Na coluna "Feira de Arte", que mantive no "Jornal da Bahia", entre 1976 e 1978, publiquei em 3 de maio de 1977, poesia do músico e publicitário Antonio Miranda.
Rua da vida do meio
No canto esquerdo
Da boca de lobo
Desce a água suja
Lamacenta.
Parte da história.
No canto esquerdo da
boca de lobo, desce
Solitária água suja
noturna,
Antes ignorada.
Pessoas passavam.
Paravam. Jogavam
O corpo no prazer.
No canto esquerdo da
vida
Da rua do meio, a velha
Vitória gargalha.
Riso ouvido no meio da
última sessão de cinema.
Pelo beco chego ao
canto esquerdo da
Boca de lobo.
Cansado, doente.
Com uma saudade imensa
do canto esquerdo
Da boca de lobo
No canto esquerdo da minha memória.
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