Se estivesse vivo, o artista plástico Pedro Roberto faria 74 anos neste sábado, 29
Pedro Roberto Boaventura de Oliveira nasceu em 29 de junho de 1950, em Angico, distrito de Mairi, na Bahia. Filho da professora Hilda Pereira Boaventura de Oliveira e do comerciante Carlos Simões de Oliveira, sendo o oitavo filho do casal. Aos dois anos de idade veio morar em Feira de Santana e, desde criança mostrou muito interesse por trabalhos manuais, desenhos e um conhecimento especial sobre cinema, na época, o grande divertimento da garotada.
Aos 16 anos, com incentivo de sua mãe, foi trabalhar com o arquiteto Amélio Amorim, então, o mais renomado da cidade, onde aprendeu desenho técnico, tornando-se logo, um dos mais requisitados nessa área. Com a dupla de arquitetos José Monteiro Filho e Juraci Dórea continuou desenhista até o início dos anos 70, quando prestou vestibular em Salvador, cursando Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia (Ufba), até 1976.
Em 1973, realizou sua primeira exposição individual, no Clube de Campo Cajueiro, em Feira de Santana, denominada “Realismo Fantástico”, que obteve repercussão imediata, tanto na parte comercial como na mídia especializada, recebendo citação em matéria da conceituada crítica Matilde Matos, do “Jornal da Bahia”. Paralelamente, em Salvador, trabalhou com vários arquitetos, entre eles Itamar Batista, Geraldo Gordilho, Luiz Humberto Carvalho e Neilton Dórea.
Até o final dos anos 80, realizou dezenas de exposições individuais, participou de salões e coletivas, criou cartazes (duas vezes para a Micareta de Feira de Santana) e figurinos para teatro, decoração para eventos, murais, além de cenários para desfiles de moda e peças teatrais.
Aos 30 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro e, em 1982, mudou-se para São Paulo, onde abriu o atelier “Garagem 957” juntamente com a designer de jóias Jeanette Pires.Em 1988, foi convidado pelo estilista Ney Galvão para mostrar seusquadros no programa “Veja o Gordo” e indicado pelo mesmo para ser cenógrafo no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Ele trabalhou dezesseis anos na emissora, até 2004, exercendo os cargos de assistente de Cenografia, cenógrafo, chefe de Cenografia, gerente de Contra-Regra, gerente de Cenografia & Contra-regra, gerente de Cenografia & Figurino e como coordenador de Cenografia & Figurino.
Vitimado por um câncer, ele voltou para Feira de Santana em dezembro de 2004, depois de ter se submetido a uma delicada cirurgia. Nesta cidade, fez tratamento de quimioterapia e radioterapia. Realizou a que seria sua última exposição, “Faces”, de desenhos, na Galeria de Arte Carlo Barbosa. Em setembro de 2005, com o recrudescimento da doença, ele voltou para São Paulo, onde faleceu em 1º de janeiro de 2006. Seu corpo veio para Feira de Santana, onde foi sepultado no dia seguinte, 2 de janeiro, no Cemitério Piedade. No período em que se restabelecia em Feira, ele construiu seu loft e atelier, que em 30 de novembro de 2006 foi aberto como Acervo Pedro Roberto, que continha seus trabalhos, livros, discos e filmes, entre outras peças.
A exposição - com curadoria da galerista Ligia Motta - também celebrou o talento e a inspiração de oito nomes do cenário artístico e cultural que tem suas raízes na cidade: Antônio Brasileiro, Carlo Barbosa, Cesar Romero, Gil Mário, Graça Ramos, Juraci Dórea, Luiz Humberto Carvalho e Pedro Roberto.
Instalada na entrada 3E, entre 12 e 29, a mostra faz um paralelo entre os 20 anos do Shopping - comemorados naquele ano - e o desenvolvimento de Feira de Santana nas últimas duas décadas.
Pedro Roberto
Um dos oito artistas contemplados foi Pedro Roberto (29.06.1950-01.01.2006), com seu "Auto-Retrato", bico de pena e cores, 48x72, 1983, acervo de Dimas Oliveira.
"A arte de Pedro Roberto representa pelo menos uma das posições que é possível ao artista tomar hoje, frente a frente com a experiência da segunda metade do século XX.
(...) O que procura é a cultura popular dos anos 20 e 30, num trabalho figurativo que se torna formal sob a influência da Art Nouveau.
(...) Dono de técnica limpa e traço seguro, dá prioridade ao seu mundo interior preferindo, à invenção de novas formas, manipular com gosto e tato as pré-existentes, limitando a sua criação às metamorfoses de suas criaturas e às texturas que enfeitam seus campos" - Matilde Matos, crítica da ABCA.
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