Paulo Souto diz que governo está indiferente ao problema da segurança pública

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A inatividade de um equipamento tão eficiente e necessário à elucidação de crimes, como o Sistema Integrado de Identificação Balística (Ibis), que permanece parado desde outubro de 2008 por falta de pagamento de um contrato de manutenção, é uma prova concreta da indiferença do atual governo com o grave problema da segurança pública na Bahia”, afirmou o presidente estadual do Democratas, o ex-governador Paulo Souto, em seu comentário na manhã desta terça-feira, 2, na Rádio Metrópole, em Salvador.

Tecnologia usada pelo governo norte-americano no rastreamento de criminosos e ações terroristas no Iraque, o Ibis permite analisar diferentes projéteis ou estojos de armas de fogo, e compará-los com evidências vinculadas a outros crimes, fazendo correlações. “É um equipamento que só a Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo possuem no Brasil. Foi adquirido em 2006, durante o meu governo, para o Departamento de Polícia Técnica (DPT)”, lembrou o ex-governador.

Para Souto, é necessário combater a impunidade, que contribui muito com a atual escalada da violência, para que milhares de pessoas não continuem morrendo assassinadas no Estado. “Já são mais de 13 mil homicídios nos últimos três anos, um número de assassinatos maior do que o de São Paulo no período”, alerta. Segundo ele, a impunidade deve ser combatida com policiamento, investigações, inquéritos bem feitos e prisões.

“Os avanços tecnológicos auxiliam bastante o combate à criminalidade desde o setor de inteligência à polícia técnica. Não dá para entender por que um equipamento tão útil ao desvendamento de crimes esteja desativado. Só dá para concluir que o atual governo está mesmo indiferente ao problema da segurança pública em nosso estado”, disse o ex-governador.

O programa de modernização do aparelho de segurança pública, implementado em seu governo, também foi destacado por Paulo Souto. “Com a iniciativa foram criadas melhores condições para combater a criminalidade com eficácia”, disse, citando a criação do grupamento aéreo, a implantação de companhias especializadas no interior e das companhias independentes, além do sistema de comunicação integrado, que até hoje não teve sua instalação concluída.

“Atualmente o que se vê, além do absurdo da inoperância do equipamento balístico de última geração, é a Polícia com capacidade operacional reduzida por falta de mobilidade, a falta de nomeação de agentes já treinados, um sistema penitenciário precário e o baixo investimento na área de segurança, que, no ano passado, só teve executado menos de R$ 30 milhões dos R$ 130 milhões previstos no orçamento”, lamentou.

Paulo Souto comentou ainda a recente campanha publicitária lançada pelo governo estadual relacionando o uso do crack a 80% dos homicídios na Bahia. “A droga é uma verdadeira epidemia social. Mas o governo não pode usar isso como desculpa para a sua falta de ação. Não é com propaganda que o governo vai combater o tráfico de drogas ou a aumento injustificado e absurdo da violência em nosso estado”, afirmou.

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