Por Demóstenes Torres
O Brasil está mergulhado numa inércia tamanha que a presidente Dilma Roussef não reage quando um auxiliar rebate com lorota acusações de roubo, o que tem sido a regra, nem quando outros sofrem surto de sinceridade.
O número 2 do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, admitiu que o Programa de Aceleração do Crescimento não contribuiu para elevar o PIB em 2011. Se as digitais do governo não podem ser encontradas no superávit, estão espalhadas na âncora econômica alojada no Palácio do Planalto.
Da estagnação à queda basta um pulo. O IBGE informou, na semana passada, que a criação de emprego e os ganhos, estacionados desde agosto, começam a descer a ladeira (o governo preferiu divulgar o desemprego de 5,8%, que é baixo, mas parou de cair). Na base das más notícias residem a ineficiência e a corrupção.
Outro do time de Dilma, o empresário Jorge Gerdau, concluiu da experiência de comandar a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Produtividade: "É impossível administrar com quase 40 ministérios e 23.500 assessores de confiança". Refere-se à turma que trava a gestão, o desempenho e a produtividade.
A obesidade mórbida da máquina criticada por Gerdau, além de sugar o trilhão e quatrocentos bilhões arrecadados por uma das maiores cargas tributárias do mundo civilizado, breca o projeto analisado por Barbosa.
Está terminando o ano e o Ministério dos Transportes gastou 1% dos R$ 121 bilhões que deveria aplicar em obras do PAC até o fim do mandato presidencial. Um por cento! Nesse ritmo, a presidente precisaria de exatamente um século no poder.
A paralisia explica a redução na expectativa do PIB de 4,5% para 3,8% e no inchaço da inflação, de 6,5% para 6,97%. Parece pouco, mas relembre-se que quem traça as metas é quem as descumpre e instala o viés de baixa no ufanismo.
A revista "The Economist" apontou recentemente o Brasil como o segundo país com maiores sinais de superaquecimento econômico. Nos últimos três anos, os brasileiros subiram suas dívidas com os bancos em R$ 320 bilhões.
A cada acréscimo de R$ 100 na renda foram pegos R$ 865 em novos empréstimos. Similar ao que ocorreu em maior intensidade nos EUA e na Europa: o crédito inflado impulsionou a prosperidade de fachada. Os índices de crescimento computam o que foi vendido, não o que foi pago.
O cenário é conturbado, mas, conforme disse Barbosa, a iniciativa privada impulsiona o aumento contínuo do PIB. O empreendedorismo mais uma vez supera a burocracia e a ineficácia estatais. O 1% do PAC reflete o despreparo da equipe para governar e do Brasil para crescer.
Até no que a natureza nos presenteou há milhões de anos, o petróleo, revela-se a falta de capacitação. Uma sócia da Petrobras poluiu o mar e nada aconteceu além "Dilma, eu te amo".
Fosse nos poços do pré-sal e o desastre seria tão gigantesco que só não cobriria o Planalto de óleo porque a lama impediria.
* Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM/GO)
Fonte: "Blog do Noblat"
O Brasil está mergulhado numa inércia tamanha que a presidente Dilma Roussef não reage quando um auxiliar rebate com lorota acusações de roubo, o que tem sido a regra, nem quando outros sofrem surto de sinceridade.
O número 2 do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, admitiu que o Programa de Aceleração do Crescimento não contribuiu para elevar o PIB em 2011. Se as digitais do governo não podem ser encontradas no superávit, estão espalhadas na âncora econômica alojada no Palácio do Planalto.
Da estagnação à queda basta um pulo. O IBGE informou, na semana passada, que a criação de emprego e os ganhos, estacionados desde agosto, começam a descer a ladeira (o governo preferiu divulgar o desemprego de 5,8%, que é baixo, mas parou de cair). Na base das más notícias residem a ineficiência e a corrupção.
Outro do time de Dilma, o empresário Jorge Gerdau, concluiu da experiência de comandar a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Produtividade: "É impossível administrar com quase 40 ministérios e 23.500 assessores de confiança". Refere-se à turma que trava a gestão, o desempenho e a produtividade.
A obesidade mórbida da máquina criticada por Gerdau, além de sugar o trilhão e quatrocentos bilhões arrecadados por uma das maiores cargas tributárias do mundo civilizado, breca o projeto analisado por Barbosa.
Está terminando o ano e o Ministério dos Transportes gastou 1% dos R$ 121 bilhões que deveria aplicar em obras do PAC até o fim do mandato presidencial. Um por cento! Nesse ritmo, a presidente precisaria de exatamente um século no poder.
A paralisia explica a redução na expectativa do PIB de 4,5% para 3,8% e no inchaço da inflação, de 6,5% para 6,97%. Parece pouco, mas relembre-se que quem traça as metas é quem as descumpre e instala o viés de baixa no ufanismo.
A revista "The Economist" apontou recentemente o Brasil como o segundo país com maiores sinais de superaquecimento econômico. Nos últimos três anos, os brasileiros subiram suas dívidas com os bancos em R$ 320 bilhões.
A cada acréscimo de R$ 100 na renda foram pegos R$ 865 em novos empréstimos. Similar ao que ocorreu em maior intensidade nos EUA e na Europa: o crédito inflado impulsionou a prosperidade de fachada. Os índices de crescimento computam o que foi vendido, não o que foi pago.
O cenário é conturbado, mas, conforme disse Barbosa, a iniciativa privada impulsiona o aumento contínuo do PIB. O empreendedorismo mais uma vez supera a burocracia e a ineficácia estatais. O 1% do PAC reflete o despreparo da equipe para governar e do Brasil para crescer.
Até no que a natureza nos presenteou há milhões de anos, o petróleo, revela-se a falta de capacitação. Uma sócia da Petrobras poluiu o mar e nada aconteceu além "Dilma, eu te amo".
Fosse nos poços do pré-sal e o desastre seria tão gigantesco que só não cobriria o Planalto de óleo porque a lama impediria.
* Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM/GO)
Fonte: "Blog do Noblat"
Um comentário:
E o pior de tudo é que ainda vemos eleitores ignorantes, se achando no melhor dos mundos.
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