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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Carlos Brito rebate deputado petista e diz que ele "continua desinformado"

O que a turma está fazendo é um desespero natural, 
mas chega uma certa hora que fica desgastante demais 
porque fica mentindo, mentindo para aquilo se tornar uma verdade

"O deputado (Zé Neto) continua desinformado, viu?" Assim o secretário de Planejamento Carlos Brito (Foto: Vinicius Gomes) respondeu ao radialista Dilton Coutinho, âncora do programa "Acorda Cidade", na Rádio Sociedade, na manhã de segunda-feira, 24, rebatendo entrevista anterior do deputado estadual Zé Neto (PT), que tentou desclassificar o projeto BRT de Feira de Santana. Brito completou: "O meu respeito ao deputado é muito grande, mas tecnicamente o que ele diz não se sustenta!"
E o secretário continuou que "ele está usando o povo do Tomba como argumento (...) se você levasse um corredor exclusivo para o Tomba, teria que desapropriar várias casas porque a rua Pedro Américo de Brito não se encaixa com o corredor exclusivo do BRT e a rua Papa João XXIII também não. Mas o Tomba já vem sendo servido por uma estação exclusiva e uma troncal que vai diretamente para o Transbordo Central".
Disse mais que "tecnicamente, quando se fala em avenida Getúlio Vargas, a pesquisa que foi feita de embarque e desembarque prova que a solução é a Getúlio. O que existe são argumentos de conversas, porque tecnicamente ele não mostrou nada com números, porque a origem e destino que o Governo do Estado fez reafirmou a opção pela avenida Getúlio Vargas".
Carlos Brito desafiou no ar o deputado para "ele provar o contrário. Ele não tem sustentação técnica porque está desesperado pela opção do BRT ser tecnicamente provada. É porque ele não sabe ler uma carta consulta. E ele mentiu dizendo que o governo José Ronaldo tinha prometido túnel, tirou dinheiro de não sei aonde para botar um túnel. Ele não sabe ler. Que me desculpe, mas eu o tenho como um homem inteligente, porque ninguém chega na posição que ele está sem ter suas qualidades, não é? Não quero descaracterizar, absolutamente. Agora, você imagina como é que se coloca no projeto uma obra de arte sem estar na carta consulta? A Caixa Econômica Federal jamais iria aprovar. O que é que acontece: você tem que ter numa carta consulta se ela cumpre os objetivos, e quando fala em R$ 90 milhões para o BRT, escamoteia a verdade porque você está fazendo no centro de Feira de Santana uma drenagem profunda. Para você ter uma ideia, o poço de visita da drenagem é de 15 metros. Você vai escoar esta água do centro da cidade, levar até ao lado do riacho da estação da Embasa" (no Feira IV).
"Só conversa bonita"
O secretário disse mais: "Então, são coisas que não adiantam ficar discutindo no rádio para ocupar espaço na mídia. Apresenta um projeto alternativo. Até agora só foi conversa bonita buscando descaracterizar o projeto sem números. Ah não tem carregamento, ele acha então que o povo lá da Conceição, da Mangabeira, da Agrovila, de Santa Barbara, aquela região ali ninguém vale nada. É a posição dele. Porque nós estamos tirando 22 linhas circulares do centro da cidade, da avenida Getúlio Vargas e buscando que as pessoas ocupem o tempo de carregamento muito mais rápido. Agora só de conversa não adianta. Prova tecnicamente, contesta tecnicamente. Não tem contestação técnica, sabe por quê? Porque não tem números. Tentaram descaracterizar o projeto com o projeto de origem e destino que foi feito pela Comep do Governo do Estado. Quando enviou-se o projeto para São Paulo, para comparar com o deles, bateu exatamente igual com pouquíssimas diferenças com o nosso na questão de origem-destino. Quando a origem-destino que foi feita pela empresa contratada pelo Estado chegou bateu a origem-destino, todos os carregamentos foram para o centro. Aí mentiram dizendo não, porque o ônibus não roda no centro. Eu estou dizendo é que a turma não sabe ler, porque quando origem e destino são consultas com as pessoas, não é ônibus não. Para onde você vai quando você sai de casa? De onde você volta? Origem-destino é isso. Mas tecnicamente não se sustenta, não provaram nada até agora, aí estão buscando carta consulta. O que diz a carta consulta? Que você tem que ter um Plano Diretor - e este foi atualizado desde 2009 com o Código de Meio Ambiente. E tem outra, o BRT não está escrito no Plano Diretor, não". 
"Até agora não apareceu nada, só conversa, só discurso"
