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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

José Serra diz que destaque do governo Dilma é "o estelionato eleitoral"

Trechos da entrevista concedida por José Serra ao jornal "O Globo":
(...)
Qual a sua avaliação sobre a postura do governo Dilma nesse primeiro teste da presidente no Congresso?
Lamentável. Está à vista de todos: oferece cargos, loteia o governo, promove a troca de favores não republicanos em troca da submissão de parlamentares. O valor do mínimo está sendo usado para o governo evidenciar ao mercado um rigor fiscal que ele absolutamente não tem. O falso rigor esconde a falta de rigor. Por que não começam pelos cortes de cargos comissionados ou dos subsídios, como os que são entregues ao BNDES?
São uns 3% do PIB, R$ 110 bilhões. O governo está inflando despesas de maneira enganosa ou vai falir o país em um ano. Dou um exemplo: as despesas de custeio foram de R$ 282 bilhões em 2010. O orçamento deste ano diz que o governo vai gastar R$ 404 bilhões: um aumento de 43%. Os restos a pagar do governo Lula se elevam só neste ano a R$ 129 bilhões. Quer apostar como vão cancelar muitos dos projetos, depois de servirem como instrumento para atrair votos na campanha?
O senhor tem usado bastante o Twitter para criticar e cobrar ações do governo Dilma. O que destacaria deste início de governo?
O destaque é o estelionato eleitoral. Há quatro meses falavam em investir num monte de coisas, milhões de casas, milhões de creches, de quadras esportivas, de estradas, de ferrovias. A realidade é que está tudo parado, a herança maldita deixada por Lula é gigantesca em razão do descontrole dos gastos, dos maiores juros do mundo, da desindustrialização.
A montagem do governo foi um festival de barganhas e, antes de terminar o segundo mês, ainda tivemos o bloqueio a um salário mínimo melhor, o escândalo de Furnas e a não apuração dos escândalos da Casa Civil. Não é à toa que a presidente fala pouco e nunca de improviso. O atual governo optou por fingir que nada disso é com ele.
As suas recentes aparições em público têm sido interpretadas como uma demonstração de interesse pela presidência nacional do PSDB. O senhor está disposto a disputar o cargo?
Depois da eleição, eu me recolhi, tive e tenho um período de maior reflexão. Eu estou voltando aos poucos. Não tenho me movimentado nem aparecido tanto assim. Mas vou voltar a trabalhar e ao ativismo político. Não é emprego, não é cargo. Meu objetivo é debater o Brasil. Eu já fui presidente do PSDB entre 2003 e 2004. Em nenhum momento, a ninguém, expressei o desejo de voltar à presidência do partido. Não acho que seja uma questão tão importante agora. Há muita fofoca, diz-que-diz-que, presunções. Em todo caso, dentro do partido são muito poucos os que desejariam trazer 2014 para 2011. Além de surrealista, isso nos tiraria o foco, enfraqueceria a oposição.
Um de seus principais aliados, o senador Aloysio Nunes Ferreira já disse publicamente que "Serra deve estar presente na direção do partido". Isso não é um sinal de que há uma tentativa de viabilizá-lo?
Posso garantir que não há nenhum movimento. A afirmação do Aloysio deve ter sido feita em resposta a alguma pergunta específica e tirada de contexto. Mas me parece óbvia: por que o PSDB iria excluir de seu quadro dirigente uma pessoa que teve o voto de 44 milhões de brasileiros? Por que excluiria um de seus fundadores? Por que excluiria um quadro que já foi deputado, líder, senador, ministro duas vezes, prefeito da maior cidade e governador do estado mais populoso?
O senhor cogita criar um novo partido?
Isso é uma calúnia anônima, sem pé nem cabeça.
O seu nome também tem sido lembrado para a eleição de 2012 à Prefeitura de São Paulo. O senhor estuda essa possibilidade?
Já disse e repito: não vou disputar eleição em 2012. Quem está trabalhando com essa hipótese está perdendo tempo.
Em 2010, o senhor foi considerado o candidato natural do partido à Presidência da República. O senador Aécio Neves é o candidato natural do PSDB para 2014?
Não sei como aferir se uma candidatura é natural ou não. Quando só há um candidato, a candidatura não é natural, é única, como aconteceu com o Covas (Mário Covas) em 1989 e com o Fernando Henrique em 1994 e 1998. Em 2002, muita gente achava que eu era o candidato natural. No entanto, quando a eleição se aproximou, pelo menos dois qualificados companheiros também se apresentaram. O que eu acho é que 2014 ainda está muito longe, e há muitas variáveis ainda imprevisíveis. Seria perda de tempo ficar especulando sobre o assunto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Dimas Oliveira,

