Por Reinaldo Azevedo
Vou imitar os petralhas nas redes sociais e quando tentam invadir
a área de comentários do blog: "Quá, quá, quá…" "Rarararara"… "Kkkkk". Não sei
imitar o som dos zurros. Na semana em que o Supremo decretou a prisão dos
mensaleiros; na semana em que José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e uma
banqueira foram em cana por causa do mensalão, Mino Carta continua a assombrar
o jornalismo mostrando como é que se faz. A capa da "Carta Capital",
generosamente bancada por patrocínio de estatais, chama a atenção para a
extinção de uma perereca.
Sim, leitor amigo, um mundo sem pererecas seria certamente
infernal, mas digamos que o assunto poderia ficar para a semana que vem, não é?
O apocalipse das pererecas ainda tardará um pouco. Vejam.
É claro que Mino faz isso para a chamar a atenção. Assim, ficaria evidenciada uma suposta conspiração midiática - entenderam? -, à
qual a Cartilha Capital não aderiria para demonstrar, coisa de que ninguém
duvida, que faz jornalismo de outra natureza. Um leitor me mandou a imagem.
Achei que estivesse me sacaneando; cheguei a pensar que era uma dessas
brincadeiras da Internet… Entrei no site da revista. É tudo verdade.
Nem no site a prisão dos mensaleiros merece destaque. Nada disso!
A revista prefere anunciar que "Dilma cospe fogo", revoltada com a paralisação
das obras. Entendi. A Cartilha certamente escreveu um texto demonstrando que a
presidente faz muito bem em lutar para que obras que roubam dinheiro público
tenham continuidade. É coisa de gente com moral superior.
Agora entendi por que tantos vagabundos, alguns disfarçados de
jornalistas, e congêneres no feminino ficaram tão furiosos quando passei a
assinar uma coluna na Folha. Quem deveria estar lá, no meu lugar, é um desses
defensores fanáticos do sapo cururu.
PS: E aquele "aguenta firme"? Isso mereceria um ensaio de
semiótica. Coragem, perereca!
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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