De Reinaldo Azevedo
Aqui e ali se diz que a mensagem de José Serra, ontem, depois de conhecido o resultado das urnas, foi dura. Pois eu gostei, é evidente! Não gosto é das coisas mornas, lembram-se? Não foi, de fato, aquela fala usual, típica da gramática da derrota. Ao contrário. Ele a refugou: “Pode parecer estranho para um candidato que não ganhou a eleição, mas vim aqui não para falar de minha frustração, vim falar da esperança. Nesses meses duríssimos, quando enfrentamos forças terríveis, você alcançaram uma vitória estratégica. Cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza, consolidaram um campo político em defesa da liberdade e da democracia no Brasil. Em defesa das grandes causas econômicas e sociais do país”.
É isso aí! Uma fala inusual para uma campanha inusual. Não dá para fazer de conta que Serra enfrentou forças típicas de numa eleição. As franjas do estado policial mobilizadas para fazer dossiês, invadindo direitos protegidos pela Constituição, não são corriqueiras. Um presidente da República que, por meio de uma fala irresponsável, beirando a chacota, condescende com a violência de uma horda cujos líderes ele abraçara pouco antes, não faz uma disputa convencional. Ter como âncora de uma campanha uma rematada mentira, como a história da privatização, não deve ser recebido como expediente aceitável.
Por isso, nesse caso, o decoroso é ser sincero!
E Serra deixou claro que seus quase 44 milhões de votos não lhe permitem pendurar a chuteira: “Para os que nos imaginam derrotados, saibam de uma coisa: apenas começamos a lutar de verdade. Vamos dar nossa contribuição ao país em defesa da pátria, da liberdade, da democracia, do direito que todos têm de falar e serem ouvidos. Da integridade da vida pública. Essa será nossa luta nos próximos anos. Por isso, minha mensagem de despedida para vocês não é um adeus, é um até logo. A luta continua”.
Vai disputar isso ou aquilo? Parece um tanto cedo para esse tipo de questão.
Há quem queira que a fala convencional teria sido melhor. Discordo obviamente! Horas antes, ninguém menos do que Lula afirmava que “Serra havia saído menor da disputa”. Decoro? Para quê? Marco Aurélio Top Top Garcia, este monumento moral, reiterava que “Serra terá um final melancólico”, mesmo com a vitória de sua candidata já consolidada. Tarso Genro, governador eleito do Rio Grande do Sul, fingindo que o PT teve uma vitória esmagadora, o que é falso, atribuía o resultado à suposta agressividade da oposição. São esses os petistas, a começar de Lula, decorosos?
O PT não sabe nem perder nem ganhar. Chegou a hora, parafraseando Marina Silva, de a oposição ganhar perdendo! Até porque sai das urnas muito mais forte do que a prancheta dos petistas previa. E a hora de fazer oposição, nas democracias, sempre é já tanto quanto nas ditaduras é nunca.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Aqui e ali se diz que a mensagem de José Serra, ontem, depois de conhecido o resultado das urnas, foi dura. Pois eu gostei, é evidente! Não gosto é das coisas mornas, lembram-se? Não foi, de fato, aquela fala usual, típica da gramática da derrota. Ao contrário. Ele a refugou: “Pode parecer estranho para um candidato que não ganhou a eleição, mas vim aqui não para falar de minha frustração, vim falar da esperança. Nesses meses duríssimos, quando enfrentamos forças terríveis, você alcançaram uma vitória estratégica. Cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza, consolidaram um campo político em defesa da liberdade e da democracia no Brasil. Em defesa das grandes causas econômicas e sociais do país”.
É isso aí! Uma fala inusual para uma campanha inusual. Não dá para fazer de conta que Serra enfrentou forças típicas de numa eleição. As franjas do estado policial mobilizadas para fazer dossiês, invadindo direitos protegidos pela Constituição, não são corriqueiras. Um presidente da República que, por meio de uma fala irresponsável, beirando a chacota, condescende com a violência de uma horda cujos líderes ele abraçara pouco antes, não faz uma disputa convencional. Ter como âncora de uma campanha uma rematada mentira, como a história da privatização, não deve ser recebido como expediente aceitável.
Por isso, nesse caso, o decoroso é ser sincero!
E Serra deixou claro que seus quase 44 milhões de votos não lhe permitem pendurar a chuteira: “Para os que nos imaginam derrotados, saibam de uma coisa: apenas começamos a lutar de verdade. Vamos dar nossa contribuição ao país em defesa da pátria, da liberdade, da democracia, do direito que todos têm de falar e serem ouvidos. Da integridade da vida pública. Essa será nossa luta nos próximos anos. Por isso, minha mensagem de despedida para vocês não é um adeus, é um até logo. A luta continua”.
Vai disputar isso ou aquilo? Parece um tanto cedo para esse tipo de questão.
Há quem queira que a fala convencional teria sido melhor. Discordo obviamente! Horas antes, ninguém menos do que Lula afirmava que “Serra havia saído menor da disputa”. Decoro? Para quê? Marco Aurélio Top Top Garcia, este monumento moral, reiterava que “Serra terá um final melancólico”, mesmo com a vitória de sua candidata já consolidada. Tarso Genro, governador eleito do Rio Grande do Sul, fingindo que o PT teve uma vitória esmagadora, o que é falso, atribuía o resultado à suposta agressividade da oposição. São esses os petistas, a começar de Lula, decorosos?
O PT não sabe nem perder nem ganhar. Chegou a hora, parafraseando Marina Silva, de a oposição ganhar perdendo! Até porque sai das urnas muito mais forte do que a prancheta dos petistas previa. E a hora de fazer oposição, nas democracias, sempre é já tanto quanto nas ditaduras é nunca.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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