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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"A vulgaridade está no ar

De Dora Kramer no jornal "O Estado de S. Paulo":
Previsível e infalível como é a natureza humana, não demorarão a surgir reclamações sobre o comercial que usa imitações do presidente Luiz Inácio da Silva e da ministra Dilma Rousseff para vender papel higiênico.
Assim que fizer as contas e perceber que a paródia vulgariza mais que populariza a dupla, além de minar a imagem de gerente competente construída para a ministra, o governo haverá de arranjar um jeito de sumir com a propaganda do ar.
Até para tentar evitar que outros sigam o mesmo caminho antes que o veio se revele promissor.
Quem pode o mais - que grandes empresas invistam dinheiro na produção de um filme institucional travestido de obra de entretenimento com o objetivo assumido de passar nos cobres o proverbial ofício da bajulação - pode o menos.
Pela lógica vigente - aquela segundo a qual quando muitos erram o erro configura-se um acerto -, a rigor o governo não teria do que reclamar. O presidente Lula, aliás, é o último a poder se queixar da grosseria do vizinho.
As razões são sobejamente conhecidas. Descontadas as ocasiões de crises e escândalos em que o presidente achou por bem recolher-se ao silêncio, nos últimos anos quase todos os dias Lula tem oferecido ao País demonstrações de sua capacidade de superação no que tange à deselegância nas maneiras. De falar, de agir e até de raciocinar.
Sua carência de apreço à cerimônia em boa medida é responsável por sua popularidade. Fala como aquele "brasileiro igualzinho a você" fabulado por marqueteiros de antigas campanhas eleitorais, que não falou ao coração do eleitorado à época, mas ressurgiu bem-sucedido depois de presidente eleito em campanha em que um outro marqueteiro recomendou moderação.
Respeito é bom e todo mundo gosta. Ocorre que é preciso se dar ao respeito e respeitar a todos para receber tratamento igual em troca. O uso de linguajar chulo, de críticas tão sem freios que mais parecem desaforos, da desqualificação moral de quem dele discorde acaba levando o autor a um patamar bem abaixo de seu posto.
O presidente não se impõe limites sequer de cortesia. Não pode exigir ser tratado com a respeitabilidade que seria devida ao presidente da República. O resultado é a disseminação da indelicadeza.
No ambiente da chefia da nação essa rudeza não se atém aos modos. Alcança também os atos.
Senão, vejamos a justificativa que a Presidência da República deu para a utilização de avião da FAB para transportar de São Paulo para Brasília, 15 convidados do filho do presidente, cujas identidades o governo se recusa a revelar.
Segundo a assessoria de comunicação do Palácio do Planalto o presidente tem o direito de transportar convidados porque essa é uma "prerrogativa tradicionalmente exercida no Brasil: foi assim em governos anteriores, tem sido assim no atual".
E ponto final. Nenhum dever de observância à regra de que ao setor público o que não é expressamente permitido é proibido, nenhum constrangimento de estender a tal prerrogativa a familiares - imitando os parlamentares com a cota de passagens aéreas do Congresso -, nenhuma concessão à óbvia inadequação a critérios razoáveis de conduta.
Nem mesmo uma pequena reverência à memória dos discursos de campanha nos quais Lula prometia, se eleito, "mudar" e lutar contra "tudo isso que está aí".
Ficou, por essa resposta da assessoria, consolidada a regra de que no tocante aos maus costumes antiguidade também é posto.

Um comentário:

Unknown disse...

Esta mania de Lula querer se mostrar diferente do presidente convencional, educado, respeitoso, é uma afronta a todas as pessoas normais e de bem. Quem, em sã consciência, quer ser nivelado por baixo, quando se fala em educação? Essa falta de respeito dele com os que estudaram e até com os semi-analfas que sonham sempre com um dia melhor no futuro, com um diploma universitário, ainda que seja prá seus filhos e netos, não gostam de se sentir menores! Fazendo a todo instante apologia à preguiça ao hábito da leitura, jogando palavreados chulos prá platéia, um presidente dêsses só induz mesmo, à falta de respeito a sua pessoa. Todos os dias, uma grosseria. De ídolo que pensa ser, até do povão, não passa de um bõbo da corte, que faz com que todos riam dele, até seus amigos, que, enquanto se dão bem($), acham graça de tudo, até de uma provavel falta grave no passado.