
Então a economia não cresceu no período, especialmente no Nordeste? Não é esta a região que concentra hoje o maior número de beneficiários do Bolsa Família? Há dados que chegam a ser desmoralizantes para os trouxas que pretendem vincular maior crescimento da economia e maior assistencialismo à redução da violência.
Peguemos o caso da Bahia entre 1997 e 2002, aquele tempo em que, segundo Lula, não havia Brasil. Em 1997, o estado teve 15,5 mortos por 100 mil; em 2002, 13. Redução de 16%. Durante a revolução lulista, o número saltou para 25,7 por 100 mil: aumento de 97,7%!!! Será que o crescimento e o assistencialismo fazem crescer o número de homicídios? Ora, não sejamos estúpidos!
Os números demonstram de forma cabal que não há uma relação de causa e efeito entre crescimento e distribuição de renda e violência - e o homicídio é certamente a sua pior manifestação não é mesmo?
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

Um comentário:
Dimas, tenho visto na TV notícias sôbre o aumento da criminalidade por aí. Muita coincidência, depois que êsse governador Dewagar Quase Parando tomou posse, os bandidos se sentiram em casa, heim?
Enquanto nos outros estados, o movimento dos governadores é no sentido de diminuir esta vergonha, aí, pouco se faz, pelo visto. O povo é que tem que dar um basta, fazer movimentos, estas coisas ou só Deus sabe.
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