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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Artes plásticas sem espaço


As artes plásticas sofreram com o fechamento da Galeria de Arte Raimundo de Oliveira, em maio. Até então o espaço se constituía no grande centro de cultura da cidade, pelas inúmeras atividades desenvolvidas. A última exposição, "Fim de Século", de Pedro Roberto, em dezembro de 1987, parecia anunciar o epílogo da galeria.
Já o Museu Regional continua com seus acervo exposto sem qualquer objetivo crítico, que não dá ao visitante eventual uma ideia do que se pretende dizer com as peças expostas, sem condições para que se descubra, fomentando assim a passividade e não a criatividade dos espectadores.
Com 21 anos de funcionamento, o Museu precisa se transformar num lugar de encontro e de confronto de opiniões, que são instrumentos para aproximar a arte da vida e reciprocamente. O espaço precisa ter a função fundamental de conservação, restauração, pesquisa e organização de exposições.
Local de grandes exposições, o Museu neste ano não viveu nenhuma promoção na área, a não ser a pintura que artistas fizeram na sua frente e no muro, servindo até para evitar notórios pichadores.
Nenhum novo artista surgiu no cenário e salvando-se o singular trabalho de Juraci Dórea, que tem reconhecimento internacional a partir de sua participação na 19 Bienal de São Paulo e na 43 Bienal de Veneza, pouco há o que se registrar num cenário afeito à obras edulcoradas, meramente decorativas. Não se pode omitir a obra de Carlo Barbosa, que desapareceu deixando um vigoroso trabalho para a posteridade.
Texto de Dimas Oliveira publicado na edição especial de 18 anos do jornal "Feira Hoje", em 4 de setembro de 1988.

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