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terça-feira, 25 de agosto de 2015

"Dilma e o ministro sem pasta - A presidente decidiu que ela própria vai às compras. Dará errado!"



Por Reinaldo Azevedo
A bagunça no governo deveria ser matéria de curiosidade científica. Vejam as dificuldades criadas para Michel Temer exercer a coordenação política, o que o levou, na prática, a deixar o cargo. Quem anunciou o corte de ministérios e a possível redução da máquina foi Nelson Barbosa, do Planejamento, que não tem nada com isso, em companhia de Gilberto Kassab (Cidades), que também não tem nada com isso. Ocupam-se ainda da interlocução política Jaques Wagner (Defesa), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) e Aloizio Mercadante (Casa Civil).
É pouco? É pouco! Dilma agora escalou para fazer a interlocução no Congresso e, eventualmente, cuidar das miudezas das quais Temer não quer mais saber ninguém menos do que Giles Azevedo, seu assessor especial, que a acompanha desde que ela era secretária de Energia do Rio Grande do Sul.
Nesta segunda, em seu gabinete, ele já se reuniu com deputados do PT, do PCdoB, do PMDB e do PP para tentar montar uma estrutura que blinde a presidente e o governo nas CPIs do BNDES e dos fundos de pensão. Assim, temos aquela penca de ministros fazendo a "descoordenação política", sob uma espécie de comando de um olheiro de Dilma. A presidente atrai para si mais uma função para ser mal executada. Isso joga o varejão político dentro do Palácio do Planalto, que é algo que todo presidente deve evitar, em vez de estimular. Todas as eventuais contrariedades cairão no colo da própria presidente.
Mais: Dilma está mandando um braço seu, pessoal, terçar armas com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, na Casa que este conhece como a palma da mão. Este é um daqueles momento sublimes, que não são raros na trajetória de Dilma, em que ela atravessa a rua só para pisar na casca de banana.
Giles é um assessor discreto e, até onde se sabe, nunca se meteu em sujeira, mas sua influência no Congresso é muito inferior a zero. Tende a ser mais problema do que solução.
Fico imaginando o inferno em que se transformou a vida da presidente, obrigada a ouvir de cada interlocutor uma avaliação. Pior: a sua agenda é hoje regulada pelo improviso e pelas necessidades da hora, sem nenhum planejamento. O caso da redução dos ministérios o evidencia com sobras. Na eleição de outubro, ela rechaçou a ideia e disse que isso era coisa de quem tinha viés tecnocrático, antipovo. Eis aí.
Dilma decidiu ela própria ir às compras. Vai dar errado.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo

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