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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Reinaldo Azevedo sobre Serra no "Jornal Nacional"

Serra no JN: tucano foi o melhor, mesmo enfrentando a entrevista mais dura; só Dilma não teve de falar sobre o mensalão!
O tucano José Serra foi o entrevistado de há pouco no Jornal Nacional. O petralha, como a tarântula peluda, se fixa em duas das patas e prepara o bote: “Quer ver o Reinaldo Azevedo escrever que Serra foi o melhor dos três?” Mas não tenham a menor dúvida! E não por conta de minhas supostas ou possíveis afinidades eletivas, mas porque esse é o fato - e, sobre isso, não há a menor dúvida. Foi melhor, usou o tempo com mais propriedade, falou com clareza e não fugiu do que lhe foi perguntado. Foi tão bem que os petralhas vão dizer que a culpa é de William Bonner e Fátima Bernardes…
E os dois jornalistas deram moleza ao tucano? Que eu tenha visto, nenhuma! Ao contrário. Acho que foi a mais dura das três entrevistas. Todas as perguntas, sem exceção, buscaram confrontá-lo ou com suas supostas contradições ou com juízos de valor feitos, muitas vezes, por seus adversários, ali expostos para que ele comentasse ou contraditasse. Então vem a qualidade das respostas. Serra falou com fluência, clareza, com os termos da oração no seu devido lugar e com muita tranqüilidade. E não procurou se apoderar do tempo. Interrupção mesmo só na saudação final. Deixou que os jornalistas fizessem o seu trabalho. Não contei, mas tenho a certeza de que respondeu a um número maior de perguntas do que Dilma e, sobretudo, Marina, com aquela sua fala caudalosa…
Mensalão
Reitero uma restrição que fiz já na entrevista de Marina: dos três candidatos, só a petista Dilma Rousseff não teve de responder sobre o mensalão. Acho incoerente. Afinal, ela permanece no partido que promoveu aquela lambança. José Dirceu, o principal implicado no caso, chamado pela Procuradoria Geral da República de “chefe de quadrilha”, é coordenador de sua campanha. O que resta como síntese? Marina está fora do PT; Dilma está dentro; mas é a candidata verde quem tem de falar do mensalão. Roberto Jefferson denunciou o esquema (nem por isso era santo), mas Dirceu foi o chefe, segundo o Ministério Público. E é o tucano quem tem de falar sobre o imbróglio. Não há lógica que explique.
De todo modo, a explicação de Serra foi eficiente para o fato de o PTB estar na aliança, bem superior à de Dilma para justificar a sua união com José Sarney, Fernando Collor, Jader Barbalho e Renan Calheiros. Ela afirmou que o PT criticava antes esses partidos por falta de experiência, donde se deduz que, quando um partido se torna experiente, se alia àqueles patriotas. Serra afirmou que todos sabem como ele trabalha e que não tolera lambança, venha de onde vier. Tergiversação? Acho que não! Até porque convenhamos: se a prática errada deste ou daquele membros de um partido inviabilizasse o partido inteiro, o país deveria ser governado pelo PSTU. Aos menos por alguns dias, até que surgisse o primeiro problema…
Felipão X Parreira?
Bonner abriu a seqüência de perguntas indagando por que Serra não critica Lula e se isso é postura de candidato de oposição. Seria receio da popularidade? Mais adiante, veio Fátima: por que ele prefere confrontar biografias a confrontar os governos passados? As respostas foram ao ponto: o tucano afirmou que não ataca Lula porque não disputa eleição com ele e porque há coisas certas no governo, que precisam ter seqüência, e coisas erradas, que precisam ser corrigidas - e se estendeu no caso da saúde. E usou uma imagem que pareceu bastante didática na TV: comparar governos passados é como disputar a Copa de 2014 tentando saber quem foi o melhor técnico no passado: Felipão ou Parreira? E voltou a lembrar um fato óbvio: os governos tem seus méritos, e o maior de FHC foi o Plano Real, reiteradamente elogiado por Antônio Palocci. Verdade ou mentira?
Índio da Costa, o vice, foi tema de uma das perguntas. Teria experiência para ser vice? O candidato afirmou que sim e destacou o seu principal ativo, que é considerado hoje um ativo da sociedade: o Ficha Limpa - lei que eu, pessoalmente, acho problemática, não por suas intenções, claro, mas porque prevejo choque com a Constituição. De todo modo, acho uma pergunta curiosa essa: Temer tem idade, claro, mas tem experiência no Executivo? E Guilherme Leal, vice de Marina? Comandar empresa não é o mesmo que comandar um país, certo? Só a “inexperiência” de Índio seria problema?
Os jornalistas também perguntaram sobre pedágio, peça de resistência da campanha do PT contra Serra, que mobiliza, inclusive,os blogueiros oficiais, sustentados com o leite de pata estatal. De todas as campanhas que se fazem contra o governo de São Paulo, esta, sem dúvida, é a mais obtusa. Porque é puro papo-furado, demagogia, crítica fácil para seduzir inacautos.
Serra lembrou o que se sabe é o que é fato sobre as estradas paulistas, as melhores do país. Ninguém mais morre neste estado por precariedade da pista. Isso significa vidas salvas. O PT inovou neste particular: cobra pedágio, e a estrada continua uma lástima. Serra citou os casos da Régis Bittencourt e da Fernão Dias, dois exemplos do modelo Dilma (isso, estou dizendo eu): paga-se para se ter a porcaria de sempre.
Uma questão de Bonner me fez lembrar de Milton Friedman: ele quis saber se não dá para oferecer estradas boas a preços mais baratos. Serra informou que o pedágio da Ayrton Senna, por exemplo, caiu em vez de subir. Ok. Mas eu sou tentado a lembrar a Bonner que não existe almoço grátis. E quem promete está mentindo.
Daqui a pouco, encontra-se no G1 a íntegra, a exemplo do que se deu com as entrevistas de Dilma Rousseff e Marina Silva. Basta ler o que vai lá ou rever os vídeos para constatar. O saldo, entendo, é este: Serra foi, com uma distância enorme, o melhor. Em seguida, vem Dilma. Marina é, a meu juízo, a última dos três porque, confesso, talvez por deficiência minha, não consigo entender aonde ela quer chegar. Na escala do rigor, o JN - e não estou sugerindo, reitero, conluio de nenhuma natureza - foi mais severo com Serra. Marina em seguida. E Dilma foi quem teve de enfrentar menos dificuldades. Não fosse por outra coisa, a questão do mensalão desempataria o jogo em benefício dela. Se a petista não teve o mesmo desempenho brilhante de Serra, aí é por conta das qualidades e deficiências de cada um. Em vez de criticar os jornalistas que fizeram a entrevista, os petistas talvez devessem mudar de candidato, ué…
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

