Por Felipe Moura Brasil
Jornalistas
andam se espantando tanto com a realidade nos últimos anos, ou se adaptando
tardiamente a ela, que talvez seja o caso de visitá-la com maior frequência
Há mais de um ano, ou até algumas
semanas atrás, dizer que Jair Bolsonaro não ia desidratar no primeiro turno era
torcida.
Que ele representava mais o
antipetismo que seus adversários era torcida.
Que ele mostrava contra corruptos e
bandidos a firmeza faltante no PSDB era torcida.
Que ele vocalizava posições
conservadoras, especialmente em matéria de costumes, predominantes na população
brasileira era torcida.
Que ele conseguia se comunicar com o
povão em linguagem simples e direta era torcida.
Que o eleitorado não era movido pelas
mesmas predisposições da classe jornalística, sempre indignada com suas
declarações politicamente incorretas, era torcida.
Que chamá-lo de extremista,
fascista, nazista, Hitler e ameaça à democracia só o fortalecia, porque a
demonização dilui e enfraquece as críticas legítimas, era torcida.
E por aí vai.
Agora que Bolsonaro chegou ao
segundo turno com pouco mais de 46% dos votos, contra os pouco mais de 29% de
Fernando Haddad, e Alckmin teve míseros 4,76% dos votos, tudo isso, ou quase
tudo, virou análise, quando não um grande espanto.
Jornalistas andam se espantando
tanto com a realidade nos últimos anos, ou se adaptando tardiamente a ela, que
talvez seja o caso de visitá-la com maior frequência.
Fonte: https://jovempan.uol.com.br
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