Ou duas ou três coisas que precisam
ser
ditas para fazer algum barulho por nada
Postagem no Blog Demais em 15 de abril de 2007, há mais de dez anos:
ditas para fazer algum barulho por nada
Postagem no Blog Demais em 15 de abril de 2007, há mais de dez anos:
Nos distantes anos 50 a 80, Feira de
Santana teve intensa atividade cinematográfica, com realização de filmes e
estudo de cinema. Mas hoje não se pode dizer que Feira tenha um movimento
cinematográfico. O que existe no momento, na verdade, são pessoas aqui a ali
com o interesse na realização de filmes (mais correto dizer vídeos?). Pois o
que se tem feito é mais gravação em vídeo do que em filme, celulóide. Como é o
caso de Johnny Guimarães e Volney Menezes que realizaram um trabalho documental
sobre os anos cinzentos da ditadura, "Chuvas de Março". Agora, tem grupos que
se reúnem para o estudo de cinema, como é o caso do Coletivo Olney São Paulo,
dentro da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), e o Cine Clube
Dimas Oliveira, no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, promovendo debates,
seminários e mostras.
Ontem e hoje, quem sabe amanhã, o que Feira tem sido é cenário, com locações de filmes. Como o caso mais recente de "Lua Violada", que o cineasta José Umberto realizou no primeiro semestre de 2003 e mostrou o filme pronto em julho, em evento artístico-cultural marcante no Orient Cineplace, Multiplex do Iguatemi, com presenças do prefeito José Ronaldo de Carvalho - a Prefeitura deu apoio logístico à produção - e do então secretário de Estado da Cultura, Paulo Gaudenzi.
Antes, o próprio José Umberto, que tem raízes em Feira de Santana, utilizou a cidade como cenário de três filmes: "Urubu", "Ser Tão" e "Brabeza". Outros filmes com locações nesta cidade são: "O Pistoleiro", de Oscar Santana, "O Amuleto de Ogum", de Nelson Pereira de Souza, "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, e o episódio "Ana", de "A Rosa dos Ventos", de Alex Viany. Todos utilizando Feira como referencial de locações.
O nome de Olney São Paulo deve ser lembrado. Ele viveu em Feira, como profícuo realizador de cinema, colocando a cidade que o abrigou na tela, como no pioneiro "Um Crime na Rua", de 1955. Também em "O Grito da Terra", "O Profeta de Feira de Santana", "Como Nasce uma Cidade", "Ciganos do Nordeste", "Pinto Vem Aí". Nos seus tempos na terra, havia a Associação de Críticos Cinematográficos de Feira de Santana e também surgiu o Clube de Cinema de Feira de Santana - que no início dos anos 80 ressurgiu, mas durou pouco tempo.
Nos anos 80, o surgimento de um muito barulhento (por nada?) movimento de cinema Super 8 na cidade, contando com os nomes de Dimas Oliveira (que também editou praticamente todos os filmes realizados na época), das dupla Juraci Dórea & Everaldo Cerqueira e Zé Maria & Ideval Alves, mais Antônio Carlos Carvalho, Antônio Miranda, Ivan Dórea, Nailson Chaves. A bitola superoitista era meio e fim para as ideias que tinham na cabeça de cada um deles. Os títulos de então: "O Vampiro Ralipiu", "Corpo a Corpo", "Palhaços", "Tapera", "Anjanil", "Wa Okum", "Etérito", "O Rumbeira" (ou "A Rumbeiro"), "A Divina Maravilhosa e o Vampiro Celestial", "Coisas do Destino", "Denúncia", "Vestibular, O Bicho Papão", entre outros.
A exibição dos experimentos era feita em paredes de escolas e associações, que viravam telas de exibição. Lançamentos eram feitos onde hoje está instalado o Museu Regional de Arte, no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). Também eram mostrados em festivais e jornadas de cinema. Os experimentos eram realizados e vistos, discutidos e muitas vezes arrasados nos comentários. A maioria desses filmes nem existe mais, alguns tendo desaparecido e destruídos. Era tempo de censura contra a criação artística e os filmes tinham que passar pelo crivo dos censores.
O certo é que Feira de Santana que sempre teve arte e cultura, também viveu seus dias de cinema. Tem quem lamente que hoje não exista mais movimento. As coisas mudam, não é mesmo?
Ontem e hoje, quem sabe amanhã, o que Feira tem sido é cenário, com locações de filmes. Como o caso mais recente de "Lua Violada", que o cineasta José Umberto realizou no primeiro semestre de 2003 e mostrou o filme pronto em julho, em evento artístico-cultural marcante no Orient Cineplace, Multiplex do Iguatemi, com presenças do prefeito José Ronaldo de Carvalho - a Prefeitura deu apoio logístico à produção - e do então secretário de Estado da Cultura, Paulo Gaudenzi.
Antes, o próprio José Umberto, que tem raízes em Feira de Santana, utilizou a cidade como cenário de três filmes: "Urubu", "Ser Tão" e "Brabeza". Outros filmes com locações nesta cidade são: "O Pistoleiro", de Oscar Santana, "O Amuleto de Ogum", de Nelson Pereira de Souza, "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, e o episódio "Ana", de "A Rosa dos Ventos", de Alex Viany. Todos utilizando Feira como referencial de locações.
O nome de Olney São Paulo deve ser lembrado. Ele viveu em Feira, como profícuo realizador de cinema, colocando a cidade que o abrigou na tela, como no pioneiro "Um Crime na Rua", de 1955. Também em "O Grito da Terra", "O Profeta de Feira de Santana", "Como Nasce uma Cidade", "Ciganos do Nordeste", "Pinto Vem Aí". Nos seus tempos na terra, havia a Associação de Críticos Cinematográficos de Feira de Santana e também surgiu o Clube de Cinema de Feira de Santana - que no início dos anos 80 ressurgiu, mas durou pouco tempo.
Nos anos 80, o surgimento de um muito barulhento (por nada?) movimento de cinema Super 8 na cidade, contando com os nomes de Dimas Oliveira (que também editou praticamente todos os filmes realizados na época), das dupla Juraci Dórea & Everaldo Cerqueira e Zé Maria & Ideval Alves, mais Antônio Carlos Carvalho, Antônio Miranda, Ivan Dórea, Nailson Chaves. A bitola superoitista era meio e fim para as ideias que tinham na cabeça de cada um deles. Os títulos de então: "O Vampiro Ralipiu", "Corpo a Corpo", "Palhaços", "Tapera", "Anjanil", "Wa Okum", "Etérito", "O Rumbeira" (ou "A Rumbeiro"), "A Divina Maravilhosa e o Vampiro Celestial", "Coisas do Destino", "Denúncia", "Vestibular, O Bicho Papão", entre outros.
A exibição dos experimentos era feita em paredes de escolas e associações, que viravam telas de exibição. Lançamentos eram feitos onde hoje está instalado o Museu Regional de Arte, no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). Também eram mostrados em festivais e jornadas de cinema. Os experimentos eram realizados e vistos, discutidos e muitas vezes arrasados nos comentários. A maioria desses filmes nem existe mais, alguns tendo desaparecido e destruídos. Era tempo de censura contra a criação artística e os filmes tinham que passar pelo crivo dos censores.
O certo é que Feira de Santana que sempre teve arte e cultura, também viveu seus dias de cinema. Tem quem lamente que hoje não exista mais movimento. As coisas mudam, não é mesmo?
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