Por
Reinaldo Azevedo
Os nomes dos regimes de prisão não Brasil não ajudam muito, e
deriva daí a confusão em que incorreu, diga-se, o próprio ministro Luís Roberto
Barroso, do Supremo, quando sugeriu que só regime fechado impede um parlamentar
de exercer suas atividades. Vamos lá. O regime fechado é fechado mesmo. O
sujeito entra em cana e, enquanto durar essa fase da prisão, não pode sair da
cadeia, a não ser em situações especiais - saída no Natal, por
exemplo, ou no Dia das Mães. Bandido também tem mãe. No geral, ela não responde
pela safadeza do filho da mãe.
O regime dito semiaberto também é fechado. O que muda são as
condições de vigilância, mais relaxadas do que as do regime fechado. Com
autorização do juiz, os presos podem deixar a instalação prisional por algumas
horas para, por exemplo, estudar. E o regime aberto é aquele em que o sujeito
tem de dormir na cadeia, mas pode passar o dia fora.
Os regimes semiaberto e aberto acabam virando prisão domiciliar
ou, pura e simplesmente, liberdade porque quase inexistem estabelecimentos
próprios para esse tipo de prisão. Ninguém investe em cadeia no Brasil. Não dá
muito voto. Governante que põe dinheiro nessa área fica com má fama. Os
esquerdistas da imprensa acham que é coisa de fascista. Logo perguntam: "Por
que não constrói escolas?". Caso se responda que é porque escola não pode
abrigar bandidos, eles pensam se tratar de uma ironia. Mas voltemos.
José Dirceu e Delúbio Soares, por exemplo, enquanto aguardam o
resultado dos embargos infringentes (que podem inocentá-los do crime de
formação de quadrilha), começarão a cumprir pena em regime semiaberto. Isso
quer dizer que o juiz pode autorizar a saída da dupla para atividades
especiais.
Em vez de estudar, eles têm tudo para ensinar, não é? Dirceu
montaria um curso de Ética e Formação Política. Delúbio, professor de
matemática, ensinaria os truques de contabilidade para os que manejam "recursos não contabilizados".
Necessário mesmo, por todos os meios, é impedir que tenham
contato com os bandidos comuns, com aqueles que ainda não descobriram as
vantagens de ser um criminoso da política.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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