Assisti Bacurau faz algum tempo e não vi nenhuma dessas qualidades que o crítico Luiz Carlos Merten atribui ao filme. A obra não faz reflexão política e social coisa nenhuma. É só um monte de clichês esquerdistas a serviço de um maniqueísmo político primitivo, que opõe nacional e estrangeiro, dominantes e "excluídos".
E a falta de inteligência e o primitivismo político do filme refletem bem o modo de (não) pensar de Kléber Mendonça, que dirigiu esse filme e também Aquarius. Quando Aquarius foi exibido em Cannes, o elenco e a equipe técnica do filme protestaram contra o suposto "golpe" que teria derrubado Dilma! Ou seja, contaram uma mentira descarada para fazer propaganda partidária e, de quebra, dar visibilidade ao filme. No caso de Bacurau, vale dizer que esse filme tem ainda o defeito de ser didático na exposição de seus clichês políticos maniqueístas e que não se salva nem como filme de ação, já que as cenas de combate são muito pobres em comparação com o que o cinema e a TV americanos já oferecem disso todos os anos, às toneladas.
Enfim, é um lixo de filme, e a crítica nacional e internacional que o elogia só está interessada em usá-lo como peça de propaganda política contra Bolsonaro e Trump. Isso fica bem evidente no texto de Merten, o qual comenta a associação explícita que a crítica faz entre Bacurau e a oposição a esses políticos. Assim, não surpreende que essa crítica (incluindo Merten) aponte no filme qualidades que este definitivamente não tem.
As discussões sobre o filme refletem estes tempos de forte polarização política e ideológica, cuja consequência é o empobrecimento dos debates e das avaliações sobre obras artísticas. Chegamos assim ao ponto em que até uma parábola política maniqueísta e cheia de clichês ideológicos explicados na forma de diálogos didáticos pode ser qualificada por certa crítica como obra "audaciosa"!
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