No "Programa
Sem Nome", na Rádio Povo, na noite de quarta-feira, 10, o ex-vereador Angelo
Almeida, que está pegando o boné do PT, foi entrevistado pelo repórter Franklin Dórea.
Ele
garantiu que "não vou dar nenhum passo parecido" com o que deram o ex-deputado
federal Sergio Carneiro, hoje secretário de Relações Interinstitucionais, e o
vereador Pablo Roberto, também aliado do prefeito José Ronaldo. "Não estou aqui
querendo fazer juízo de valor da decisão que eles tomaram, foi pessoal e
política. São duas figuras importantes
para a política de Feira de Santana, mas só tenho a dizer que se eu tiver que
tomar uma decisão de me desligar do PT, será para um outro lado e não para o
lado que eles foram".
O repórter
colocou que "tanto Pablo Roberto quanto Sergio Carneiro alegaram que foi uma
questão de sobrevivência política, falta de diálogo dentro do PT que motivou a
saída deles". Considerou mais que "é sabido por todos que hoje quem tem um
maior privilégio dentro do partido em Feira de Santana é o deputado estadual Zé
Neto". E de pronto questionou: "Talvez por uma questão de sobrevivência na base
do PT e caso haja uma conversa mais próxima por parte do prefeito José Ronaldo,
o coração não pode ficar um pouco balançado e você pode ir para o lado do
prefeito?"
Ângelo
Almeida respondeu: "Tenho um grande
respeito e tenho amizade com o prefeito José Ronaldo, mas
politicamente acredito que eu, ao decidir me filiar ao PT, criar as relações
que eu criei e construí durante esses anos com diversos companheiros, que eu
estimo demais e aprendi muito com todo esse movimento que o PT capitaneia,
enquanto partido político, os movimentos sociais, sindicais. Eu realmente não
tenho e estou decidido de que a nossa caminhada política é mais para esquerda
do que direita. Portanto, uma filiação a José Ronaldo seria mais para a direita
do que para a esquerda. Independente de ser ou não José Ronaldo, estou decido
que seguirei andando, muito próximo, onde quer que eu esteja, muito próximo
desses movimentos sociais, que são movimentos que tratam da política no aspecto
ideológico com a esquerda. Portanto, não passa pela minha cabeça, seguramente
essa decisão está tomada, em não fazer nenhum movimento nessa direção".
Disse
mais que "o que nós vamos tentar construir é uma nova caminhada". Angelo
Almeida relembrou sobre a ação dentro do PT contra quadros do partido que "quem
mais sofreu fui eu. Eu era candidato a deputado estadual em 2014, tínhamos um
grupo que vinha liderando, tomando e dando conta da questão do processo de
socialização e de cuidado das duas unidades socioeducativas de Feira de Santana
e coincidentemente há um ano da eleição nós tivemos um dos nossos companheiros
demitidos, e há menos de cinco meses da eleição outro também foi exonerado.
Para mim, acho que está claro, não precisa desenhar que aquilo foi uma decisão
de governo de tirar poder a um dos candidatos do PT em Feira de Santana, que
éramos nós. Parece-me que as pessoas que estavam à frente daquele processo não
acreditavam em nossa capacidade. Nós lutamos muito e conseguimos sair com
14.500 votos em Feira de Santana e com 21.000 votos, para além de Feira de
Santana. Não esperávamos isso, porque seguramente aquele prejuízo e eu o senti,
mas não reclamei. Mas chega um momento e agora no período pós-eleitoral em que
a gente precisa rever a nossa caminhada política. É nisso que nós estamos
tratando há aproximadamente 10, 15 dias".
O
ex-vereador encerrou afirmando que "não posso adiantar agora, mas até julho
teremos novidades. O que que está na nossa cabeça é construir para Feira de
Santana uma frente democrática popular, que vai ser composta por no mínimo três
partidos. Quando for encerrada essa discussão você deverá saber qual desses
três partidos estaremos nos filiando. A Frente Democrática está chegando".
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