Não existe rádio atualmente em Feira de Santana, o que existe é um grupo de incompetentes dissimulados "artistas" que se dizem astros.
Sempre ferindo o delicado aparelho auditivo do pacato povo desta terra, irritado, ora com o chiar do disco rachado ou da agulha gasta, ora pelos inúmeros atentados contra a gramática portuguesa... e aos domingos justamente neste dia em que as formidáveis gravações de Luiz Gonzaga, os presentes sonoros e outras porcarias param por algumas horas, e entram os célebres programas de auditório, "é uma cousa horrorosa" e os violões de cego "cachaceiro" de porta de venda enchem o eter com a sua fina, suave e embriagadora sonoridade.
O rádio feirense não está acompanhando o progresso da terra. Os primeiros anos do rádio neste cidade foram melhores do que os de hoje.
Em vez de progredir está-se dando o contrário. Se continuar assim dentro de pouco tempo nem as quitandas de vender bananas e cachaça terão os seus rádios ligados para as estações locais.
É lamentável!
Comentário extraído do número 4 do "Santanópolis", órgão independente, noticioso e literário, de 27 de agosto de 1955, que tinha como redator chefe José Luiz Navarro da Silva.
Um comentário:
"Sempre ferindo o delicado aparelho auditivo" é a mesma coisa de "meu ouvido não penico", dita de uma forma mais amena, não é mesmo, Dimas? Creio que hoje está bem pior o rádio feirense.
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