Por
Reinaldo Azevedo
É uma
tolice rematada comparar a manifestação de domingo, que ainda nem aconteceu,
com os protestos de junho de 2013. Nos breves momentos em que a população sem
bandeira militante foi para as ruas naquele ano, nada aconteceu de mais grave.
Foram extremistas de esquerda e outros vagabundos que optaram pela violência,
muito especialmente os black blocs.
Black
blocs com os quais, não custa lembrar, Gilberto Carvalho, então
secretário-geral da Presidência, confessou que conversava. Um governo que
dialoga com bandidos quer bagunça, quebra-quebra, violência.
Exceto em
razão da eventual infiltração de agentes provocadores - e isso sempre é
possível -, os que ocuparão o espaço público no domingo estarão falando em
defesa da lei, em defesa da ordem, em defesa da decência, em defesa do
patrimônio público.
No
domingo, vão para as ruas pessoas que trabalham, pessoas que estudam, pessoas
que trabalham e estudam. Ninguém quer quebrar nada. No domingo, não ouviremos
intelectuais de meia-tigela a fazer digressões sobre as virtudes de depredar o
patrimônio privado.
Os que se
manifestam contra o governo do PT não querem quebrar estações de metrô, não
querem incendiar ônibus, não querem invadir a propriedade alheia, não querem
nada de mão beijada.
Os que
vão às ruas no domingo pedem algo muito singelo: que uma quadrilha de
assaltantes tire suas patas do estado brasileiro. Que um partido entenda de uma
vez por todas que não tem o monopólio da representação popular. Que o grupo
político que está no poder compreenda que suas muito tímidas, até acanhadas,
políticas sociais não lhe dão o direito de se assenhorear do futuro do país.
Os que
vão às ruas no domingo repudiam, enfim, essa máquina perversa que junta
partido, órgãos do estado e sindicatos e que pretende tomar o lugar da
sociedade brasileira; execram essa máquina que tem a ambição de que suas
dissensões e composições internas sejam mais importantes do que os
problemas do país.
Os que
vão às ruas no domingo não têm por hábito transgredir a lei. Quem faz isso é o
MST. E o MST vai marchar na sexta. Quem faz isso é o MTST. E o MTST vai marchar
na sexta. Quem faz isso são partidos de extrema esquerda que agora dizem querer "defender a Petrobras". E os partidos de extrema esquerda vão marchar na sexta.
Fascistas
de esquerda, em suma, estarão longe das ruas no domingo. Elas serão ocupadas
por defensores do patrimônio público. Até agora, as únicas agressões de que se
tem registro foram protagonizadas por milicianos do PT e da CUT, às portas da
Associação Brasileira de Imprensa.
O Junho
de 2013, exceção feita a um breve período, era protagonizado por quem queria um
estado ainda maior, ainda mais presente, ainda mais perdulário. O Março de 2015
levará às ruas brasileiros que costumam estar ocupados demais para carregar
bandeira. Ocorre que eles cansaram de arcar com a conta bilionário dos
desmandos.
Precisamos
é de mais fervura na água da democracia, do estado de direito, da Constituição.
Com alegria, com determinação, com esperança.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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