Um texto na Folha Online que trata a verdade e a mentira como versões equivalentes
Há coisas que leio com as quais não me conformo. Não têm nada a ver com viés ideológico, não!, o que não quer dizer que eu evite embates dessa natureza. Não evito. São legítimos. O que tem me espantado em áreas do jornalismo é o rebaixamento do fato à categoria de mera “versão”. Aí, a força política que for mais influente ganha. Querem ver um exemplo? Às 8h56 de hoje, a Folha Online pôs o seguinte texto no ar - é bom lembrar que já contestei o conteúdo da fala da candidata em post de ontem. O que me interessa agora, reitero, é a reportagem em si, que segue em vermelho. Vou de azul:
Dilma diz que não nomeou mulher de membro das Farc
Nomeou, como está provado. Mas sigamos.
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou ontem ter relação com a contratação, por parte do governo, da mulher de Olivério Medina - representante informal das Farc no Brasil.
Ele não é “representante informal” das Farc no Brasil pela simples, óbvia e boa razão de que não há “representantes formais” dos narcoterroristas. O grupo não está registrado, sei lá, em cartório. Os e-mails no laptop de Raúl Reyes, o pançudo morto no Equador para honra e glória dos seres humanos, demonstram que Medina é membro da direção da organização.
O governo Lula é acusado por integrantes da oposição de ter levado, em 2006, Angela Maria Slongo, mulher de Medina, para a então Secretaria da Aquicultura e Pesca.
Segundo denúncias, Dilma teria assinado o pedido de cessão da servidora, que antes trabalhava na Secretaria de Educação do Paraná.
Como é que é? O governo é ACUSADO por integrantes da oposição? Uma ova! Levou, sim, Angela Slongo para o Ministério da Pesca. Dilma não “teria assinado” coisa nenhuma. Ela assinou! A prova está aqui. Ou a Folha acha que um documento oficial é mera acusação da oposição? Que coisa impressionante!
Ontem, horas antes de ir ao primeiro debate dos presidenciáveis, Dilma não negou nem confirmou que tenha assinado o pedido. Ela disse que os pedidos de cedência de funcionários de Estados para o governo federal precisam passar pela Casa Civil, mas são “protocolares”.
Ah, então, como ela não negou nem confirmou, o jornalismo manda o fato às favas e deixa o leitor na mão, é isso? São pedidos protocalares? A reportagem se esqueceu de informar aos leitores que Olivério Medina relata em um dos e-mails a Raúl Reyes que se tratou de uma operação de “proteção” à sua mulher, previamente combinada. Ora, os fatos que se danem, né? Estamos numa mera guerra de versões.
A candidata foi questionada pela Folha sobre como reagiria à acusação, caso fosse tema do debate, de que ela assinou o pedido quando era ministra: “Eu faço [fazia, quando ministra] pedidos de cedência protocolares, mas nomeação eu não faço”, disse ela. “Se foi pedido de cedência, a Casa Civil é responsável pela relação com todos os Estados da Federação”.
A petista disse que o tema é “uma tentativa de tornar esta questão [a relação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia com o PT] uma questão eleitoral”. Ela afirmou que a oposição, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), também teve encontros com as Farc.
“É só vocês fazerem uma pesquisa nos jornais e ver quantas vezes a oposição também recebeu as Farc. Aliás, até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se eu não me engano, soltou o marido dessa senhora. Eu não vou usar esses fatos para ficar especulando sobre uma relação entre a oposição e as Farc. Agora, se a oposição quer fazer, acho que é uma atitude que não é correta.”
A candidata se disse tranquila para o debate e comentou o crescimento das vagas de emprego formal no país.
