Por Ipojuca Pontes
Ariano Suassuna, que deixou de escrever peças de teatro
(gênero "curral & capim", segundo Paulo Francis) para se
tornar badalado clown de circo eletrônico, acreditava na existência de dois
tipos de preguiça (sexto pecado capital, na Suma Teológica de São Tomás de
Aquino): uma preguiça "boa" e outra "má". Uma, filha de
Deus; outra, cria do Diabo (chegou a escrever uma farsa sobre o tema).
Pois bem.
De minha parte, depois de matutar algum tempo sofre o significado do
"populismo", cheguei à conclusão de que há dois tipos de populismo:
um "bom" e outro "mau", ambos sistematicamente atacados
pelos que querem impor uma "nova ordem mundial" conduzida e
financiada por figuras como o megaespeculador George Soros, os Rockefeller e a
onipotente gang do Clube Bilderberg que subjugam, na maciota, governos, instituições
e organismos basilares, entre elas, a incorrigível ONU e penduricalhos nocivos
tais como a Unesco e a Unicef, por exemplo.
Em última
análise, esses tipos armam a imensa rede do controle globalista na pretensão de
domesticar a população do mundo ocidental pela força do terror, do medo e da
corrupção desenfreada.
Basta
olhar com apuro. Dia e noite, pela ação remunerada de legiões de falsos
acadêmicos, pseudo cientistas políticos e os chamados "formadores de
opinião", todos atuando nas mídias, nas universidades e no âmago das
organizações políticas, articulados em bandos, avançam e se comprazem em servir
aos tutores globalistas para reduzir o homem à condição de gado, tal como
preconizava Chigalióv, "cientista social" visionário saído das
páginas de "Os Demônios", de Dostoiéviski, que pretendia salvar a
humanidade.
Dizia
Chigalióv:
"Partindo da
liberdade ilimitada chegaremos ao despotismo total. Não há outra solução. Para
resolver em definitivo a questão social, proponho que se divida a sociedade em
duas partes desiguais. A um décimo será outorgada liberdade absoluta, a
autoridade ilimitada sobre os outros nove décimos que deverão perder a
personalidade, convertendo-se num rebanho; mantidos numa submissão sem limites,
passando por uma série de transformações, atingirão, por meio de educação
progressiva, o estado de inocência primitiva, qualquer coisa como o Paraíso
Terrestre - sendo, no entanto, obrigados ao trabalho".
Essa é -
em essência, por baixo do pano - a pretensão maquiavélica do pessoal do
Clube Bilderberg e afins, via a praga do globalismo espalhado pela ONU e
seus penduricalhos, para aplainar as "injustiças do
mundo" e restabelecer a felicidade edênica na face da terra. Naturalmente,
as palavras de ordem para atingir tais objetivos são, na aparência, menos
brutais do que as do intelectual de "Os Demônios" (no entanto, não
menos daninhas). Hoje, elas giram em torno da liberação das drogas, do
aborto, em favor do casamento gay, do lesbianismo escancarado, da invasão
descontrolada de imigrantes nos países da cristandade, para não falar da
histeria ambientalista (amparada na dispendiosa farsa do "aquecimento
global", a prodigalizar US$ bilhões com milhares de parasitas abonados
pela grana de governos permissivos pressionados por ongs insaciáveis) - e por
ai segue a nau insensata.
De
ordinário, os "formadores de opinião" definem o populismo como um
modo de governar que usa de expedientes que têm como meta conquistar apoio
popular, em especial o das "classes subalternas".
Nas
campanhas eleitorais, o líder populista procuraria obter a confiança do povo
por meio de um discurso simples, direto e carismático, dispensando intromissões
partidárias. O populista deslegitimaria, assim, as instituições democráticas
apelando, presumivelmente, quando no poder, para o autoritarismo, legitimado
pelo voto popular. Bullshit!
Enfim, de
"esquerda" ou de "direita", o que interessa ao líder
populista é seduzir as massas. No Brasil, citam-se como políticos populistas,
além do ditador Vargas, Ademar de Barros, Jânio Quadros, Leonel Brizola, Lula
"Chacal" da Silva, Garotinho et caterva. No plano
internacional, Donald Trump foi considerado "populista" por ter se
firmado na condição de "antipolítico" - pois lá, como aqui, os
políticos são também execrados pelas massas.
A boa
pergunta a se fazer é a seguinte: quem nasceu primeiro? as massas com suas
necessidades e aspirações de melhor qualidade de vida ou os políticos
ideologizados em busca do poder de mando e suas prerrogativas?
O grande
Aristóteles achava a democracia a pior forma de governo caso degenerasse em
"governo de massas". Ele admitia, porém, uma democracia-intelectual,
republicana, do tipo prevalecente, à sua época, em Atenas (que se ferrou na mão
bélica de Esparta).
É evidente
que Aristóteles não chegou a conhecer os globalistas nem intelectuais do porte
de um FHC. Se conhecesse, na certa modificaria seus conceitos. Veria que, hoje,
na república democrata, em vez das massas, quem assumiu o controle absoluto
foram as formidáveis elites político-partidárias coonestadas pela burocracia de
Estado com suas agências reguladoras a despejar sobre a população, em escala
colossal, a cada hora, milhares de leis, decretos, normas, regras e programas
sociais fajutos. Enfim, tudo o mais que limite a liberdade do indivíduo e da
sociedade. No mundo ocidental, eles são agora os beneficiários do capitalismo,
com suas gravatas, foros privilegiados, isonomias e falsas soluções,
abocanhando salários astronômicos sem produzir nada a não ser papelada, coerção
e jugo.
Bem, e o
populismo de Bolsonaro? A rigor, não há populismo em Bolsonaro e, se houver, é
o populismo "bom". Seu discurso direto envolve o conceito milenar de
observar os valores tradicionais de Deus, Pátria e Família - tríade sobre a
qual se ergueu a nossa civilização, agora execrada por globalistas,
comunistas (gramscistas ou leninistas, pouco importa), a entourage "politicamente
correta" e a tropa de choque da mídia amestrada.
Outro dia
ouvi da boca de uma autoridade global, dessas que o considera uma ameaça: -
"Bolsonaro não será candidato. Mas, se for, não ganhará. E, se ganhar, não
tomará posse".
Sinal de
que o competidor já passou da fase de "pagar placê" e desponta
para a reta final!
Ipojuca
Pontes,
cineasta, jornalista, e autor de livros como 'A Era Lula',
'Cultura e
Desenvolvimento' e 'Politicamente
Corretíssimos', é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem
Máscara. Também é conferencista e foi secretário Nacional da Cultura.
Fonte:
"Mídia Sem Máscara"
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