Por Cristóvam Aguiar
O processo de escolha do candidato do partido Democratas à Prefeitura de Feira de Santana colocou à prova a capacidade de liderança do prefeito José Ronaldo de Carvalho. Afinal, eram muitos os interessados na indicação e o que se comenta nos bastidores é que foi travada uma verdadeira “briga de foice no escuro”.
Todo mundo sabe que o candidato da preferência de Ronaldo era o deputado federal Fernando de Fabinho. Cria política do próprio José Ronaldo e, segundo suas próprias palavras “grande companheiro, amigo e irmão”. Amigo e escudeiro fiel, digno da total confiança do prefeito, Fabinho, porém, ainda segundo o prefeito, não exigiu nada, não criou empecilhos e pugnou pela união do partido.
O deputado Tarcízio Pimenta, pela sua vez, sentia-se no direito de ser o indicado. Afinal, embora não seja um legítimo “puro sangue” do partido, tem se comportado como um bom soldado e saiu fortalecido das últimas eleições, mediante a expressiva votação que recebeu na cidade para deputado estadual.
Havia ainda o ex-deputado federal Jairo Carneiro, pefelista “puro sangue”, carlista, não alinhado com o grupo político do ex-governador Paulo Souto, ao qual pertence José Ronaldo, e que não conseguiu se reeleger para a Câmara Federal. Sem mandato, sem ter sequer conseguido eleger o filho vereador, Jairo sabe que precisa voltar urgentemente ao cenário político para não cair no ostracismo. Daí o seu empenho em ser indicado candidato a prefeito de Feira de Santana.
Correndo por fora, havia ainda Carlos Geilson, Eliana Boaventura e até a ex-reitora da Uefs, Anaci Paim. E foi diante deste cenário que a liderança de Ronaldo ficou em xeque. Com a derrota de Paulo Souto nas eleições para o Governo do Estado, Ronaldo sabe que não pode se dar ao luxo de perder as eleições municipais. Ele vai ficar dois anos sem mandato, e precisa ter na Prefeitura alguém que lhe dê sustentação política (cargos) para que possa costurar a sua próxima candidatura, talvez à Câmara Federal ou ao Senado.
Aí entra a diferença entre o chefe e o líder. Um chefe impõe sua vontade, usa da sua força para fazer prevalecer os seus interesses. Um líder, pelo contrário, às vezes se sacrifica para fazer prevalecer os interesses dos seus liderados e da comunidade em que vivem.
Foi o que fez José Ronaldo. Chamou todos à razão, e os fez entender que era necessário ouvir a voz das ruas. O clamor popular teria que ser ouvido, se queriam ter um candidato capaz de vencer as eleições. Foram meses de conversas, de pesquisas, até se chegar a um candidato de consenso, ainda que esse consenso não atendesse aos interesses particulares de cada um. A união, o interesse da coletividade, esteve sempre em pauta.
Os adversários do Democratas estavam observando, apostando num racha do partido o que, seguramente, lhes daria a chance de vencer as eleições contra um governo que tem cerca de 90% de aprovação popular. Agora, estão preocupados, pois terão que trabalhar muito para tentar levar a disputa a um segundo turno.
Todo mundo sabe que o candidato da preferência de Ronaldo era o deputado federal Fernando de Fabinho. Cria política do próprio José Ronaldo e, segundo suas próprias palavras “grande companheiro, amigo e irmão”. Amigo e escudeiro fiel, digno da total confiança do prefeito, Fabinho, porém, ainda segundo o prefeito, não exigiu nada, não criou empecilhos e pugnou pela união do partido.
O deputado Tarcízio Pimenta, pela sua vez, sentia-se no direito de ser o indicado. Afinal, embora não seja um legítimo “puro sangue” do partido, tem se comportado como um bom soldado e saiu fortalecido das últimas eleições, mediante a expressiva votação que recebeu na cidade para deputado estadual.
Havia ainda o ex-deputado federal Jairo Carneiro, pefelista “puro sangue”, carlista, não alinhado com o grupo político do ex-governador Paulo Souto, ao qual pertence José Ronaldo, e que não conseguiu se reeleger para a Câmara Federal. Sem mandato, sem ter sequer conseguido eleger o filho vereador, Jairo sabe que precisa voltar urgentemente ao cenário político para não cair no ostracismo. Daí o seu empenho em ser indicado candidato a prefeito de Feira de Santana.
Correndo por fora, havia ainda Carlos Geilson, Eliana Boaventura e até a ex-reitora da Uefs, Anaci Paim. E foi diante deste cenário que a liderança de Ronaldo ficou em xeque. Com a derrota de Paulo Souto nas eleições para o Governo do Estado, Ronaldo sabe que não pode se dar ao luxo de perder as eleições municipais. Ele vai ficar dois anos sem mandato, e precisa ter na Prefeitura alguém que lhe dê sustentação política (cargos) para que possa costurar a sua próxima candidatura, talvez à Câmara Federal ou ao Senado.
Aí entra a diferença entre o chefe e o líder. Um chefe impõe sua vontade, usa da sua força para fazer prevalecer os seus interesses. Um líder, pelo contrário, às vezes se sacrifica para fazer prevalecer os interesses dos seus liderados e da comunidade em que vivem.
Foi o que fez José Ronaldo. Chamou todos à razão, e os fez entender que era necessário ouvir a voz das ruas. O clamor popular teria que ser ouvido, se queriam ter um candidato capaz de vencer as eleições. Foram meses de conversas, de pesquisas, até se chegar a um candidato de consenso, ainda que esse consenso não atendesse aos interesses particulares de cada um. A união, o interesse da coletividade, esteve sempre em pauta.
Os adversários do Democratas estavam observando, apostando num racha do partido o que, seguramente, lhes daria a chance de vencer as eleições contra um governo que tem cerca de 90% de aprovação popular. Agora, estão preocupados, pois terão que trabalhar muito para tentar levar a disputa a um segundo turno.
* Cristóvam Aguiar é jornalista, editor da coluna "Sempre Livre".
Nenhum comentário:
Postar um comentário