Por Olavo de Carvalho
Os
historiadores do futuro, se houver futuro, talvez nos dêem a solução do maior
enigma político de todos os tempos. Por enquanto, tudo são névoas e perguntas
sem respostas. Um homem que veio não se sabe de onde, que nunca teve um emprego
fixo, que pagou seus estudos nas universidades mais caras com dinheiro de fonte
misteriosa, que trocou de nome pelo menos quatro vezes, que nunca exibiu um só
documento de identidade válido mas apresentou pelo menos três falsificados, que
tem uma história de vida toda repleta de episódios suspeitos e passou anos em
companhia íntima de gangsters e terroristas, um dia se elegeu senador pelo
Estado de Illinois e, depois de apenas alguns meses de experiência política - se é que se pode chamar de experiência a ausência na maioria das sessões -,
foi guindado à presidência da nação mais poderosa do globo sob aplausos gerais,
despertando em centenas de milhões de eleitores a maior onda de esperanças
messiânicas de que se tem notícia desde Lênin, Mussolini, Stálin, Hitler e Mao
Dzedong. Decorridos seis anos de administração indescritivelmente desastrosa,
continua no posto, impávido colosso, sem que ninguém possa investigar as zonas
obscuras da sua biografia sem ser xingado de tudo quanto é nome pelos maiores
jornais do país, bem como pela elite dos dois partidos, Democrata e
Republicano. Aparentemente a obrigação mais incontornável do eleitor
americano hoje em dia é deixar-se governar sem perguntar por quem, e
fazendo de conta que tudo está perfeitamente normal.
Uma vez
persuadido a acomodar-se a essa situação, sob pena de tornar-se um inimigo
público, o cidadão está pronto para aceitar silencioso e cabisbaixo qualquer
decisão que venha do governo, por absurda, imoral e inconstitucional que seja.
A
última foi essa incrível troca de cinco dos mais temíveis líderes do Taliban
por um soldadinho desertor - sem consulta ao Senado, é claro, o que soma à
injúria o insulto.
Mas
antes disso o número e a gravidade dos crimes do presidente já haviam
ultrapassado as mais tétricas especulações futuristas: duplicou a dívida
nacional que prometera reduzir, desmantelou o sistema de saúde para colocar em
seu lugar a fraude monumental do Obamacare, pressionou hospitais religiosos
para que realizassem abortos, entregou armas a traficantes mexicanos e
terroristas sírios, encheu de dinheiro estatal firmas falidas de seus amigos e
contribuintes de campanha, desmoralizou o dólar, estragou as relações
diplomáticas com Israel, fez mil e um discursos culpando os EUA de tudo quanto
acontece de mau no mundo, teve dezenas de encontros secretos com membros e
parceiros da Fraternidade Muçulmana, usou o imposto de renda para perseguir
inimigos políticos, instalou um monstruoso sistema de espionagem interna para
chantagear jornalistas, incentivou o quanto pôde o ódio racial, armou a polícia
civil com equipamentos de guerra para aterrorizar cidadãos desarmados, acabou
com a liderança americana no mundo, recusou socorro a um embaixador cercado por
terroristas e, depois que ele foi assassinado, tentou enganar o país inteiro
com a historinha ridícula de que foi tudo culpa de um vídeo do Youtube. Nesse
ínterim, tirou mais férias, deu mais festas e jogou mais partidas de golfe do
qualquer dos seus antecessores, além de faltar sistematicamente ao briefing diário com seus assessores. Nas horas
vagas, sua esposa se dedicava a uma campanha altamente humanitária para que as
crianças comessem mais nabos e menos batatinhas fritas, provocando a ira da
população infantil.
A
sucessão de ações maldosas e antipatrióticas, entremeada aqui e ali de
futilidades obscenas, é tão incessante, tão coerente, que toda tentativa de
explicá-la pela mera incompetência vai contra o mais mínimo senso de
verossimilhança. Como escreveu Eileen F. Toplansky no último número do American Thinker, o homem não é
um fracasso: é um sucesso. Sucesso num empreendimento frio e calculado de
destruição do país (v. http://www.americanthinker. com/2014/05/a_most_successful_ president.html).
Se, a
despeito disso, ele continua blindado e inatingível, é porque a Constituição e
as leis foram desativadas, sendo substituídas por um novo princípio de ordem: a
autoridade da grande mídia, aliada à força de intimidação de uma vasta rede de
colaboradores dispostos a tudo e amparada em corporações bilionárias
interessadas em remover os EUA do caminho do governo mundial.
O Sistema americano, em suma, já não é mais o
mesmo, e a restauração do antigo, se for possível, levará décadas. A obra de
devastação foi muito além dos seus efeitos políticos imediatos: mudou o quadro
inteiro da autoconsciência americana, fez da grande potência um país doente e
aleijado, incapaz de reagir às mais brutais agressões psicológicas. Incapaz até
mesmo de escandalizar-se.
A
passagem de Barack Hussein Obama pela presidência é o acontecimento mais
desastroso que já se abateu sobre os EUA desde o bombardeio de Pearl Harbor.
Publicado no "Diário do Comércio"
Fonte: "Mídia Sem Máscara"
Nenhum comentário:
Postar um comentário