3 comentários:

Anônimo disse...

ACM Neto no Twitter:
Serra foi muito bem no JN, deu de goleada na Dilma. Não queremos um presidente que anda na garupa!

Mariana disse...

Dimas, mas êle foi mesmo, disparado o melhor dos três! Gostei de todas as suas respostas, francas, sinceras e ditas de uma forma tão simples, tão normal, que deve ter deixado a pretensa sombra de Lula raivosa.
Serra falou como quem sabe das coisas, sem nenhuma tentativa de esconder ou omitir qualquer informação. O tempo foi´curto, isto sim.
Ah, de fato as perguntas prá êle foram mais duras, mas nada que o intimidasse ou lhe constrangesse...só a verdade.

Gustavo Bastos disse...

Engraçado. Eu achei, depois de ontem, que as perguntas mais duras tinham sido para Dilma. Mas revi as entrevistas e vi que essa minha impressão tinha sido influenciada pelo gritante nervosismo da candidata do PT. As perguntas não eram tão espinhosas. Ela que ficou muito nervosa.
Entretanto, achei que o Serra ontem não conseguiu calcular bem a retórica dele. Em alguns pontos tentou emendar a resposta com o discurso político, que imediatamente era interrompido pelos âncoras. Na pergunta sobre o PTB, não vi uma resposta tão convincente. Talvez até porque não haja essa resposta convincente. Ele se esquivou dizendo que, apesar da aliança, não compactuava com erros. Como assim? Eu não compactuo com erros, mas quero como aliados aqueles que erram? Acho que o casal 20 do JN conseguiu deixar Serra numa saia justa perante os telespectadores mais atentos.
No fim, ainda teve de ser abortado nas palavras de despedida de maneira bem explícita. Achei que faltou planejamento retórico, pois o tempo era em todo momento lembrado por Bonner, e Serra não conseguiu se manter dentro dele.
Pela primeira vez, achei o Tucano nervoso. Entretanto, o nervosismo de Serra é como Dilma no seu melhor momento de tranquilidade.
Achei que a melhor performance foi a de Marina Silva. Mas isso não significa que ela seja a melhor para as eleições. Continuo Serra até o fim.