Carlos Brito colocou também que "o BRT é um modal de transporte, ele tem que estar inserido com as diretrizes do uso de solo, mas esta turma não sabe o que é isso. Você já imaginou se o Plano Diretor de agora que nós vamos fazer, tivesse escrito no plano de solo um metrô e daqui a 10 anos não desse certo? Você tem que obedecer ao plano de transporte e trânsito que nós temos e o que ele não sabe é que o plano de transporte e trânsito não precisa estar aprovado na Câmara, não. Ele tem que ter diretrizes. O Sistema Integrado de Transporte (SIT) precisa e foi aprovado". 
- É que é difícil você estar vivendo uma realidade e não se ter contestação técnica, mas até agora não apareceu nada, só conversa, só discurso. Estão buscando algo para descaracterizar o sistema e não conseguiram, pelo menos até agora - revelou.
Dilton Coutinho questionou se a Prefeitura mudou o projeto? Brito respondeu que "veja bem como é que funciona isso: você faz uma carta consulta e manda para o Ministério das Cidades. Eles avaliam a carta consulta e manda fazer o projeto. O projeto pode ter viabilidade na sua extensão e pode que ser tenha alguma alça dentro desse modal que não dê viabilidade, porque se não desse viabilidade de carregamento em área nenhuma, o projeto estava no chão, nem avançava. Primeiro, que a Caixa não iria aprovar. O projeto não avançaria sem viabilidade. Ele tem que ter viabilidade, econômica, financeira, de carregamentos. Se não tiver carregamento não tem BRT porque vai carregar ônibus vazio? Aí o povo lembrou de João do Porco da Empresa Aymoré, quando Feira tinha 100 e poucos mil habitantes. Alguém hoje sai da Cidade Nova para ir para outro bairro para comprar alguma coisa? Não vai! Eles estão vindo para o centro! No futuro quem sabe... Porque esse projeto é a primeira fase". 
"Usam até crianças para fazer chantagem com o povo"
- Aí um outro fez uma nota ridícula dizendo que BRT de nove quilômetros é calça curta. Tem BRT de 2,5 quilômetros em Belo Horizonte. Um outro de três quilômetros em Fortaleza. Estão usando esse argumento de R$ 90 milhões para nove quilômetros como uma mentira, porque não é só isso. Vai se requalificar a avenida Maria Quitéria, que vai ser um corredor exclusivo praticamente, com ciclovias, com asfaltamento em 10 quilômetros, semáforos em tudo, equipamentos novos. O que a turma está fazendo é um desespero natural e a gente entende, mas chega uma certa hora que fica desgastante demais porque fica mentindo, mentindo, mentindo para aquilo se tornar uma verdade. A discussão é essa. Se tiver instrumentos no campo técnico, coloque na mesa. Aceitamos debater tecnicamente. Coloque um projeto para descaracterizar o BRT.  Mas nunca fizeram isso sabe por que? Porque não têm equipe e nem competência para fazer, essa é a realidade - continuou.
Brito disse ainda que "não vou continuar polemizando, o que eu fico triste é que usam até crianças para fazer chantagem com o povo da cidade, é uma pena. Ele (Zé Neto) falou que eu participei do processo. Se eu tivesse participado da carta consulta não tinha problema nenhum. Eu não tenho vergonha das coisas que faço, nunca tive. Agora, essa carta consulta foi apresentada em 2012 quando eu não era o secretário de Planejamento, foi apresentado pelo então secretário José Marcone Paulo de Souza. Eu não tenho vergonha das coisas que faço de jeito nenhum, nem uso funcionários meus para ir para o rádio esculhambar ninguém. Não faço nada disso. Quando trouxeram pessoas para se defender esta posição, nós demos a resposta tecnicamente também. Se você olhar o retrato que saiu num blog ai de engenheiros, duma Associação de Engenheiros que falaram do BRT, você dá risada, porque tem tudo nessa mesa, menos engenheiros. Mas isso faz parte do processo e que a verdade prevaleça. Nós não estamos buscando nada além da verdade".
"Quando sair o Plano Diretor, e eu quero insistir porque as pessoas não sabem o que é o Plano Diretor, que está sendo licitado. O processo BRT é um modal de transporte e ele tem que obedecer uma coisa chamada, o que as pessoas não sabem, hierarquização do sistema viário, lei do uso do solo. É isso que as pessoas às vezes ficam ouvindo o galo cantar e não sabem onde. Mas isso não tem problema, nós não somos os donos da verdade, mas nesse aspecto tecnicamente nós estamos fazendo um projeto que obedece as diretrizes do PAC e o que tiver que ser será. Que a verdade continue prevalecendo porque todas as decisões até agora são favoráveis ao Governo Municipal", encerrou o secretário Carlos Brito.
Transcrição da intervenção do secretário Carlos Brito no programa feita por Andhreza Melo, do Departamento de Rádio Escuta da Secretaria de Comunicação Social.

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