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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

"Jerusalém é a capital de Israel, leia a Bíblia"

"Jerusalém nunca foi capital de nenhum outro povo"

O presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu no domingo, 10, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu (Foto) para uma visita oficial ao país. Durante a coletiva de imprensa, expressou sua desaprovação sobre o reconhecimento dos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel e, ao mesmo tempo, pediu ao líder israelense que “mostre coragem” no avanço das negociações de paz.
"Essas declarações não promovem a segurança, especialmente a segurança de palestinos e israelenses", disse Macron após três horas de conversações com o primeiro-ministro israelense.
Netanyahu, por sua vez, questionou: "Onde mais seria a capital de Israel, além de Jerusalém?". O líder israelense enfatizou que desde a refundação do país (em 1948) a sede do governo e os tribunais estão localizados na cidade sagrada. Essa é uma tradição histórica e religiosa que é mencionada desde que a Bíblia foi escrita.
"Jerusalém nunca foi capital de nenhum outro povo", disse ele, numa referência velada ao fato de não haver comprovação histórica que um "povo palestino" tenha se estabelecido algum dia na cidade.
"Paris é a capital da França. Jerusalém é a capital de Israel. Tem sido a capital de Israel por 3000 anos, sendo capital do Estado moderno de Israel há 70 anos. Respeitamos sua história e suas escolhas e, como amigos, esperamos que respeitem as nossas", enfatizou Netanyahu. Ressaltando que há abundantes provas históricas da relação dos judeus com sua capital, disse que as tentativas da ONU e dos outros países em negar isso por motivações políticas são "um absurdo". "Vocês podem ler sobre tudo isso em um livro muito bom chamado a Bíblia".
Falando com  Macron, mas com isso deixando claro ao mundo sua postura, assegurou: "Isso também é essencial para a paz. Penso que a paz deve ser construída sobre o alicerce da verdade, sobre os fatos do passado e sobre o presente. Esta é a única maneira de construirmos um futuro pluralista e bem-sucedido".
Por sua vez, Macron reiterou que "o congelamento da construção de assentamentos e medidas que mostrem confiança em relação à Autoridade Palestiniana são atos importantes para começarmos".
Desde o anúncio de Trump, na quarta-feira, 6, tem havido ataques na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza, onde os palestinos protestaram. Nos confrontos com as forças de segurança, pelo menos quatro pessoas foram mortas. Vários foguetes foram disparados da Faixa de Gaza, mas foram interceptados ou caíram em áreas desertas.
Respondendo a Macron, Netanyahu disse que a paz não seria possível, a menos que os palestinos aceitassem que Jerusalém é a capital de Israel. Ele enfatizou que o mais importante em qualquer acordo de paz é que ambos os lados reconheçam que o outro tem o direito de existir. "Isso é o que bloqueia a paz israelense-palestina", insistiu.
Lembrou ainda que deseja retomar as negociações, mas nunca obteve resposta dos palestinos. "Eu invoquei repetidamente o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e eu faço isso aqui novamente, no Elysee. Isso é um gesto de paz. Nada poderia ser mais simples".
Netanyahu também falou de um plano de paz regional "externo", que veria a normalização com países árabes pavimentar o caminho para a paz com os palestinos. Publicamente, a ideia foi amplamente rejeitada pelo mundo árabe.
Anunciando que visitará Israel no ano que vem, Macron finalizou dizendo: "Israel é nosso amigo e não aceitamos ataques terroristas". 
Com informações de Times of  Israel

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