A isso, já respondi num post de ontem. É só fazer a pesquisa para constatar que Dilma não está falando a verdade. Mas nem esse convite foi aceito por parte da imprensa. Talvez venhamos a nos envergonhar destes dias - é a hipótese otimista. Talvez não. Nesse caso…
Há coisas que leio com as quais não me conformo. Não têm nada a ver com viés ideológico, não!, o que não quer dizer que eu evite embates dessa natureza. Não evito. São legítimos. O que tem me espantado em áreas do jornalismo é o rebaixamento do fato à categoria de mera “versão”. Aí, a força política que for mais influente ganha. Querem ver um exemplo? Às 8h56 de hoje, a Folha Online pôs o seguinte texto no ar - é bom lembrar que já contestei o conteúdo da fala da candidata em post de ontem. O que me interessa agora, reitero, é a reportagem em si, que segue em vermelho. Vou de azul:
Dilma diz que não nomeou mulher de membro das Farc
Nomeou, como está provado. Mas sigamos.
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou ontem ter relação com a contratação, por parte do governo, da mulher de Olivério Medina - representante informal das Farc no Brasil.
Ele não é “representante informal” das Farc no Brasil pela simples, óbvia e boa razão de que não há “representantes formais” dos narcoterroristas. O grupo não está registrado, sei lá, em cartório. Os e-mails no laptop de Raúl Reyes, o pançudo morto no Equador para honra e glória dos seres humanos, demonstram que Medina é membro da direção da organização.
O governo Lula é acusado por integrantes da oposição de ter levado, em 2006, Angela Maria Slongo, mulher de Medina, para a então Secretaria da Aquicultura e Pesca.
Segundo denúncias, Dilma teria assinado o pedido de cessão da servidora, que antes trabalhava na Secretaria de Educação do Paraná.
Como é que é? O governo é ACUSADO por integrantes da oposição? Uma ova! Levou, sim, Angela Slongo para o Ministério da Pesca. Dilma não “teria assinado” coisa nenhuma. Ela assinou! A prova está aqui. Ou a Folha acha que um documento oficial é mera acusação da oposição? Que coisa impressionante!
Ontem, horas antes de ir ao primeiro debate dos presidenciáveis, Dilma não negou nem confirmou que tenha assinado o pedido. Ela disse que os pedidos de cedência de funcionários de Estados para o governo federal precisam passar pela Casa Civil, mas são “protocolares”.
Ah, então, como ela não negou nem confirmou, o jornalismo manda o fato às favas e deixa o leitor na mão, é isso? São pedidos protocalares? A reportagem se esqueceu de informar aos leitores que Olivério Medina relata em um dos e-mails a Raúl Reyes que se tratou de uma operação de “proteção” à sua mulher, previamente combinada. Ora, os fatos que se danem, né? Estamos numa mera guerra de versões.
A candidata foi questionada pela Folha sobre como reagiria à acusação, caso fosse tema do debate, de que ela assinou o pedido quando era ministra: “Eu faço [fazia, quando ministra] pedidos de cedência protocolares, mas nomeação eu não faço”, disse ela. “Se foi pedido de cedência, a Casa Civil é responsável pela relação com todos os Estados da Federação”.
A petista disse que o tema é “uma tentativa de tornar esta questão [a relação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia com o PT] uma questão eleitoral”. Ela afirmou que a oposição, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), também teve encontros com as Farc.
“É só vocês fazerem uma pesquisa nos jornais e ver quantas vezes a oposição também recebeu as Farc. Aliás, até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se eu não me engano, soltou o marido dessa senhora. Eu não vou usar esses fatos para ficar especulando sobre uma relação entre a oposição e as Farc. Agora, se a oposição quer fazer, acho que é uma atitude que não é correta.”
A candidata se disse tranquila para o debate e comentou o crescimento das vagas de emprego formal no país.
A isso, já respondi num post de ontem. É só fazer a pesquisa para constatar que Dilma não está falando a verdade. Mas nem esse convite foi aceito por parte da imprensa. Talvez venhamos a nos envergonhar destes dias - é a hipótese otimista. Talvez não. Nesse caso…
Um comentário:
Dimas, também fico meio zonza, meio perdida com certas atitudes de parte da imprensa. Não é possível que não vejam na candidata o que todos vemos, uma farsa, um blefe para o eleitorado de Lula. Dêsde 2003, o único instrumento de persuasão dêles(petistas) é sempre a mentira e a enganação. Dá Nôjo!
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