Para FT, governo é
culpado por desaceleração dos investimentos e Brasil deve aproveitar agora
capital de baixo custo (Foto: Ueslei
Marcelino/Reuters)
Em seu editorial na edição de
segunda-feira, 20, o jornal britânico Financial Times disse que o otimismo
dos brasileiros com relação à economia é "de fachada". A publicação começa o
texto enumerando as boas-notícias que o país recebeu nos últimos dias, como a
ascensão do diplomata Roberto Azevêdo à presidência da Organização Mundial do
Comércio (OMC), a emissão bem-sucedida de títulos da Petrobras, a oferta
pública de ações (IPO, na sigla em inglês) de 11,4 bilhão de reais da BB
Seguridade - a maior do ano -, além do leilão de blocos de petróleo, promovido
pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na semana passada. "Contudo, a aparente
sensação de bem-estar é uma fachada", afirma o conceituado periódico na
sequência.
O FT destaca que a economia brasileira cresce menos do que o Japão
neste ano, depois de ter expandido apenas 1% ano passado, e lembrou que a
inflação alta tem erodido a confiança do consumidor. "Há um senso de mal-estar
e a raiz dele é a desaceleração dos investimentos, que começou em 2011 e
permanece", diz o editorial. "Mais investimentos é exatamente o que o Brasil
precisa para manter os empregos e tornar-se a potência global que ele quer
ser", acrescenta, citando que os investimentos representam 18% do Produto
Interno Bruto (PIB) do país, contra 24% da América Latina e 30% das potências
asiáticas.
Na opinião do jornal, a culpa pela desaceleração de investimentos é de Brasília, uma vez que o modelo econômico extravagante cujo motor é o consumo, firmado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está esgotado, enquanto o modelo de Dilma, mais centralizador, acaba tornando lentas as decisões econômicas.
Na opinião do jornal, a culpa pela desaceleração de investimentos é de Brasília, uma vez que o modelo econômico extravagante cujo motor é o consumo, firmado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está esgotado, enquanto o modelo de Dilma, mais centralizador, acaba tornando lentas as decisões econômicas.
Outra crítica é a ajuda pontual para os
setores preferidos do governo, em vez de uma ampla reforma estrutural para os
mercados. Um exemplo citado é a questão da infraestrutura, com investimentos
necessários em portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. Para o FT, há
interesse de empresários e investidores de participar desses setores, mas o
marco regulatório ainda não viabiliza a construção de uma nova infraestrutura. "Brasil precisa desesperadamente de mais investimentos. O baixo nível da
poupança nacional significa que o dinheiro terá de vir de fora. Hoje o capital
está barato, mas não estará para sempre. Brasil tem uma boa janela de
oportunidades e a senhora Rousseff e seu governo precisam fazer as coisas
acontecerem enquanto ela ainda está aberta", finaliza o texto.
Fonte: Veja.com
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