Deu no "Blog Reinaldo Azevedo":
Hoje é dia 19, né? Os jornais devem noticiar o que está sendo considerado o desastre de Copenhague. Nada aconteceu. E os Estados Unidos estão no banco dos réus, como não poderia deixar de ser. Se o país tivesse cedido às exigências dos pobres, teria sido tratado como um gigante acuado; como não cedeu, então passa a ser um vilão. Em qualquer dos casos, não se reserva ao país senão o lugar do derrotado ou do arrogante, jamais o do parceiro.
Até porque não era mesmo de parceria que se falava ali. Todos foram lá salvar o planeta desde que o outro pagasse a conta. E, nesse caso, é óbvio que todo mundo olha o rico da mesa esperando que ele diga um “deixa comigo”. Mas Obama não disse. Até porque, e muitos lastimam, os EUA são uma democracia. As metas têm de ser aprovadas pelo Congresso. E Obama tem outras urgências. E certamente já se cercou de cientistas que o advertiram contra este novo milenarismo.
Hoje é dia 19, mas antecipei aqui as razões do fracasso no dia 17, sem ter ido a Copenhague. É claro que é sempre bom estar no local, desde que você leve junto aquilo que não muda por mais que mude o céu: o espírito. Às vezes, nada turva mais a inteligência do que a experiência! É evidente que muita gente se deixou levar por aquele clima (ops!) de “Vamos salvar o mundo; está em nossas mãos”. Salvar? A fazer o que querem alguns, ele poderia ser destruído por uma seqüência de catástrofes.
Dou um exemplo claríssimo e que nos diz respeito de perto. Sem a China, a economia brasileira iria para o vinagre. O país responde por boa parte dos fatores que fizeram Lula voar em céu de brigadeiro. Pois é… A China cresce 8% na crise; sem crise, ela faz mais. E é esse crescimento que tem financiado boa parte do mundo, o Brasil em especial. É consenso que, nesse ritmo, ela vai aumentar a emissão de carbono, em vez de diminuir . Mas pode ficar tranqüilo, leitor; isso não ameaça ninguém.
Pois bem: alguém me diz qual é a proposta? A China tem de crescer 4%? Se isso acontecer, o mundo vai à falência. E o primeiro a afundar, acreditem, será o Brasil. Que montante do valor destinado à infra-estrutura, por exemplo, deverá ser carreado para projetos de redução da emissão de carbono? Virá junto, suponho, um programa de esterilização em massa, não é? E tudo em nome do que não passa, até agora, de uma quimera. Mas que é influente e vai continuar por aí. Tanto é que todos os esforços se voltam agora a reunião do México, em 2010. E assim vai. Os produtores de escatologia continuarão a desenhar cenários catastróficos.
Lula fez um discurso forte, emocional, falou em milagre, chamou os grandes líderes do mundo à sua responsabilidade… Foi sucedido na tribuna por um Barack Obama frio, quase esfíngico, que não deu a menor bola para a torcida. Se a China não aceita ter as suas emissões inspecionadas, por que os EUA terão de ir para o banco dos réus de um Tribunal Climático Internacional? Ora…
Ah, ok, que os países poluam menos. Isso parece bom. Mas a economia mundial é coisa séria demais para ser decidida por meteorologistas e ongueiros. Especialmente porque é uma gente que quer se impor por meio da ditadura de opinião, que não aceita o contraditório. Se a reunião do México vier nos mesmos termos de Copenhague, vai de novo para o vinagre. E não é preciso estar em Copenhague para entender por quê. A rigor, estar lá, em muitos casos, até atrapalha a percepção. Digamos que é preciso estar nos livros de história para entender a Cupula de Babel.
Anteontem, expliquei aqui por que o resultado seria esse. Uma releitura rápida será interessante porque ele poderia ter sido escrito agora, depois que já se sabe que Copenhague não deu em nada. Quem lembra de tudo o que vai nele já pode saltar diretamente para os comentários. Ah, sim: toda religião tem sua própria versão para o fim do mundo, mas relaxem: o mundo não vai acabar. Não precisa sair por aí “beijando a boca de quem não devia”…
Até porque não era mesmo de parceria que se falava ali. Todos foram lá salvar o planeta desde que o outro pagasse a conta. E, nesse caso, é óbvio que todo mundo olha o rico da mesa esperando que ele diga um “deixa comigo”. Mas Obama não disse. Até porque, e muitos lastimam, os EUA são uma democracia. As metas têm de ser aprovadas pelo Congresso. E Obama tem outras urgências. E certamente já se cercou de cientistas que o advertiram contra este novo milenarismo.
