Escrito por Ipojuca Pontes
O comunista Antonio
Gramsci, “Il Gobbo”, ao perceber que a revolução bolchevique não passava de um
inútil banho de sangue, levantou as principais coordenadas: "Primeiro" - disse
ele - "você destrói a economia, depois destrói o Estado e, em seguida, acaba
com a oposição. Aí, toma conta da sociedade. E a melhor maneira de destruir a
sociedade capitalista é depravar sua economia".
Mas como chegar a
isso? Bem, o caminho prático para se chegar ao paraíso comunista seria o de
“sobrecarregar” o Estado burguês capitalista. A ideia diabólica seria levar
todo mundo a depender, dentro do sistema, das benesses do Estado e passar a
mamar nas tetas do governo. Com o tempo, o peso do amparo à pobreza se tornaria
insuportável e a sociedade capitalista ruiria, pois, como se sabe, a humanidade
sempre viveu em regime de escassez.
Não há prática sem
teoria. Assim, inspirado nas teses (doentias) de Gramsci e nas "regras
radicais" de Saul Alinsky, agente da KGB infiltrado nas organizações sindicais
da Chicago dos anos 30, especialista em fomentar "conquistas sociais", Richard
Cloward e Frances Fox Piven, um casal de fabianos, prescreveu a bula para destruir
a democracia capitalista. Nas páginas da "Estratégia Cloward-Piven", a dupla
pontifica: "A economia burguesa será levada ao colapso por meio da crescente
implementação da conquista de direitos patrocinados pelo Estado do bem-estar
social". E mais:
- Ao lado da
distribuição das benesses sociais, será necessário ainda expandir o poder de
atuação da burocracia visando a criação de leis e pacotes assistenciais e,
fundamentado nelas, na expansão do eleitorado dependente do amparo do governo. "Com o aumento da lista de assistidos e a sobrecarga dos direitos sociais será
inevitável a deflagração do caos na economia burguesa".
(Hoje, no Brasil, a
partir dos governos socialistas de FHC, Lula da Selva e Dilma Terrorista,
ninguém duvida mais que prevalece no pedaço a rigorosa adoção da "estratégia" miserável).
De fato, em 20 anos,
para implodir o "sistema burguês" e se manter no poder fáustico, a canalha
esquerdista criou cerca de 84 estatais e 39 ministérios prodigalizando regalias
do tipo "auxílio- exclusão", "seguro-defeso" e "Bolsa Família",
institucionalizando, assim, a malandragem pátria. Por exemplo: visando manter
ativo um inusitado "Beneficio de Prestação Continuada" (BPC), para remunerar
dependentes que nunca contribuíram com INSS, e que muitas vezes nem existem, o
governo babá queima anualmente R$ 45 bilhões.
Outro exemplo claro
da ação preconcebida para implodir a economia burguesa identifica-se na criação
da Empresa de Planejamento e Logística destinada à construção do trem-bala,
cujo projeto, abandonado, redunda no desperdício anual de milhões no custeio da
folha de pagamento de funcionários ociosos.
Neste banquete de
horror socialista, 300 mil ativistas terceirizados e 100 mil "boquinhas" comissionadas em ministérios e estatais se refestelam na grana pública.
Some-se a tudo isto,
as despesas colossais com os salários nababescos das burocracias do Executivo,
Legislativo e Judiciário, incorporando aumentos crescentes e isonomias em
cascata, bem como mordomias, viagens oficiais aos borbotões, para não falar nos
bilhões dos fundos de pensões, nas fortunas para produções de filmes
pornográficos e políticos, em shows permissivos de artistas engajados e mais o
desperdício sem controle de verbas das universidades e de obras públicas
fraudulentas que oficializam o sumidouro de propinas e roubos partidários e
então... e então teremos a justificativa do porquê a economia burguesa dançou e
o socialismo dos neomarxistas se impôs à nação perplexa, humilhada e ofendida.
PS - A julgar pelo
que vocifera o sinuoso ministro Meirelles, mão de ferro do governo
social-democrata da Era Temer, caberá ao contribuinte (a descarnada classe
média, por assim dizer) pagar o ônus da ruinosa "estratégia". Ele sustenta, com
dose de cinismo, que se não houver aumento da arrecadação pelo crescimento da
produção, só restará ao governo o aumento da carga tributária, "pontual e
temporário", para se chegar ao inatingível "ajuste fiscal".
Como diria o
carniceiro Lenin: o que fazer?
Ipojuca Pontes cineasta, jornalista, e autor de livros como 'A Era Lula',
'Cultura e Desenvolvimento' e 'Politicamente Corretíssimos', é um
dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é
conferencista e foi secretário nacional da Cultura.
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