Por Reinaldo Azevedo
Já começam a circular os dados do 7º Anuário Brasileiro de
Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O site do Fórum
ainda não traz o relatório completo, que, segundo entendi, estará no ar nesta
terça. Mas já dá para fazer algumas considerações. O levantamento traz os
números da violência no Brasil em 2012. Atenção! O país voltou a superar a
marca dos 50 mil homicídios: 50.108, contra 46.177 em 2011. A taxa de
mortes violentas subiu de 24 por 100 mil habitantes para 25,8.
Aqui e ali, já noto, tenta-se forçar a mão e fazer de São Paulo o
dado, vamos dizer, negativo do levantamento. Em 2012, com efeito, houve um
aumento de número de homicídios no Estado: de 4.193 para 4.936. Pois é… Ocorre
que o Estado segue sendo, segundo dados do próprio Governo Federal, o SEGUNDO
EM QUE MENOS SE MATA NO PAÍS EM NÚMEROS RELATIVOS - vale dizer: que leva em
conta o tamanho da população: 12,4 homicídios por 100 mil. Só perderia para o
Amapá, com 10,4. Ocorre que o anuário distingue dados de alta confiabilidade -
como os de São Paulo - dos de "baixa confiabilidade", como os do Amapá. Assim,
entre os estados em cujas estatísticas se pode confiar, São Paulo ainda é o que
apresenta a menor taxa de homicídios.
Tão logo os quadros estejam disponíveis, eu os publico aqui. Por
enquanto, fiquem com alguns números. Houve um aumento do número absoluto de
homicídios e da taxa em 16 das 27 unidades da federação: Amapá (210,9%); Pará
(188,1%); Piauí (47,2%); Ceará (31,2%); Goiás (26,2%); Acre (22,3%);
Sergipe (18,2%); São Paulo (14%); Rio Grande do Sul (13,1%); Rio
Grande do Norte (11,2%); Tocantins (9,9%); DF (9,9%); Minas Gerais
(8,4%); Maranhão (3,4%); Rondônia (0,8%) e Roraima (14,3%).
A Bahia
Dilma prometeu uma verdadeira revolução na segurança pública. Anunciou que a experiência das UPPs no Rio de Janeiro se espalharia Brasil afora - não disse como faria. Só anunciou o milagre. O PT governa o Estado mais populoso do Nordeste, o quarto do país: só perde para São Paulo, Minas e Rio (por pouco). Jaques Wagner está no sétimo ano de mandato. A violência no Estado segue sendo escandalosa, estupefaciente.
Dilma prometeu uma verdadeira revolução na segurança pública. Anunciou que a experiência das UPPs no Rio de Janeiro se espalharia Brasil afora - não disse como faria. Só anunciou o milagre. O PT governa o Estado mais populoso do Nordeste, o quarto do país: só perde para São Paulo, Minas e Rio (por pouco). Jaques Wagner está no sétimo ano de mandato. A violência no Estado segue sendo escandalosa, estupefaciente.
Com mais de 42 milhões de habitantes, São Paulo registrou 5.180
mortes violentas (latrocínios, homicídios e lesão seguida de morte). Com pouco
mais de 15 milhões, houve 5.764 ocorrências na Bahia. Assim, a taxa por 100 mil
habitantes no Estado governado por Jaques Wagner situa-se entre as maiores do
país: 40,7 por 100 mil, contra 12,4 de São Paulo.
"Por que falar da Bahia? Só para pegar no pé do PT?" Não! Só para
ser óbvio. Os petistas prometeram, na disputa eleitoral, dar uma resposta
eficaz à segurança pública. Dilma, reitero, anunciou uma revolução na
área. Wagner governa o Estado, diz, em parceria com o Governo Federal e
PRATICAMENTE SEM OPOSIÇÃO. A Bahia é um Estado rico, mas que concentra um
grande número de pobres; tem à sua disposição tudo o que pode oferecer a
modernidade, mas também bolsões de atraso. É uma boa síntese do Brasil. Ali os
petistas poderiam demonstrar a sua expertise na área. Em vez disso, nos sete
anos de governo do partido, a violência explodiu. (O grifo em vermelho é do Blog Demais)
Os nefelibatas ficarão furiosos
Os tempos andam hostis aos fatos. Vejam estes dados sobre número de presos por 100 mil habitantes:
São Paulo – 633
Bahia – 134
Alagoas – 225
Os tempos andam hostis aos fatos. Vejam estes dados sobre número de presos por 100 mil habitantes:
São Paulo – 633
Bahia – 134
Alagoas – 225
Agora vejam as taxas de homicídios por 100 mil desses mesmos
estados:
Alagoas – 62
Bahia – 40,7
São Paulo – 12,4
Alagoas – 62
Bahia – 40,7
São Paulo – 12,4
Vejam que coisa curiosa: mais bandidos presos, menos mortos nas
ruas. Mas não diga aos nefelibatas e aos poetas da segurança pública. Eles
consideram que esse negócio de afirmar que lugar de criminoso é na cadeia é
coisa de rotweiller furioso, de direitista. O submarxismo chulé entende que o "encarceramento" é só uma das expressões da luta de classes. Digo ser "submarxismo" porque os comunas mesmo, os originais, nunca deram trela para
maginais e nunca julgaram que o crime fosse um instrumento útil à sua causa.
Lênin mandava passar fogo na tigrada. Como não sou leninista, acho que basta
prender.
Com todos os dados em mãos, voltarei certamente ao assunto.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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