As artes plásticas sofreram
com o fechamento da Galeria de Arte Raimundo de Oliveira, em maio. Até então o
espaço se constituía no grande centro de cultura da cidade, pelas inúmeras
atividades desenvolvidas. A última exposição, "Fim de Século", de Pedro
Roberto, em dezembro de 1987, parecia anunciar o epílogo da galeria.
Já o Museu Regional continua
com seus acervo exposto sem qualquer objetivo crítico, que não dá ao visitante
eventual uma ideia do que se pretende dizer com as peças expostas, sem condições
para que se descubra, fomentando assim a passividade e não a criatividade dos
espectadores.
Com 21 anos de funcionamento,
o Museu precisa se transformar num lugar de encontro e de confronto de
opiniões, que são instrumentos para aproximar a arte da vida e reciprocamente.
O espaço precisa ter a função fundamental de conservação, restauração, pesquisa
e organização de exposições.
Local de grandes exposições,
o Museu neste ano não viveu nenhuma promoção na área, a não ser a pintura que
artistas fizeram na sua frente e no muro, servindo até para evitar notórios
pichadores.
Nenhum novo artista surgiu
no cenário e salvando-se o singular trabalho de Juraci Dórea, que tem
reconhecimento internacional a partir de sua participação na 19 Bienal de São
Paulo e na 43 Bienal de Veneza, pouco há o que se registrar num cenário afeito
à obras edulcoradas, meramente decorativas. Não se pode omitir a obra de Carlo
Barbosa, que desapareceu deixando um vigoroso trabalho para a posteridade.
Texto de Dimas Oliveira publicado na edição especial de 18 anos do jornal "Feira Hoje", em 4 de setembro de 1988.
Texto de Dimas Oliveira publicado na edição especial de 18 anos do jornal "Feira Hoje", em 4 de setembro de 1988.
Nenhum comentário:
Postar um comentário