Após participar nesta sexta-feira, 8,
do 4º Evento "Petrobras em Compliance", na sede da estatal, no centro do
Rio de Janeiro, o juiz federal Sergio Moro se negou a comentar a fala do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem a Operação Lava Jato tem
servido para desmoralizar a Petrobras e o Rio. "Não debato publicamente com
pessoas condenadas por crime", respondeu Moro, quando indagado sobre o assunto.
Em caravana pelo estado, Lula disse
que "a Lava Jato não pode fazer o que está fazendo com o Rio" e que, "por
causa de meia dúzia que eles dizem que roubou, e que ainda não provaram, não
podem causar o prejuízo que estão causando à Petrobras".
Depois do evento, Moro ainda criticou
o foro privilegiado e disse que casas legislativas podem agir "com desvio de
poder", ao evitar a prisão de parlamentares. "O foro privilegiado fere o
princípio da igualdade. Todas as pessoas têm que ser tratadas de maneira igual
perante a lei. O princípio da igualdade está na base da nossa democracia. Por
outro lado, na prática, os tribunais superiores estão assoberbados de
processos, estão sobrecarregados de recursos", afirmou.
Segundo o juiz, é preciso pensar
também nos mecanismos de proteção jurídica dos agentes políticos. "Houve aquela
discussão se está sujeita ou não uma prisão de um parlamentar a uma casa
legislativa, não vou entrar no mérito da controvérsia. Mas, ainda que se for
reconhecer alguma espécie de proteção, ela deve ser utilizada para proteger o
parlamentar quanto a eventual perseguição política por conta da sua opinião
pública e não para protegê-lo de investigações ou perseguições por corrupção",
acrescentou.
Fonte: https://veja.abril.com.br
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