Hoje é dia 19, mas antecipei aqui as razões do fracasso no dia 17, sem ter ido a Copenhague. É claro que é sempre bom estar no local, desde que você leve junto aquilo que não muda por mais que mude o céu: o espírito. Às vezes, nada turva mais a inteligência do que a experiência! É evidente que muita gente se deixou levar por aquele clima (ops!) de “Vamos salvar o mundo; está em nossas mãos”. Salvar? A fazer o que querem alguns, ele poderia ser destruído por uma seqüência de catástrofes.
Dou um exemplo claríssimo e que nos diz respeito de perto. Sem a China, a economia brasileira iria para o vinagre. O país responde por boa parte dos fatores que fizeram Lula voar em céu de brigadeiro. Pois é… A China cresce 8% na crise; sem crise, ela faz mais. E é esse crescimento que tem financiado boa parte do mundo, o Brasil em especial. É consenso que, nesse ritmo, ela vai aumentar a emissão de carbono, em vez de diminuir . Mas pode ficar tranqüilo, leitor; isso não ameaça ninguém.
Pois bem: alguém me diz qual é a proposta? A China tem de crescer 4%? Se isso acontecer, o mundo vai à falência. E o primeiro a afundar, acreditem, será o Brasil. Que montante do valor destinado à infra-estrutura, por exemplo, deverá ser carreado para projetos de redução da emissão de carbono? Virá junto, suponho, um programa de esterilização em massa, não é? E tudo em nome do que não passa, até agora, de uma quimera. Mas que é influente e vai continuar por aí. Tanto é que todos os esforços se voltam agora a reunião do México, em 2010. E assim vai. Os produtores de escatologia continuarão a desenhar cenários catastróficos.
Lula fez um discurso forte, emocional, falou em milagre, chamou os grandes líderes do mundo à sua responsabilidade… Foi sucedido na tribuna por um Barack Obama frio, quase esfíngico, que não deu a menor bola para a torcida. Se a China não aceita ter as suas emissões inspecionadas, por que os EUA terão de ir para o banco dos réus de um Tribunal Climático Internacional? Ora…
Ah, ok, que os países poluam menos. Isso parece bom. Mas a economia mundial é coisa séria demais para ser decidida por meteorologistas e ongueiros. Especialmente porque é uma gente que quer se impor por meio da ditadura de opinião, que não aceita o contraditório. Se a reunião do México vier nos mesmos termos de Copenhague, vai de novo para o vinagre. E não é preciso estar em Copenhague para entender por quê. A rigor, estar lá, em muitos casos, até atrapalha a percepção. Digamos que é preciso estar nos livros de história para entender a Cupula de Babel.
Anteontem, expliquei aqui por que o resultado seria esse. Uma releitura rápida será interessante porque ele poderia ter sido escrito agora, depois que já se sabe que Copenhague não deu em nada. Quem lembra de tudo o que vai nele já pode saltar diretamente para os comentários. Ah, sim: toda religião tem sua própria versão para o fim do mundo, mas relaxem: o mundo não vai acabar. Não precisa sair por aí “beijando a boca de quem não devia”…
Um comentário:
Nunca acreditei muito nêsse papo de ecologistas, ecólogos e afins, mas vá lá...desta turma agraciada com êste "passeio" em Copenhague, quem (exceto Marina) realmente entende do riscado? Muita grana jogada pelo ralo. A impressão que eu tive é que estavam todos de ôlho no bolso alheio. O nosso aqui, arrancou aplausos da platéia porque todo o mundo gosta de teatro, circo e por aí, depois de tanto queimarem a "mufa" falando e escutando do que não entendem. Foi um show à parte. Se no lugar de Lula aparecesse Marina Silva naquela tribuna prá discursar, com toda a autoridade que ela tem no assunto, certamente teríamos feito alguma diferença, ainda que ninguém metesse a mão no bolso. Agora, ir ao microfone falar do óbvio, colocando um calorzinho a mais prá medir fôrças com os americanos e outros ricos, foi perda de tempo. Aposto que hoje, aqueles que o aplaudiram já nem se lembram do que ele disse. Reinaldo tá certo quando fala que não somos quase nada sem os países ricos e sem a China. Fico com vergonha quando vejo Lula berrando ao mundo, como se estivéssemos acima do bem e do mal e que podemos sobreviver sòzinhos. Ele, o "todo poderoso" nos permite isto, deve ser o que pensa.
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