Por Tuna Espinheira
"Gosto muito de uma assertiva do Nelson Pereira dos Santos: 'A historia do cinema brasileiro é a historia das suas crises'. Na Bahia a saga da sétima arte não poderia ser diferente. Entretanto, nunca é demais lembrar o ciclo de ouro, entre o final da década de 50 e meados de 60, quando se deu o momento mais sólido e exitoso das produções de filmes de longa metragem, iniciada com Redenção, de Roberto Pires. A última destas realizações (o meu ver, emblemática), foi o filme O Grito da Terra, de Olney São Paulo, todo rodado e produzido na cidade do interior do Estado, Feira de Santana.
A famigerada ditadura militar desmobilizou e colocou uma pá de cal neste ciclo, redundando na romaria para o sul maravilha, da maioria dos técnicos e cineastas locais. O combalido cinema baiano amargaria um agônico período de vacas magras, duas décadas sem produzir filmes de longa metragem.
No momento, a convite de Jorge Alfredo, uma representação, bastante significativa dos cineastas da boa terra, toparam se reunir (coisa raríssima), para debater e dirimir as questões substanciais do meio. Após muitas trocas de figurinhas e debates via internet, foi resolvido urdir um documento dirigido ao governador do Estado solicitando reparos na política cultural dirigida ao nosso cinema.
De todos os pólos de cinema, afora os Golias, Rio/São Paulo, a Bahia é o menor dos pequeninos. Parte pela ausência de políticas públicas para o segmento e da inércia de ações dos próprios cineastas que agora se mexem.
Para finalizar, falo agora em meu próprio nome: é necessária a urdidura de uma política cultural adequada ao segmento do nosso cinema. Não basta filmar, os filmes tem de chegar às telas, seu habitat natural. O FUNDO DE CULTURA, onde dizem, mora o dinheiro, precisa ter regras mais claras, e diria mais democráticas, para o acesso dos projetos. A burocracia reinante nestes cantos é insuportável. Parafraseando Noel Rosa: os cineastas da terrinha não querem abafar ninguém, só querem mostrar que fazem cinema também. Fiat lux..."
Texto publicado no jornal "A Tarde" e replicado pelo "Setaro's Blog"
A famigerada ditadura militar desmobilizou e colocou uma pá de cal neste ciclo, redundando na romaria para o sul maravilha, da maioria dos técnicos e cineastas locais. O combalido cinema baiano amargaria um agônico período de vacas magras, duas décadas sem produzir filmes de longa metragem.
No momento, a convite de Jorge Alfredo, uma representação, bastante significativa dos cineastas da boa terra, toparam se reunir (coisa raríssima), para debater e dirimir as questões substanciais do meio. Após muitas trocas de figurinhas e debates via internet, foi resolvido urdir um documento dirigido ao governador do Estado solicitando reparos na política cultural dirigida ao nosso cinema.
De todos os pólos de cinema, afora os Golias, Rio/São Paulo, a Bahia é o menor dos pequeninos. Parte pela ausência de políticas públicas para o segmento e da inércia de ações dos próprios cineastas que agora se mexem.
Para finalizar, falo agora em meu próprio nome: é necessária a urdidura de uma política cultural adequada ao segmento do nosso cinema. Não basta filmar, os filmes tem de chegar às telas, seu habitat natural. O FUNDO DE CULTURA, onde dizem, mora o dinheiro, precisa ter regras mais claras, e diria mais democráticas, para o acesso dos projetos. A burocracia reinante nestes cantos é insuportável. Parafraseando Noel Rosa: os cineastas da terrinha não querem abafar ninguém, só querem mostrar que fazem cinema também. Fiat lux..."
Um comentário:
Tenho que admitir, Tuna Espinheira é um batalhador incansável, em prol da sétima arte na Bahia!
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