Por Augusto Nunes
Desde
janeiro de 2003, quando Lula transformou o Planalto no templo principal da
seita que sonha com o pesadelo socialista, o ministro encarregado de comandar a
Casa Civil é escolhido não pelo currículo, mas pelo prontuário; não pelas
raríssimas virtudes, mas pelos defeitos incontáveis. Isso explica por que, 13
anos e sete chefes depois, o latifúndio situado no 4° andar do palácio
presidencial mudou de nome. O que existe ali é uma Casa Covil.
O desfile
de casos de polícia começou com José Dirceu, devolvido recentemente à cadeia
por ter reprisado no Petrolão o papelão desempenhado no Mensalão. O
guerrilheiro de festim repassou o gabinete à camarada de armas Dilma Rousseff,
que hoje tenta escapar do impeachment fantasiada de pingo de honestidade no
oceano de bandalheiras protagonizadas por delinquentes de estimação.
O que era
péssimo ficou ainda pior quando o neurônio solitário indicou Erenice Guerra
para substituí-la. Onde Dilma só enxergava a melhor amiga havia uma mãe de
quadrilha disfarçada de mãe de família. Impedida de manter Erenice no emprego,
a sucessora de Lula mostrou que não havia perigo de melhorar com a nomeação de
Antonio Palocci, estuprador de contas bancárias e médico especializado em operações
ilegais.
Com o
segundo despejo de Palocci, chegou a vez de Gleisi Hoffmann, que entrou para
mostrar que Casa Civil não é bordel e saiu transformada em forte candidata a
Musa do Petrolão. A sexta escolha contemplou Aloizio Mercadante, general da tropa
de larápios que Lula chama carinhosamente de "aloprados". O conjunto
da obra dos antecessores informa que Jaques Wagner mereceu tornar-se o sétimo
companheiro a chefiar a Casa Covil na Era Lulopetista.
Ele é o
homem num lugar cujo ocupante tem por missão fazer do jeito certo a
coisa errada.
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