Fiquei tristemente surpreso ao regressar à nossa querida Feira, e tomar conhecimento da sua sumária e desleal demissão da Secretaria Municipal de Comunicação. Como leitor assíduo do seu valioso blog, onde não só banho-me de vastas informações culturais, como também, a miúde, informo-me de uma gama diversificada de notícias locais, acompanhei, no curso do mandato de deputdo do atual do sr prefeito Tarcízio Pimenta, o grosso do noticiário produzido pela assessoria do então parlamentar, sempre dando conta dos seus atos na Assembléia Legislativa e palmeando a estrada do mesmo à candidatura do cargo que ora ocupa, cuja trajetória o seu inestimável espaço jornalístico ajudou a ilustrar, construindo a imagem de político austero e provido dos mis altos interesses em defesa dos interesses e demandas da coletividade feirense.

Mal refeito desta informação que me deixou deveras penalizado, soube, em seguida, que antes mesmo de demití-lo, o sr prefeito perpetrara outra grande ingratidão, demitindo sem nenhum motivo aparente aquele que com tanta devoção, por anos foi o seu principal articulista no setor de comunicação, o carismático jornlista Jorge Magalhâes, carinhosamente chamado por seus colegas de "Jorge Magal".

Mas, para confundir ainda mais os meus sentidos e as minhas emoções, soube em seguida que, sem quê nem pra quê, em nota dirigida à imprensa local o jornalista Edson Borge, entregando os pontos, devolveu ao sr prefeito o cargo de secretário de comunicação. Pelo que soube, Edson saiu afirmando loas da experiência que vivera, desenhando um céu azul entre ele e o prefeito e gratificado e honrada da oportunidade que recebera do alcaíde. Aí, me perguntei: Como um profissional que se diz pleno de felicidade num cargo que além do status lhe rendia perto de R$ 10 mil mês, abre mão de tais vantagens para viver de contemplação paradisíaca de um blog que, ao que me parece pelo contraste da biografia que exibe, nenhum futuro jornalístico tem?
Solidário a você Dimas, e a todos aqueles que, de uma forma ou de outra foram ou se sentem perseguidos pelo espírito turbulento e rixoso do sr prefeito ( um homem cuja psicosfera obscura é cercada de um sem número de vassalos que o inspiram nos seus decretos estapafúrdios e nas suas mais nebulosas atitudes)é que imploro ao nobre jornalista a continuar firme na defesa intransigente de bem informar nossos conterrâneos como, aliás, é a marca característica da sua inatacável conduta enquanto jornalista.

Continue criticando, apontando, denunciando os equívocos desta era tenebrosa cuja lembrança haveremos de apagar o mis breve possível, assim que esta tempestade de gafanhotos e pragas daninhas atravesse o nosso deserto de incertezas administrativas.

Com o abraço de Antonio Mendes, este leitor silencioso e anônimo que muito o aprecia.

Mariana disse...

Também penso como o seu amigo acima, Dimas! Não deixe por menos, que êsse prefeito não merece. Nem que fôsse um grande gestor.

E quanto ao que disse Serra, o pior de tudo é que quando pensamos que os governistas e petralhas em geral,já aprontaram todas, lá vem mais uma! Foi mesmo a maior vergonha essa primeira grande aprovação do govêrno(salário mínimo), quando as "negociações" eram feitas quase que na nossa cara. Imagine as próximas votações, como serão.