Por Gabriel
Castro e Marcela Mattos, na VEJA.com:
O delator Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras, fala
nesta terça-feira à CPI que investiga o esquema de corrupção na estatal.
Segundo ele, a corrupção da Petrobras foi "institucionalizada" a partir de 2003
ou 2004, já no governo Lula. Como já havia feito em seu acordo de delação
premiada, Barusco reconheceu que recebeu propina em 1997 da holandesa SBM
Offshore, mas afirmou que agiu por "iniciativa pessoal" junto com o
representante da empresa.
O relator
da CPI, o petista Luiz Sérgio (PT-RJ), foi o primeiro a fazer perguntas e quis
saber quando o esquema mais amplo de corrupção se instalou: "A forma mais
ampla, em contato com outras pessoas da Petrobras, de uma forma mais
institucionalizada, foi a partir de 2003, 2004. Não sei precisar exatamente a
data, mas foi a partir dali", afirmou o ex-gerente.
Barusco
disse aos parlamentares que sua ascensão na Petrobras nunca dependeu de
indicações políticas. Ele ingressou na estatal por concurso, em 1979.
Pedro
Barusco disse que "praticamente" toda a propina que recebeu foi paga no
exterior, em contas na Suíça. Ele afirmou que não tem detalhes de com o
dinheiro era repassado a Vaccari. "Eu recebia só para mim e para o Renato
Duque". O ex-gerente reafirmou, entretanto, que havia até mesmo uma "prestação
de contas" na divisão da propina. Ele contou aos parlamentares que fazia o
controle dos pagamentos por meio de planilhas e que, periodicamente, em um
período de dois a quatro meses, havia um acerto de contas com os operadores do
esquema. "O mecanismo envolvia o representante da empresa, eu, o diretor Duque
e João Vaccari. São os protagonistas", resumiu.
O delator
deixou claro que a participação de Vaccari não era por conta própria, mas sim
em nome do partido. "O rótulo era PT", explicou, acrescentando que o tesoureiro
petista também esteve à frente do recebimento de comissões em obras do Gasene,
uma rede gasoduto construída entre Rio de Janeiro e Bahia. As obras foram
questionadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "Eu sei que a propina foi
destinada a mim, ao Duque e à parte relativa ao PT. A gente sempre combinava
esse tipo de assunto com o Vaccari. Ele era o responsável", disse o ex-gerente
da Petrobras.
Barusco
também disse que o PMDB se beneficiou dos desvios na Diretoria de
Abastecimento, sob comando de Paulo Roberto Costa, e que a Diretoria de
Serviços era da cota do PT. "A divisão da propina, até onde eu sabia, iria para
o PP e, mais recentemente o PMDB no caso do diretor Paulo Roberto Costa. E no
caso do diretor Renato Duque atendia ao PT. É isso que eu sabia e que eu
vivenciava", afirmou.
Sete
Brasil
Quando se aposentou, aos 55 anos de idade, Barusco assumiu o cargo de diretor operacional da Sete Brasil, empresa dedicada ao aluguel de sondas para a exploração do pré-sal e que é fruto de uma sociedade da Petrobras com empresas privadas, como BTG, Santander e Bradesco, e fundos de pensão. Barusco admitiu que a Sete cobrava 1% de propina sobre os contratos, que somam 22 bilhões de reais. O ex-diretor disse que seu cargo era da cota de indicação da Petrobras, sob responsabilidade do então presidente José Sérgio Gabrielli. "Quem me indiciou foi a Petrobras. Quem foi a pessoa que defendeu a minha colocação eu acho que foi o Renato Duque e o presidente Gabrielli", afirmou.
Quando se aposentou, aos 55 anos de idade, Barusco assumiu o cargo de diretor operacional da Sete Brasil, empresa dedicada ao aluguel de sondas para a exploração do pré-sal e que é fruto de uma sociedade da Petrobras com empresas privadas, como BTG, Santander e Bradesco, e fundos de pensão. Barusco admitiu que a Sete cobrava 1% de propina sobre os contratos, que somam 22 bilhões de reais. O ex-diretor disse que seu cargo era da cota de indicação da Petrobras, sob responsabilidade do então presidente José Sérgio Gabrielli. "Quem me indiciou foi a Petrobras. Quem foi a pessoa que defendeu a minha colocação eu acho que foi o Renato Duque e o presidente Gabrielli", afirmou.
"Sobre a
divisão [de propina] da Sete, como tinha o Vaccari e outras pessoas envolvidas,
houve uma divisão prática: um estaleiro pagava a mim e ao Duque, outro pagava
ao Vaccari, e assim seguia, porque senão ficava uma movimentação financeira
cruzada muito complexa", explicou.
O
deputado Onyx Lorenzoni (Democratas-RS) questionou a forma como a Sete Brasil foi
criada. "É carta marcada. O senhor chega lá colocado do nada, a empresa nasce
do nada e ela de repente tem 22 bilhões para roubar?", disse.
SBM
Pedro Barusco também confirmou que Renato Duque pediu à holandesa SBM um pagamento de 300 mil dólares para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência de 2010. Embora diga não ter tratado diretamente de indicações políticas com os diretores, ele disse ainda que, internamente, "havia rumores de que o PT através do José Dirceu teria indicado Renato Duque e que o PP, através do deputado José Janene, havia indicado o Paulo Roberto".
Pedro Barusco também confirmou que Renato Duque pediu à holandesa SBM um pagamento de 300 mil dólares para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência de 2010. Embora diga não ter tratado diretamente de indicações políticas com os diretores, ele disse ainda que, internamente, "havia rumores de que o PT através do José Dirceu teria indicado Renato Duque e que o PP, através do deputado José Janene, havia indicado o Paulo Roberto".
Fonte:
"Blog Reinaldo Azevedo"
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