O cineasta Tuna Espinheira (Foto) enviou texto no qual ele mostra a sua indignação porque "Cascalho", seu primeiro longametragem, produto genuinamente baiano, não foi exibido no Espaço Glauber Rocha, em Salvador.
“La Nave Vá...” Esta seria a doce resposta que daríamos aos que nos perguntam sobre o lançamento de "Cascalho". Os ditames das circunstâncias nos impedem de retrucar com esta placidez de espírito.
“La Nave Vá...” Esta seria a doce resposta que daríamos aos que nos perguntam sobre o lançamento de "Cascalho". Os ditames das circunstâncias nos impedem de retrucar com esta placidez de espírito.
É uma situação embaraçosa exercitar explicações suficientes para dirimir que, embora “La Nave Vá”, segue enfrentando uma atroz calmaria.
Não seria muito difícil escrevinhar um relatório sobre as mazelas inerentes a uma produção de baixo orçamento, mas isto não passaria de uma tentativa de requentar um assunto velho e indigesto, correndo o sério risco de cair no “Muro das Lamentações”, desaguando em mágoas e outras inúteis perquirições no campo da metafísica.
Mas, em meio a tantas perguntas que me fazem, uma acerta agônicamente e, praticamente, me emudece: “Por que não passou no escurinho do cinema Glauber Rocha?”. Decifrar este enigma que o diabo amassou realmente me devora!
O complexo que trás o nome do luminoso cineasta, possui quatro salas de exibição, com equipamentos de última geração, contando-se aí, projetores para filmes em película e mídia digital (o Código Raien). Coincidentemente, o nosso filme em questão, possui os dois formatos. Ralou para ficar pronto. Hoje está apetrechado, com todos os requisitos técnicos exigidos para toda e qualquer requintada projeção comercial.
O Complexo de Cinemas Iguatemi brindou o nosso filme com uma luminosa festa de pré-estréia, cedeu uma sala em Salvador e outra em Feira de Santana. Quase um mês depois veio a inauguração deste outro “complexo” ao qual estamos nos referindo, portanto em pleno lançamento da nossa fita, fizemos o devido contato, reiteramos, por incrível que pareça, nada foi respondido, perpetrou-se o mais completo e abominável “ouvido de mercador”.
O filme barrado no baile é um produto genuinamente baiano, 80% dos técnicos e atores são prata da casa, sua produção deve-se a um edital promovido pelo Governo do Estado. Neste 2009 dC estamos comemorando o cinquentenário do Cinema Baiano (de longametragem) que se iniciou com o filme "Redenção", de Roberto Pires ( o verdadeiro Borba Gato do cinema baiano), "Cascalho" completa este período emblemático. É uma mera convenção, mas faz parte das comemorações de cinqüenta em cinqüenta anos, acontece agora com "Redenção" e "Cascalho".
A Bahia sempre teve os seus burocratas da cultura, agora temos um “coronelete” de plantão, uma raça julgada extinta. Censor, porteiro kafkiano, entrincheirado sob os podres poderes, enodoando o nome do libertário Glauber Rocha. Vai chegar o dia em que o personagem Antônio das Mortes descerá das telas para prestar contas com este dito cujo. Da nossa parte, sem entrar no mérito do valor, podemos afirmar: "Cascalho" não é um filme datado. O silêncio imposto pela inexplicável e cruel proibição no espaço que resultou da briga do cinema baiano como um todo, não vai ofuscar o direito à vida desta fita, ficará apenas como sendo uma espécie de marca da maldade.
No momento nosso filme está em cartaz na gloriosa Sala Walter da Silveira, pode ser visto e conferido.
Não seria muito difícil escrevinhar um relatório sobre as mazelas inerentes a uma produção de baixo orçamento, mas isto não passaria de uma tentativa de requentar um assunto velho e indigesto, correndo o sério risco de cair no “Muro das Lamentações”, desaguando em mágoas e outras inúteis perquirições no campo da metafísica.
Mas, em meio a tantas perguntas que me fazem, uma acerta agônicamente e, praticamente, me emudece: “Por que não passou no escurinho do cinema Glauber Rocha?”. Decifrar este enigma que o diabo amassou realmente me devora!
O complexo que trás o nome do luminoso cineasta, possui quatro salas de exibição, com equipamentos de última geração, contando-se aí, projetores para filmes em película e mídia digital (o Código Raien). Coincidentemente, o nosso filme em questão, possui os dois formatos. Ralou para ficar pronto. Hoje está apetrechado, com todos os requisitos técnicos exigidos para toda e qualquer requintada projeção comercial.
O Complexo de Cinemas Iguatemi brindou o nosso filme com uma luminosa festa de pré-estréia, cedeu uma sala em Salvador e outra em Feira de Santana. Quase um mês depois veio a inauguração deste outro “complexo” ao qual estamos nos referindo, portanto em pleno lançamento da nossa fita, fizemos o devido contato, reiteramos, por incrível que pareça, nada foi respondido, perpetrou-se o mais completo e abominável “ouvido de mercador”.
O filme barrado no baile é um produto genuinamente baiano, 80% dos técnicos e atores são prata da casa, sua produção deve-se a um edital promovido pelo Governo do Estado. Neste 2009 dC estamos comemorando o cinquentenário do Cinema Baiano (de longametragem) que se iniciou com o filme "Redenção", de Roberto Pires ( o verdadeiro Borba Gato do cinema baiano), "Cascalho" completa este período emblemático. É uma mera convenção, mas faz parte das comemorações de cinqüenta em cinqüenta anos, acontece agora com "Redenção" e "Cascalho".
A Bahia sempre teve os seus burocratas da cultura, agora temos um “coronelete” de plantão, uma raça julgada extinta. Censor, porteiro kafkiano, entrincheirado sob os podres poderes, enodoando o nome do libertário Glauber Rocha. Vai chegar o dia em que o personagem Antônio das Mortes descerá das telas para prestar contas com este dito cujo. Da nossa parte, sem entrar no mérito do valor, podemos afirmar: "Cascalho" não é um filme datado. O silêncio imposto pela inexplicável e cruel proibição no espaço que resultou da briga do cinema baiano como um todo, não vai ofuscar o direito à vida desta fita, ficará apenas como sendo uma espécie de marca da maldade.
No momento nosso filme está em cartaz na gloriosa Sala Walter da Silveira, pode ser visto e conferido.
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