Por César Maia
1. A vantagem de Dilma é fato que não se pode e nem se deve contestar. De outra forma se dá "a tropa", uma voz de comando equivocada. Certamente a eleição não está definida. A TV, ao distribuir a informação que temos eleição, descobre as tendências espontâneas do eleitorado. Aquece as intenções de voto. Mas ainda não cristaliza as 'decisões' de voto.
2. No entanto, ao sinalizar um movimento ascendente de Dilma, cria um quadro de despolarização da eleição. A despolarização da eleição pode ser uma armadilha para ambos os lados. Para Serra, numa hipótese, se insistir na polarização, pode aumentar os riscos de vitória de Dilma no primeiro turno ao isolar Marina. De Dilma, se o salto alto virar ''perna de pau', pode ver sua curva ascendente mudar, mesmo que levemente, de tendência.
3. O que estará acontecendo serão os candidatos da 'base aliada' nos Estados quererem pegar uma carona na vantagem dela. Com isso, uma certa passividade no campo da oposição que ocorre em vários Estados, pode, por instinto de sobrevivência, transformar-se num enfrentamento com a própria candidatura presidencial, ajudando alguma reversão da tendência ascendente.
4. A surpresa até aqui, nas pesquisas conhecidas nos últimos dias, é a sustentação de Marina no patamar dos 10%. Com isso, a diferença para ocorrer um segundo turno se encontra na casa dos 5 a 10 pontos. Ou seja, mais ou menos 45% de Dilma menos 30 de Serra e 10 de Marina. Por isso, o foco muda.
5. Em vez de perseguir a favorita, a campanha de Serra deve perseguir o segundo turno. Marina passa a ser aliada. Não deveria polarizar com Dilma, mas abrir seu programa -monocrático em sua personalidade e seus feitos- a de seus apoiadores com densidade pelo Brasil afora. Com 4 programas de TV, ou quase 25% do total, não se sabe quem apoia o Serra. Dilma se sabe e não se precisa de mais.
6. Com Marina estável, não é difícil induzir o voto (de quem não quer Serra, mas não simpatiza tanto com Dilma) para Marina. Por exemplo, no RJ, onde a diferença entre Serra e Marina é bem menor que em MG, sendo que em algumas subregiões Marina colidera. Neste momento, Marina e Serra são uma mesma candidatura: a candidatura do segundo turno.
7. Pena que a equipe de Serra não foi ao Chile acompanhar a eleição de Piñera. Com Bachelet mais popular que Lula, Piñera propôs como mote, foco e slogan de campanha a MUDANÇA. Frei, ex-presidente, tinha até muito mais experiência eleitoral que Dilma e sua imagem até menos empalhada que a de Dilma. Piñera construiu um primeiro turno numa aliança siamesa entre seu partido - RN a e UDI - que nunca estiveram juntos no primeiro turno. E, depois, apostou com coragem na mudança e não no 'tudo bem, mas vamos fazer um pouco mais'.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
1. A vantagem de Dilma é fato que não se pode e nem se deve contestar. De outra forma se dá "a tropa", uma voz de comando equivocada. Certamente a eleição não está definida. A TV, ao distribuir a informação que temos eleição, descobre as tendências espontâneas do eleitorado. Aquece as intenções de voto. Mas ainda não cristaliza as 'decisões' de voto.
2. No entanto, ao sinalizar um movimento ascendente de Dilma, cria um quadro de despolarização da eleição. A despolarização da eleição pode ser uma armadilha para ambos os lados. Para Serra, numa hipótese, se insistir na polarização, pode aumentar os riscos de vitória de Dilma no primeiro turno ao isolar Marina. De Dilma, se o salto alto virar ''perna de pau', pode ver sua curva ascendente mudar, mesmo que levemente, de tendência.
3. O que estará acontecendo serão os candidatos da 'base aliada' nos Estados quererem pegar uma carona na vantagem dela. Com isso, uma certa passividade no campo da oposição que ocorre em vários Estados, pode, por instinto de sobrevivência, transformar-se num enfrentamento com a própria candidatura presidencial, ajudando alguma reversão da tendência ascendente.
4. A surpresa até aqui, nas pesquisas conhecidas nos últimos dias, é a sustentação de Marina no patamar dos 10%. Com isso, a diferença para ocorrer um segundo turno se encontra na casa dos 5 a 10 pontos. Ou seja, mais ou menos 45% de Dilma menos 30 de Serra e 10 de Marina. Por isso, o foco muda.
5. Em vez de perseguir a favorita, a campanha de Serra deve perseguir o segundo turno. Marina passa a ser aliada. Não deveria polarizar com Dilma, mas abrir seu programa -monocrático em sua personalidade e seus feitos- a de seus apoiadores com densidade pelo Brasil afora. Com 4 programas de TV, ou quase 25% do total, não se sabe quem apoia o Serra. Dilma se sabe e não se precisa de mais.
6. Com Marina estável, não é difícil induzir o voto (de quem não quer Serra, mas não simpatiza tanto com Dilma) para Marina. Por exemplo, no RJ, onde a diferença entre Serra e Marina é bem menor que em MG, sendo que em algumas subregiões Marina colidera. Neste momento, Marina e Serra são uma mesma candidatura: a candidatura do segundo turno.
7. Pena que a equipe de Serra não foi ao Chile acompanhar a eleição de Piñera. Com Bachelet mais popular que Lula, Piñera propôs como mote, foco e slogan de campanha a MUDANÇA. Frei, ex-presidente, tinha até muito mais experiência eleitoral que Dilma e sua imagem até menos empalhada que a de Dilma. Piñera construiu um primeiro turno numa aliança siamesa entre seu partido - RN a e UDI - que nunca estiveram juntos no primeiro turno. E, depois, apostou com coragem na mudança e não no 'tudo bem, mas vamos fazer um pouco mais'.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
Um comentário:
A eleição não está definida, MESMO!
E César Maia tem razão, é hora de se pensar só em segundo turno e depois...tantas águas ainda passarão por baixo desta ponte!
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